— Renan, tem um cara te chamando lá fora —. André, um colega meu do ballet falou, Violeta me olhou e fez sinal para eu ir ver quem era. Caminhei e saí do prédio, era Heitor, ele estava encostado no seu carro, me olhando.
— Oi! —. Disse ao me ver.
— Oi —.
— Está com raiva de mim? —. Indaga. Ele parecia aquelas crianças que iam pedir desculpas depois de ter machucado o amigo.
— Eu deveria? —.
— Não sei, mas você saiu bravo lá de casa, deduzi que estaria com raiva de mim —.
— Acho que raiva não é bem a palavra, mas o que você quer? Veio aqui quase no horário do almoço, nunca apareceu por aqui —.
— Vim perguntar se não quer ir almoçar comigo, aí podemos conversar —.
— Eu vou, mas vou logo dizendo eu espero que me ouça, porque senão nem tentar irei mais —.
Entrei no seu carro, mas dessa vez lá atrás, ele ficou processo com aquilo, de vez em quando ele mandava eu ir para frente e eu recusava.
— Amor, por favor, senta aqui do meu lado —.
— Heitor me deixa, quero ficar aqui —.
— Aí depois diz que não está com raiva de mim —. Falou claramente aborrecido.
— Heitor, vou repetir, aí talvez você entenda. Eu Renan Donatello, não estou com raiva de você. Só quero ficar sozinho, pra pensar melhor em tudo —.
— Tudo bem, então não vou te perturbar mais —.
E foi assim, até chegarmos no restaurante, Heitor todo tempo tentou contato, talvez para tentar se desculpar pelas coisas que disse ontem.
— Vai querer comer o quê príncipe? —. Indagou.
— Salada —.
— Vai ficar em silêncio o tempo todo? —. Questionou.
— O que eu falaria? E por que? Imagina lhe causar um aborrecimento, isso seria bem ruim —.
— Está certo Renan, não vai dizer o quê está sentido? Eu também não faço adivinhações —.
— Decepção Heitor, eu estou sentido decepção, porque você não foi nem capaz de defender o seu namorado de um idiota feito o Hugo —.
— Então é isso, você ainda está com raiva de mim por causa do Hugo, Renan ele é meu amigo, e além do mais você estava o expulsando da minha casa —.
— Amigo nada, ele gosta de você, deixou isso bem explícito, ele te quer quer só você não percebe. E nítido que você sente ciúmes de mim, mesmo não sabendo de nada entre nós dois, porque ele quer se aproximar, mas também não sabe como —.
— Ele é meu amigo, você que está vendo coisas, para de ser assim, por favor —.
— Você ainda não acredita em mim não é? —.
— Eu só acho que você está fazendo tempestade em copo d'água —.
— Então me explique, por qual razão, ele disse que eu sou insuficiente para você. Ou melhor falou que eu era normalzinho e você tão especial? —.
— Ele disse isso? —.
— Em alto e bom som, depois de me perguntar se eu gostava de você —.
Heitor fica em silêncio um bom tempo, pensando certamente nas coisas que lhe disse, a verdade era que ele confiava demais nesse Hugo e eu não gostava nem um pouco disso.
(Heitor)
Renas estava diferente, muito cabisbaixo, e creio que dessa vez a culpa seja minha. Embora ele tenha agido erroneamente, eu não tinha o direito de gritar com ele. Aquela sua expressão de tristeza me destruía completa por dentro.
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— Renan, me desculpa. Eu não quis gritar com você, mesmo eu tendo gritado, e também desculpa por tudo —.
— Eu te desculpo, mas é aí? Como ficamos? Você convivendo com uma pessoa afim de você? Acha que eu vou suportar isso? —.
— O que quer dizer com isso? —.
— O que eu quero dizer Heitor, é que eu te desculpo, mas você tem que cortar todos os laços com esse Hugo. Eu não gosto dele, ele gosta de você, eu não quero você perto de uma pessoa que a qualquer momento pode pular em cima de você —.
— Renan, acho que você já está exagerando —.
— É complicado conversar com você. Se coloca na minha situação, imagina eu todo dia convivendo com alguém alguém é doido por mim, no ballet por exemplo. Você gostaria? Ou melhor, ficaria calmo? Tenho certeza que não, eu estou fazendo isso porque sei que é o melhor pra nós —.
— O quê quer que eu faça? Não posso tirar o Hugo da faculdade, nem muito menos apagar apagar da minha vida, ele é meu amigo, mesmo que ele não entenda que nossa relação se limita a isso, mas eu entendo completamente —.
— Heitor, só te peço isso, larga esse Hugo de vez, sai dessa faculdade, muda para outra, só fica longe dele, por favor —.
— Eu não vou mudar de faculdade só porque você quer, nem pense nisso, ainda mais por um motivo tão fútil como esse —.
— Então aja como preferir e tenha um bom dia —. Renan se levanta pega suas coisas e sai da mesa como se nada tivesse acontecido, ele certamente estava bravo.
Fiquei ali pensando nas coisas que ele me disse, se eles eram realidade ou não, Renan não mentiria para mim, não inventaria uma coisa assim.
Ele foi e nem sequer comeu o seu prato, não fui atrás, pois achei que não resultaria em nada. Era melhor ele ficar sozinho por um tempo. Talvez com a cabeça fria ele desista dessa ideia.
Renan é importante para mim, assim como o meu sonho que adiei por tanto tempo, e só então consegui entrar. Portanto não será uma crise de ciúmes que me fará desistir do meu sonho.
(Renan)
— Fez certo, mais do que certo, nos temos que eliminar esse Hugo da face da terra —. Violeta diz depois de mais uma vez eu ter desabafado.
— Só que eu não pensava que o Heitor não me amava assim, pensei que ele cederia a qualquer pedido meu. Pelo bem do nosso relacionamento.
— Amigo, você tocou em um assunto delicado e ele não vai tomar uma decisão assim tão facilmente, ele demorou muito tempo. O Heitor não merece ter que mudar de faculdade apenas para evitar um desafeto seu —.
— Eu sei Violeta, o que me deixa desesperado é que esse Hugo tem mil e uma artimanhas para atrair o meu namorado —.
