Capítulo 90

48 5 1
                                    

Vitória

Oiço vozes ao longe mas não consigo diferenciar de quem são. Ai meu Deus! Parece que estou no meio da escuridão. Vejo uma luz ao fundo mas quanto mais me aproximo, mais ela se afasta...Onde será que eu estou? Será que morri? Terei ido para o céu? Bem depois de todos os erros que cometi eu merecia era ir para o inferno mesmo. Ai esperem aí....Esta voz....É a voz do meu filho e está a tentar dizer-me alguma coisa só que não consigo perceber o que é....Tento por diversas vezes fazer força para abrir os olhos para demonstrar que estou a ouvir a voz dele mas não consigo. Minha nossa senhora! Que desespero é este? O que eu faço? O que terá acontecido depois que eu levei o tiro? Sei que a última lembrança que tenho é de estar naquele barracão e o Alonso ter apontado a arma para mim e para o William e a seguir com a entrada da polícia ele ter disparado e eu também mas depois eu perdi os sentidos e não sei mais o que aconteceu. Tento mais uma vez com calma falar alguma coisa até que acabo por conseguir. 

Eu: Filho....

Começo a abrir os olhos lentamente e vejo a minha família toda incluindo o César a olharem para mim em espectativa. A Ana é a primeira a quebrar o silêncio.

Ana: Como se sente mãe? [Pergunto preocupada]

Eu: Parece que me passou um caminhão por cima filha...O que aconteceu? [Pergunto confusa]

Poncho: A tia Vitória não se lembra do que aconteceu?

Eu: Lembro-me de estar naquele barracão e o Alonso ter apontado a arma para mim e para o William e a seguir com a entrada da polícia ele com o nervosismo ter disparado na direção do William e eu ter disparado também e em seguida levar com um tiro que era para o William mas depois não me lembro de mais nada. Por falar nisso William estás bem? Ele não te fez mal? [Pergunto preocupada]

William: Estou bem, mãe. [Sorrio emocionado, aproximando-me e sentando-me no banco que tem junto à cama ]

Eu: Mãe? [Arregalo os olhos emocionada]

Sorrio emocionada por ouvir o meu filho chamar-me de mãe pela primeira vez.

William: Sim, a senhora é a minha mãe. 

Eu: Dar a minha vida por ti é pouco diante da felicidade de escutar essa palavra. O meu sonho realizou-se filho. Tu chamaste-me de mãe.

William: Sim, mamãe, porque você é minha mãe. Eu peço-lhe perdão porque eu tenho sido muito orgulhoso e arrogante. Mesmo sabendo que eu era seu filho eu negava-me a perdoá-la, porque estava com medo e inseguro. A senhora deu a vida por mim e sem pedir nada em troca, nem sequer o meu perdão.

Eu: Eu compreendia-te filho. Jamais me dei por vencida. E eu daria a minha vida por ti quantas vezes fossem precisas como faria também pela tua irmã se fosse o caso.

William: O problema mãe foram só as suas atitudes para comigo desde que me conheceu. Se a senhora tivesse me tratado como sempre o meu pai tratou desde que me conheceu mesmo não sabendo da verdade, naquele dia no hospital quando soube da verdade eu a teria aceitado como minha mãe..

Eu: Nem imaginas como eu estou arrependida filho pelas minhas atitudes mas espero que possamos tentar recuperar o tempo perdido e colocar o passado para trás. 

William: Claro que sim mãe....Em relação ao Alonso, não vai ser mais um problema porque a mãe o matou. Agora tem é que se recuperar e cuidar deste meu irmãozinho ou irmãzinha que está aqui na barriga [Acaricio a barriga dela]

Maitê: Estamos felizes por vocês finalmente se entenderem [Sorrio emocionada]

Eu: Irmão/Irmã, como assim?

Osvaldo: É Vitória, parece que vamos ser pais outra vez.....Com este incidente acabamos por descobrir que estás grávida outra vez. 

Eu: Não, não pode ser! Como isso é possível?

Daniel: Tia Vitória não acha que está crescidinha demais para ainda achar que são as cegonhas que trazem os bebés de Paris? Andou a brincar aos médicos com o tio Osvaldo e agora temos aqui o resultado da sua brincadeira...[Falo divertido]

Eu: Oh Meu Deus! Eu poderia ter morto o meu filho sem saber...[Falo chocada] Que bom que não aconteceu nada [Sorrio emocionada e acaricio a minha barriga]

William: Daniel! Olha o respeito, ela é minha mãe! [Falo ciumento]

Belinda: Homem ciumento meu Deus! [Falo divertida]

Começamo-nos a rir pela cara de bravo que o William fez e eu então decido provocar um pouquinho.

Eu: Oh filho não achas que já estás grande demais para ter ciúmes meus? Até parece que não sabes como foste gerado....De certeza que não foi de ter ficado com o teu pai só nos beijinhos [Provoco]

William: Até a minha própria mãe?....Onde isto já se viu? Ai poupem-me os pormenores sórdidos [Falo ciumento]...Estou perdido...[Reviro os olhos]

Somos interrompidos pelo médico que entra no quarto e que me pergunta como eu estou e em seguida pede mais exames. Manda-os sair do quarto dizendo que eu preciso de descansar. Eles despedem-se de mim e saiem do quarto e eu acabo por fechar os olhos e adormecer feliz por ter a minha família juntamente com o meu filho ao meu lado.

Uma semana mais tarde

O médico deu-me alta do hospital e agora estou eu em casa a recuperar do que me aconteceu rodeada pela minha família e a partir de hoje começaremos todos juntos uma nova fase nas nossas vidas deixando os erros do passado para trás...Quem diria que eu iria ficar grávida pela terceira vez? Vai ser uma alegria imensa e ao mesmo tempo a nossa calmaria depois dos tempos de tempestade. 


Continua....






Um amor verdadeiro nunca morreOnde histórias criam vida. Descubra agora