Capítulo 82

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Rodolffo Lamberti

Eu me tranquei na biblioteca. Doutora Carter chegou um tempo depois e tenho certeza de que minha mãe a chamou. Ela examinou as minhas mãos, as limpou antes de fazer curativos e me entregou uma pomada para ajudar na cicatrização. Depois, foi embora, me deixando sozinho naquela sala com meus próprios pensamentos.

Eu queria ficar sozinho. E queria me castigar por tudo o que aconteceu com Luna. Eu queria tê-la encontrando, teria feito o necessário para leva-la para casa. Mas, Ava fugiu antes que eu pudesse chegar. Não consegui ver nem mesmo o avião decolar. A única coisa que eu desejava era ver a minha filha, tê-la por perto. Mas Ava a tirou de mim. E amanhã, ela vai estragar a vida da Isabela por minha causa.

As pessoas à sua volta tendem a pagar pelos seus pecado, Rodolffo.

Eu respirei fundo, observando a sala. Havia um copo com whisky vazio e uma garrafa que já estava pela metade. Eu teria abastecido o copo se não tivesse sentido mãos em meus ombros. Eu suspirei, porque sabia exatamente de quem eram. Eu gritaria com qualquer pessoa e a colocaria para fora daqui, mas esta pessoa, não é qualquer pessoa. Fechei meus olhos, abaixando a cabeça, limpando o meu rosto bruscamente.

— Ela chamou você, não é?—Questionei, suavemente.

— Sim, ela chamou.— A voz de Isabela soou próxima ao meu ouvido.— Há pessoas que estão preocupadas com você lá fora e querem te ver.—Ela disse beijando o meu cabelo.

— Se eu quisesse vê-las, as portas estariam abertas.—Respondi.

Ela apertou os meus ombros.

— Elas estão preocupadas, Rodolffo.—Ela disse segurando a minha cabeça, a puxando para trás, fazendo com que meus olhos encontrassem os seus.— Você não deveria se trancar em um lugar e ficar sozinho. Me entendeu? Pode gostar de espaço, mas não pode afastar à todos a sua volta e não pode me afastar, porque sabe que eu não vou deixar.—Ela disse séria.

— Eu já entendi.—Disse à olhando.

Ela concordou.

— Bom, há algo que quero falar e você vai ter que me ouvir.—Ela disse, se afastando antes de dar a volta pelo sofá e se sentar ao meu lado.

— Há algo que também quero falar e você vai precisar me ouvir.—Disse, me virando para ela.

— Eu sei, e eu vou ouvir. Depois.—Ela disse me olhando.

Seus olhos desviaram de mim para a mesa em nossa frente.

— Não vai me julgar. Vai?—Questionei, a olhando.

— Eu ia dizer que você não deveria estar tão próximo de uma mesa de centro.—Ela disse sorrindo de lado.

Eu ri levemente, olhando para a mesa antes de a olhar.

— Seja o que quiser me dizer, não acho que vá mudar algo.—Disse suavemente.

— Eu ainda nem disse e você está tentando adivinhar o que acontece a seguir, meu amor?—Ela me olhou, inclinando a cabeça levemente.

Eu encolhi os ombros.

— Ava a levou. E não vou vê-la outra vez.—Disse a olhando.

— Bem, você ainda possui a chance de ver a Luna. Tem a chance de encontra-la e de se desculpar.—Ela disse apoiando o braço no encosto do sofá.

— Isabela... Ava a levou para Deus sabe onde. Não vou encontra-la, meu amor.—Disse soltando um suspiro.

Ela deu um sorrisinho.

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