Rodolffo Lamberti
Eu me tranquei na biblioteca. Doutora Carter chegou um tempo depois e tenho certeza de que minha mãe a chamou. Ela examinou as minhas mãos, as limpou antes de fazer curativos e me entregou uma pomada para ajudar na cicatrização. Depois, foi embora, me deixando sozinho naquela sala com meus próprios pensamentos.
Eu queria ficar sozinho. E queria me castigar por tudo o que aconteceu com Luna. Eu queria tê-la encontrando, teria feito o necessário para leva-la para casa. Mas, Ava fugiu antes que eu pudesse chegar. Não consegui ver nem mesmo o avião decolar. A única coisa que eu desejava era ver a minha filha, tê-la por perto. Mas Ava a tirou de mim. E amanhã, ela vai estragar a vida da Isabela por minha causa.
As pessoas à sua volta tendem a pagar pelos seus pecado, Rodolffo.
Eu respirei fundo, observando a sala. Havia um copo com whisky vazio e uma garrafa que já estava pela metade. Eu teria abastecido o copo se não tivesse sentido mãos em meus ombros. Eu suspirei, porque sabia exatamente de quem eram. Eu gritaria com qualquer pessoa e a colocaria para fora daqui, mas esta pessoa, não é qualquer pessoa. Fechei meus olhos, abaixando a cabeça, limpando o meu rosto bruscamente.
— Ela chamou você, não é?—Questionei, suavemente.
— Sim, ela chamou.— A voz de Isabela soou próxima ao meu ouvido.— Há pessoas que estão preocupadas com você lá fora e querem te ver.—Ela disse beijando o meu cabelo.
— Se eu quisesse vê-las, as portas estariam abertas.—Respondi.
Ela apertou os meus ombros.
— Elas estão preocupadas, Rodolffo.—Ela disse segurando a minha cabeça, a puxando para trás, fazendo com que meus olhos encontrassem os seus.— Você não deveria se trancar em um lugar e ficar sozinho. Me entendeu? Pode gostar de espaço, mas não pode afastar à todos a sua volta e não pode me afastar, porque sabe que eu não vou deixar.—Ela disse séria.
— Eu já entendi.—Disse à olhando.
Ela concordou.
— Bom, há algo que quero falar e você vai ter que me ouvir.—Ela disse, se afastando antes de dar a volta pelo sofá e se sentar ao meu lado.
— Há algo que também quero falar e você vai precisar me ouvir.—Disse, me virando para ela.
— Eu sei, e eu vou ouvir. Depois.—Ela disse me olhando.
Seus olhos desviaram de mim para a mesa em nossa frente.
— Não vai me julgar. Vai?—Questionei, a olhando.
— Eu ia dizer que você não deveria estar tão próximo de uma mesa de centro.—Ela disse sorrindo de lado.
Eu ri levemente, olhando para a mesa antes de a olhar.
— Seja o que quiser me dizer, não acho que vá mudar algo.—Disse suavemente.
— Eu ainda nem disse e você está tentando adivinhar o que acontece a seguir, meu amor?—Ela me olhou, inclinando a cabeça levemente.
Eu encolhi os ombros.
— Ava a levou. E não vou vê-la outra vez.—Disse a olhando.
— Bem, você ainda possui a chance de ver a Luna. Tem a chance de encontra-la e de se desculpar.—Ela disse apoiando o braço no encosto do sofá.
— Isabela... Ava a levou para Deus sabe onde. Não vou encontra-la, meu amor.—Disse soltando um suspiro.
Ela deu um sorrisinho.
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Um problema sem solução.
RomanceTudo começa quando uma das maiores empresárias do ramo de designer se torna sócia de uma das maiores empresas de arquitetura dos Estados Unidos. Rodolffo Lamberti, que após a perda precoce de sua esposa, se tornou um pai viúvo e um homem amargurado...