Capítulo final

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Isabela Lazcano

Bom, vou tentar resumir ao máximo o que eu puder os últimos um ano e alguns meses: Rodolffo e eu nos casamos, posso dizer que o que ele fez foi muito inesperado. Rodolffo alugou uma sala de cinema inteira só para fazer o pedido e devo acrescentar que foi o pedido mais lindo que eu já recebi. Apesar de não ter recebido muitos, aquele me emocionou assim que o vídeo começou a rodar.

Não foi um simples vídeo com fotos e uma simples música. Bem, a música de fundo era "One life" de James Bay. Havia fotos nos cantos da tela, acho que a maioria foi tirada por paparazzi e algumas Rodolffo tirou sem que eu visse. Havia apenas uma sombra no meio do vídeo mas eu sabia muito bem de quem era aquela sombra. As palavras dele ainda estão frescas em minha mente, mesmo por ter passado dez meses.

"Nossa história começou de uma maneira inesperada, foi inevitável até. Eu não tinha a mínima intenção de me apaixonar por alguém outra vez. Por isso, tentei evitar você, tentei não sentir nada, tentei me afastar. Mas foi impossível. Eu me apaixonei por você, em todos os momentos, eu já amava você. Levou mais tempo do que eu gostaria para admitir. {..} Você, Isabela Lazcano, entrou na minha vida quando eu estava em um momento escuro, quando eu me perdi de mim mesmo, quando eu já não me importava e nada mais fazia sentido. Eu sei que você sabe, mas eu gostaria de dizer o quão grato eu sou por você ter aparecido em minha vida. Na minha e na de Luna. Você nos uniu novamente. Trouxe uma parte de mim que eu nunca pensei que teria de volta, é como se você tivesse pego essa parte e melhorado cada pedacinho dela. Não há nada que eu não queira mais, ou que não tenha tanta certeza agora, do que me casar com você, Isabela. Não há nada que eu deseje mais do que ter o seu nome na minha aliança. E não há nada que eu queria mais do que ter os nossos sobrenomes juntos, da bela forma americana. Há uma única pergunta que eu te faço agora, Isabela, é se você aceita se casar comigo?"

Quando ele encerrou essa parte, a musica estava no refrão. Não sei se não prestei tanta atenção, mas a música me tocava. E no exato momento do refrão, eu vi Rodolffo, de joelhos de costas para o telão. Meu coração acelerou e eu só queria estar com ele, beijando ele. Na caixinha em suas mãos, estavam os mais brilhantes anéis. E acreditem, os anéis de namoro brilhavam mas aqueles anéis que Rodolffo segurava...

Acho que sabem a minha resposta para a pergunta dele. Com os olhos marejados, as mãos tremulas e o coração acelerado eu disse "sim". O nosso casamento foi incrível e eu exigi que fosse do jeito mais brasileiro possível. Não por causa do Rodolffo, por minha causa. Eu amo o Brasil. A cerimonia foi muito reservada. Nossos pais, o irmão dele e Manuella, Tyler, é claro, Marcelo e a avó deles. Rodolffo fez questão de mandar busca-la, mas os tios não puderam vir por causa da data. Tenho certeza de que ele sabia e fez de propósito. Eu não fiz muita questão de convidar a minha família que está inexistente para mim, apenas meu avô.

E alguns meses depois, tivemos uma pequena surpresa: um bebê. Os enjoos e as dores não disfarçavam. Tivemos uma longa conversa sobre esse bebê quando descobrimos. Rodolffo e eu conversamos uma madrugada inteira sobre este bebê. Ele me deixou escolher se queria ou não tê-lo.

"É o seu corpo, meu amor. A decisão é sua. Eu vou apoiar no que decidir."

E eu tomei minha decisão: iríamos ter aquele bebê. Eu senti um leve medo, mas aos poucos, aquilo passou. Afinal, aquele bebê era fruto de um amor, não de algo brutal. Aquele bebê, que mais tarde descobrimos que era uma menina, era fruto do amor entre Rodolffo e eu. É claro que eu iria ama-lo. E Rodolffo também, tanto que estava extremamente cuidadoso. Eu nunca o vi tão preocupado. Luna ficou radiante quando soube que teria uma irmãzinha, Rodolffo também parecia feliz.

Bom, meu marido fez uma promessa à avó dele: levaríamos as duas para o Brasil quando nossa filha nascesse. Eu achei que ele não cumpriria pelo medo de voar. Bem, até uma semana atrás, antes da nossa filha completar um mês. E eu me lembro de ouvir Rodolffo gritar com Gustavo ao telefone alguns dias antes de nossa filha nascer.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora