Capítulo 73

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Isabela Lazcano

Minhas mãos tremiam e eu sequer conseguia controlar a minha respiração. Minha visão estava embaçada e eu não sabia o que fazer além de chorar. Passamos o caminho em silêncio. Rodolffo não se atreveu dizer nada e eu não sabia como ele se sentia, ou o que se passava em sua cabeça. Romero dirigiu pelas ruas de Nova York até chegarmos no parque do Rio Hudson. Já estava escuro quando chegamos, o transito de Nova York é uma loucura.

Eu limpei minhas lagrimas antes de Rodolffo e eu descermos do carro, ele não disse nada além de me oferecer a mão. Nós caminhamos até as grades da beira do rio. Eu o observei, em silêncio, ponderando o que aconteceu hoje.

— Você permaneceu o caminho inteiro em silêncio.— Ele disse, usando um tom suave.

Eu respirei fundo.

— Você fez o mesmo. — Retruquei, sem o olhar.

—O que publicaram, será retirado. Há um processo esperando todos que publicaram esta história. —Ele disse. — Eu estou esperando que diga algo. Não para explicar, não precisa, mas para entender esta situação. —Ele acariciou a minha mão com o polegar.

Suspirei pesadamente, antes de levar minha mão até o rosto e limpar uma lágrima, que insistiu em descer.

— Eu ia te contar... eu juro, Rodolffo. Eu só não sabia como, tive medo da sua reação.— Disse, já sentindo um soluço preso em minha garganta.

— Vem cá...— Ele passou o seu braço pela minha cintura, me puxando para perto. Ele se encostou em um dos pequenos pilares, antes de respirar fundo. — Eu não quero detalhes. E não me importo em saber. Eu sei que quer esquecer isto.—Ele começou, suavemente.— Eu não sei o que fez você pensar que não poderia me contar. Se tivesse me dito, eu não iria precisar dos detalhes. Eu não...— Sua voz falhou. Ele respirou fundo, antes de me olhar com atenção— Se teve um bebê, seja lá o que houve, sabe que não me interessa. Não porque não é importante para mim, tudo relacionado à você é importante, mas... eu não quero forçar você à se lembrar de coisas que te trazem tamanha dor.— ele acariciou o meu rosto.— Isto não muda o fato de que eu amo você. Mas me faz amar ainda mais. Porque eu sei o quão forte você é, Isabela.— Ele disse, olhando em meus olhos.

— Me perdoe por não te contar...— Eu disse chorosa.

— Não se desculpe, meu amor.— Ele disse, suavemente.— As matérias que envolvem seu nome, serão apagadas. E eu vou castigar que ousou publicar qualquer coisa sobre isto.— Ele disse, olhando em meus olhos.

— Não tinha que fazer isso.— murmurei.— Isso tudo deveria ter sido sigiloso. A imprensa não deveria saber.

— Eles vão se esquecer disto.— Ele disse acariciando meu rosto.— Há muitas coisas publicadas e várias empresas de jornalismo estão tentando ganhar pontos em cima disto.

Concordei, antes de o beijar suavemente.

— Você leu a matéria?— Perguntei receosa.

Rodolffo me olhou profundamente antes de balançar a cabeça em negação.

— Não. Há menos que se sinta confortável para me contar, eu não irei ler aquilo. Não vou ouvir histórias de quem não esteve lá, de quem não passou por aquilo. O que eles fazem é difamar alguém sem saber de todos os fatos e sem menor empatia por alguém.— Ele respondeu, me olhando.

Eu o olhei em seus olhos, antes de levar a mão ao seu rosto e a acariciar suavemente.

— Eu amo você. —Disse suavemente, olhando aqueles lindos olhos azuis.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora