Capítulo 41

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Rodolffo Lamberti

Minha mãe e eu conversamos na biblioteca sobre o incidente com o paparazzi. Eu prometi que resolveria, é o que eu faço. Agora não tenho tempo para lidar com os outros, mas preciso cuidar para que fiquem longe da Isabela.

— Espero que resolva esse assunto, Rodolffo. Eu nem quero ver a reação do seu pai quando souber.— Ela disse levantando as mãos.

— É a mesma de sempre.— Disse fincando as mãos na cintura.— Eu vou fazer ligações e pedir à Gustavo que controle a mídia em Nova Iorque.

Ela concordou.

— Por outro lado, como aquilo aconteceu? Você beijou a Isabela?— Ela questionou, me olhando.

Eu suspirei.

— Estávamos sozinhos, não achei que alguém iria nos perseguir.— Respondi, cruzando os braços.— Eu beijei ela, ela me beijou. Que diferença isso faz, mãe?

— Há uma grande diferença entre você beija-la e ela beijar você, Rodolffo.— Ela respondeu, me olhando atenciosamente— Se você à beijou, significa que está se abrindo outra vez, querido.

Eu à observei. Abaixei a cabeça, massageando os olhos.

— Rodolffo, o que há entre você e ela?— Ela perguntou.

— Eu não sei ao certo.— Respondi, à olhando.

— Seja o que for, está mudando você, outra vez.— Ela disse sorrindo suavemente.— Você não estaria aqui. Eu conheço você.

Eu engoli em seco.

— Papai disse que poderia prejudicar as nossas imagens e que eu precisava ajudar...— Retruquei, desviando o olhar dela.

— Querido, se quisesse lidar com isso em Nova Iorque, estaria sentado naquela cadeira, não em Washington.— Ela sorriu— Você não veio por causa das acusações contra o Afonso. E muito menos porque seu pai quis. Está aqui por vontade própria, Rodolffo.— Ela disse olhando em meus olhos— Durante três anos, eu vi você passar todos os dias naquela empresa. Eu vi você perder os aniversários de Luna, vi você fingir que não se importava com o seu, vi você se afastar de todos e jamais vi você ir ao cemitério.

Eu engoli em seco, outra vez. Eu olhei no fundo dos seus olhos, assim como ela estava fazendo. Ela estava coberta de razão. Meu coração acelera todas as vezes que mencionam o nome de Isabela. Eu fico inquieto se não a vejo e mal conseguiria respirar se não estivesse aqui, com ela.

Eu pigarreei.

— Eu não sei o que está acontecendo comigo.— Sussurrei, massageando o rosto.

— Está deixando ela entrar. Você nos evitou por todos esses anos, você evitou Luna. Mas não pode negar isso à Isabela. Ela passou por muita coisa e não foi a única. Você e ela precisam de amor. Você precisa mostrar à ela como é ser amada e ela precisa lembrar à você o que é ser amado.— Ela disse, segurando o meu rosto— Meu amor, o trabalho não é mais importante do que o amor ou a família. Luna precisa de alguém para ajudá-la com assuntos femininos quando crescer. E você precisa de alguém ao seu lado, outra vez.— Ela disse, sorrindo.— Mas, amar uma mulher que nunca foi amada da maneira correta, requer muita paciência, meu filho.— Mamãe acariciou meu rosto.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora