Capítulo 11

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Isabela Lazcano

Hoje de manhã, me senti indisposta à trabalhar. Mas isso só daria mais motivos para Rodolffo me incomodar. Eu não queria ver aquele homem outra vez. Eu não queria voltar lá, mas eu preciso esquecer.

Esquecer...

Uma simples palavra que não pode apagar o que está marcado na minha memória. Por mais que eu tente, eu não me esqueço.

Eu me arrastei pela cama até finalmente sentir meus pés tocarem o chão frio. Respirei fundo antes de seguir ao banho. Depois de passar quase uma hora debaixo do chuveiro, me enrolei na toalha e saí.

Decidi usar algo que não deixasse nenhuma parte do meu corpo à mostra. Peguei uma blusa de manga cumprida sem decote e uma calça jeans. Calcei uma bota de cano longo e um sobretudo marrom.

Desci para pegar as chaves do carro. Gustavo o trouxe ontem, e depois foi embora em um táxi. Entrei em meu carro e segui para a empresa, rezando para que Jordan não estivesse lá e que não encontrasse Rodolffo.

Quando cheguei ao prédio, Gustavo estava parado na entrada, me esperando.

— Hey— Ele disse assim que desci do carro.

Entreguei as chaves ao manobrista e caminhei até ele.

— Oi...— O cumprimentei.

— Como você está?— Ele perguntou— Achei que não veria você hoje.

— Eu vou ficar bem, obrigado, mas preciso focar em algo— Disse o olhando— Se não estava me esperando, quem está fazendo você ficar aqui?

— Rodolffo. Preciso conversar com ele— Ele disse sério. Eu o olhei ansiosa— Não, não é sobre ontem. Por mais que eu queira muito dizer à ele sobre Jordan, isto é algo que você deve contar. Só o Rodolffo tem autoridade suficiente para demitir alguém— Ele coçou a cabeça.

— Eu já disse que não vou contar à ele— Disse o olhando séria.

— Está bem— Ele concordou.

— Você se importa de me acompanhar até minha sala?— Perguntei nervosa.— Eu não quero acabar esbarrando com Jordan.

— Você não vai. Jordan não vem à empresa todos os dias. Rodolffo prefere que os nossos investidores fiquem afastados. Além do mais, Jordan é mais como um sócio silenciosos— Ele disse colocando as mãos nos bolsos da calça.

— Eu só espero que ele não volte aqui...— Murmurei, massageando o pescoço.

— Você está bem?— Gustavo perguntou com um olhar preocupado.

— Estou, eu apenas dormi de mal jeito. Me lembre de não beber calmantes, eles não me deixam dormir direito— Disse olhando para ele.

— Desculpe...— Ele coçou a cabeça.— Vamos, eu te acompanho. Rodolffo ainda não chegou, de qualquer forma.

Eu concordei, antes de o seguir. Gustavo permaneceu comigo enquanto Rodolffo chegava. Depois que ele chegou, Gustavo tentou falar com ele. Mas Rodolffo pediu para não ser incomodado enquanto trabalhava no projeto. Ele me procurou para falar sobre algo, mas eu apenas o evitei.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora