Capítulo LXXII

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                               (Heitor)

  Durante as longas horas da noite, fui aprendendo como estar com Renan é aprender como tudo pode melhorar ainda mais. Fomos assistir um espetáculo Natal, ele me abraçou pela cintura, fiz o mesmo. Era como se não existisse ninguém próximo a nós. Mesmo havendo uma multidão eufórica.

  Eram tantas luzes, e cada uma delas causava-me um estranho conforto, como se eu estivesse em casa, mesmo a tantos quilômetros do meu lar. Pensar em Curitiba, me fez repensar onde era meu verdadeiro lar, com minha avó? No lugar onde passei toda minha vida. Ou com Renan? Que conheço a poucos meses, mas que me faz sentir seguro e sem vontade de ir a lugar algum.

  Olhando em seus olhos, percebo todo o mundo contido em uma pequena pelota, de cor avelã, aquele avelã que me deixava perdido. As luzes refletem belamente. E quase como um transe fico a lhe observar.

  — Que foi? —. Questionou.

  — Nada, só estou vendo como você está feliz com tudo isso —.

  — E tem como não ficar? —.

  — Não —. Puxei sua cabeça para um beijo, e mais uma vez me senti em outro mundo.

  Depois que o show terminou, sentamos debaixo de uma árvore de Natal enorme,  Renan olhava atentamente para cada enfeite.

  — Sua família não comemorava o Natal? —.

  — Quase nunca, minha mãe não dava muita atenção para essas coisas, sabe como ela é, só quer saber do ballet e blá-blá-blá —.

  — Então por que gosta tanto assim da data? —.

  — Sabe quando você sente falta de uma coisa da qual nunca possuiu? —. Me questionou, a primeira coisa que me veio a cabeça foi a minha mãe, e o seu desprezo comigo. Mesmo minha avó sendo maravilhoso, saber que eu tenho uma mãe e que ela não me dá afeto me machuca profundamente.

  — Sei bem como é isso —.

  — Muito bem, eu sinto falta de coisas assim, porque todo mundo tem, e ao que parece apenas eu não tenho direito de ter. Lembra daquela vez que você disse que não era do seu jeito, era do jeito de todo mundo? Pois eu quero que seja tudo desse jeito, não quero subir na vida tendo que sacrificar coisas, ou momentos como esse —.

  — Eu acho incrível como em poucos meses você amadureceu —.

  — Bem, eu só precisava de alguém que mostrasse que eu estava errado, pois seguia a risca os ensinamentos da minha mãe. E você chegou bagunçado tudo, você é a melhor coisa que já me aconteceu Heitor —.

  — Chega mais aqui pra eu te dar um abraço —. O puxei para perto de mim, e lhe envolvi em meus braços, de maneira bem apertada.

  — Às vezes acho que não mereço tudo o que você faz por mim, é sério. Cara, eu simplesmente namoro o cara mais perfeito desse mundo, e ele ainda por cima é um fofo —. Não encontrei palavras para lhe responder, apenas colei nossos lábios mais uma vez, dessa vez bem devagar.

  — Vamos andar um pouco mais, quero registrar esse momento, pra eu nunca esquecer —.

                              (Renan)

  Heitor me puxa pelo braço pelas ruas cheias de gente, aquepe sorriso era muito hipnotizante. Eu já cansei de tentar entender qualquer coisa entre nós, compreendi que isso é além da minha compreensão.

  O doido do meu namorado, pediu a uma garota que tirasse uma foto nossa, lhe entregou o celular e me puxou para perto dele, atrás de nós um belo cenário natalino. Ele coloca seu braço em minha cintura e depois tiramos outra foto dessa vez ele beija minha bochecha.

  — Vocês são um lindo casal —. A garota diz ao devolver o telefone. Agradecemos a ela. As fotos ficaram tão incríveis, isso me fez recordar que não temos muitas fotos juntos, e eu amo lembrar desse momentos, sem falar que me fazem tão bem, pois não importa o quão baixo esteja o meu amor, se eu lembrar do Heitor ele sobe, e eu fico rindo feito um tonto.

   Mesmo estando muito bom ali, percebi que já estava na hora de voltar ao hotel. Heitor estava bocejando, com certeza bastante cansado.

  — Está com sono amor? —.

  — Não, quer ir em outro lugar? —. Ele tentava me agradar de qualquer forma, eu achava bonitinho, mas ele tinha que pensar nele também.

  — Você está com sono, quer ir dormir, vamos, podemos visitar outro dia —.

  — Não Renan, é Natal, não quero atrapalhar sua noite —.

  — Eu não estou aqui com você porque é Natal. Estou no Natal aqui porque é com você —. Disse. Fez um pouco de sentido na minha cabeça, eu pelo menos eu achei.

  — Tudo bem, estou mesmo com sono —. Ele riu. Fomos caminhando de volta para casa. Eu não fazia ideia que essas caminhadas noturnas fossem tão boas. Chegando ao hotel, ele me encostou no elevador e me deu uns amassos.

  — Heitor alguém pode entrar no elevador —. Ele morde meu pescoço e me dá milhões de beijos.

  — E daí? Se reclamarem eu quebro eles —. Fiquei perplexo com o seu nível de brutalidade e frieza ao dizer isso, mas me acalmo assim que ele cai na risada.

  Ao entramos em nosso quarto, ele me puxa para cima da cama, e já começa a me alisar.

  — Está muito fogoso hoje, e o não está mais com sono? —.

  — Passou, vendo você assim, só tenho certeza que quero ficar acordado a noite inteira —.

  — Ué. Desse jeito vai ver o Papai Noel —. Digo brincando.

  — E vou agradecer a ele bastante pelo belo presente que ele deixou pra mim. Olha só que pernas —.

  — Gosta das minhas pernas? —.

  — Olha só o tamanho delas, e essas coxas grossas, eu ficou doido ao ver você naquele collant apertado —. Eu amava ouvir os elogios do Heitor, porque eu sabia que eles eram reais, pois não faria sentido um cara como ele perder tempo comigo se eu não valesse a pena assim.

  Eu passei minha mão por debaixo de sua camisa, sentido seus músculos, aquilo me deixava completamente excitado. Heitor era todo durinho. Acho que perfeição era a palavra que o resumia.

  O deito na cama, e me sento em seu colo, ele gosta daquilo. Eu faria dessa noite completamente única.

  CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

 

 

   

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