Capítulo CL - O grande final

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(Heitor)

Depois de muito dança e de muita festa, onde o meu amor inclusive arriscou passos de balé e demonstrou que ele ainda era esplêndido naquela arte. Estávamos no avião, tarde da noite, lado a lado, rumo a Gramado.

Estávamos finalmente casados, éramos um só, perante Deus e os homens. Olhei para ele, era incrível como ele estava ainda mais bonito do que quando eu conheci. Confesso que diferente também. Antes seus olhos eram cheio de uma melancolia, agora ele sorria, e suas grossas sobrancelha pareciam sorrir junto com ele.

— Viu o meu primo, ele estava louco na sua prima, será que vai sair outro casamento entre nossas famílias? —. Falei.

— Olha, conhecendo bem a minha tia, eu desejo muita sorte a ele, conseguir domar a fera vai ser bem difícil. Você já teve sorte com a minha mãe, que é menos difícil que ela —.

— Ninguém resiste a mim —. Falo. Ele beija meu pescoço.

— Sabe? — Ele pergunta após beijar-me — Eu nunca fiquei com homem casado antes —. Falou sendo irônico. Respondi com um olhar de deboche.

— Desde quando você tem senso de humor? Será o vinho, bem que eu achei que tinha algo de estranho naquele buffet —.

— Cuidado que ainda dá tempo de eu me anular o casamento —. Respondeu.

— Não fala isso nem brincando —.

— Enfim, mal posso esperar para chegarmos ao nosso tão sonhado destino, uma semana inteira só nós dois sem trabalho, nem faculdade, só nós dois —. Ele falou todo sorridente.

— Nem acredito que no meio de tanta correria conseguimos nos casar e ainda conseguimos folga de tudo —.

— Já ouviu aquele velho provérbio? —.

— Qual? —. Questiono

— Nada é impossível, para uma gay é uma loura —. Ele me puxou pela gola da camisa para um beijo bem gostoso.

— Ainda bem que a vovó vai cuidar dos presentes de casamento, eu agradeço a gentileza de todos, mas foi coisa demais —.

— Até aqueles potes de doce de leite da sua bisavó? —.

— Exceto isso —. Respondo.

— Às vezes eu paro e fico pensando, eu casei, eu sou casado, e é tão difícil de acreditar —. Ele falou com um sorriso enorme no rosto.

— Mas é verdade —. Beijei sua mão.

Como em um piscar de olhos, acordei com os saculejos do avião, havíamos acabado de pousar, foi um voo curto, mais curto ainda havia sido o meu cochilo. Acordei Renan, o que foi muito difícil pois ele estava tão meigo com os olhinhos fechado.

— Vem amor da minha vida chegamos —. Digo. Ele acorda, e logo me abraça, depois daí pegamos nossas malas no desembarque e pegamos um taxi direto para o hotel. Estava tão tarde que a cidade stava deserta, com apenas alguns boêmios desfrutando o final de semana.

Quando finalmente caímos na cama, lembro-me apenas de retirar aquela roupa do casamento e jogar bem longe ele fez o mesmo e afundo a cada no travesseiro, seus belos cabelos escondia seu rosto.

Acordamos no outro dia, era uma belíssima manhã com chuva, clima perfeito para ficarmos juntinhos na cama. Ele estava olhando para mim quando abri os olhos, senti seu toque na pele do meu peito. Quando o vi, meu coração encheu-se da mais profunda alegria. Eu havia ganhado o maior prêmio na loteria da minha vida. E eu tinha certeza disso quando via o brilho daqueles olhos castanhos sob mim.

— Bom dia, esposo —. Falou com leve toque de humor, achei fofo. O puxei e lhe dei um abraço bem forte. Apenas para ter certeza de que aquilo era real.

— Eu te amo demais garoto —. Falei. Olhei uma mais uma vez pela janela, ouvi o barulho da chuva. A tranquilidade daquele momento, me dava a sensação de estar no maior dos paraísos. Não na cidade, ou naquele hotel. E sim naquele momento, naquele abraço. Porque meu paraíso é o seu abraço e de agora em diante não sairei mais dele.

FIM

O vôo do CisneOnde histórias criam vida. Descubra agora