Capítulo LXXXIV

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VOTEM PFV:
                              (Heitor)

    — Quem você acha que é moleque pra ficar falando assim dele? Só porque a porcaria da sua família veio da porra de um país diferente do dele. Só porque a porcaria dos seus olhos são claros. Foda-se você, foda-se sua aparência. É melhor medir as palavras, não quero nunca mais ouvir o nome do Renan na sua boca. E faça o favor de não me dirigir a palavra —. Hugo estava assustado, certamente foi pelo meu surto. Olhei ao redor, e todos olhavam para mim.

   — Se assim quiser, assim será. Mas lhe digo, quando ele te abandonar por conta da carreira, e você perceber que eu estou certo, ainda terá a mim —. Dito isso ele se retirou da sala. Me sentei coloquei o capuz na cabeça. Fiquei olhando o jardim lá embaixo pensando nas coisas que ele havia me dito.

  — Você estava certo amor, sempre esteve certo. Me desculpa —. Pensei. Foi difícil acompanhar as aulas, pois minha cabeça estava cheia demais para aprender.

  Agora entendo porque Renan surtou naquele dia, e eu ainda disse que ele era infantil. E eu fui cego, bastante cego. O pior de tudo era dividir a sala com aquele sujeito, ele estava sentado ali perto.

  Saí mais cedo, eu tinha horário livre. Fui direto para a casa do Renan, bati na porta com esperanças que ele estivesse em casa.

  — Amor o que você está fazendo aqui? Não deveria estar na aula? —. Ele estava de roupão, com os cabelos que haviam acabado de serem escovados.

  — Posso entrar? —.

  — Claro que pode —.

  Fechei a porta, ele olhou seu cabelo no espelho mais uma vez, e depois sentou ao meu lado.

  — Aconteceu algo? Seus olhos estão inquietos —.

  — Aconteceu, foi o Hugo —.

  — O que aconteceu? O quê aquele verme fez? —.

  — Você estava certo amor, sempre esteve certo, desculpa por aquele dia, desculpa por não ter acreditado em você, desculpa por ter te chamado de infantil e tudo mais —. Segurei sua mão, como forma de implorar pelo seu perdão. Eu me sentia um idiota, por não ter acreditado no meu amor, e ter dado ouvidos àquele estúpido.

  — Isso eu sempre soube, mas me diga, o quê o Hugo fez? —.

  — Ele falou muitas barbaridades de você, disse que você apenas se importava com sua carreira e não comigo. Disse que mais cedo ou mais tarde você me abandonaria. Eu não acreditei muito nisso, mas isso me deixou irritado ao ponto de surtar e gritar mandando ele calar a boca dele —. Renan ao ouvir isso fica muito irritado, ele fecha os punhos e começa a xingar o Hugo.

  — Quem aquele imbecil pensa que é? Só podia ser primo daquela ratazana mesmo. Eu não disse? Falei que não confiava nele, a Violeta falou que ele não era flor que se cheire —.

  — Ele disse que queria ficar comigo, que me daria tudo e também falou que... —. Não quis terminar porque isso com certeza lhe deixaria mal.

  — O que ele falou? Me diga o que ele falou? Anda Heitor —.

  — Ele falou que você não poderia dar nem metade do que eu merecia, uma grande bobagem —.

  — Eu quero que esse Hugo vá para o raio que o parta —.

                            (Renan)

  Eu queria saber, por que entre tantos homens em Curitiba eles lutavam pelo meu? Isso me irritava profundamente, porque eu era bem inseguro comigo mesmo. Eu confio profundamente no Heitor. Não confio é neles, nas coisas que eles podem fazer.

  Abracei Heitor, tentei acalmá-lo, ele estava muito nervoso, seu coração batia extremamente acelerado, tudo culpa daquele imbecil. Mas ele vai pagar bem caro por isso.

   — Heitor, sei que isso pode parecer muito radical, mas tem certeza que quer continuar estudando na mesma sala que ele? Na mesma universidade? —.

  — Renan, eu não vou mudar de sala nem de faculdade por conta dele, se quiser ele que se retire, não sou de sair de fininho como um rato —.

  — É que agora tenho razões suficientes pra temer o que pode acontecer com você na faculdade —.

  — Renan, acima de tudo eu quero que você acredite em mim, eu preciso disso, mesmo que eu não confie em mim, você precisa acreditar. Se não consegue acredite em nós —.

  — Eu vou tentar amor, sabe como eu te amo, e sabe como eu tenho medo de te perder de novo. Só nós dois sabemos o quanto doeu nossa última separação, e sinceramente eu não quero passar por isso de novo nunca mais —.

  — Nem eu —.

  Eu não ia deixar isso barato, Hugo que me aguarde, ele vai ter o que merece. Fiquei abraçado com o Heitor até que ele fosse embora, o coitadinho estava muito cansado, ele ainda cochilou fiquei preocupado com ele. Mas meu coração se aquietar quando ele mandou uma mensagem dizendo que me amava já em casa.

  Era tarde da noite, mas eu liguei para Violeta.

  — Amiga, desculpa te ligar nesse horário —.

  — Tudo bem Renan, o que aconteceu? —.

  — Foi aquele infeliz Violeta, ele esta a tentando acabar com meu relacionamento. Ele falou coisas para o Heitor quando eles estavam na faculdade —.

  — Quem te falou? —.

  — O Heitor, ele chegou aqui bravo, dizendo que o Hugo tinha falado essas coisas de mim, me pediu desculpas e falou que eu estava certo —.

  — Renan, me perdoe, mas até eu pensava que você estava tendo uma crise de ciúmes —.

  — O que Violeta? Pensei que você fosse mais inteligente —.

  — É que eu já vi esse Hugo antes amigo, ele não tem cara de mau como o Cassiano, que já é um psicopata nato —.

  — Pra mim esse Hugo é bem pior. Onde você viu o Hugo? —.

  — Em uma confeitaria, sempre que vou lá o vejo conversando com o dono, devem ser amigos ou algo assim —.

  — Sim, sei qual é essa confeitaria, é de colega de faculdade dos dois. Violeta, amanhã vamos fazer uma visita a essa confeitaria, quero encontrar aquele filhote de Hitler e dar a ele o que merece —.

  Renan, não adianta fazer nada de cabeça quente, para de pensar como um adolescente —.

  — Violeta, já passou da hora de alguém falar a verdade pra esse garoto —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

 

O vôo do CisneOnde histórias criam vida. Descubra agora