Capítulo 37

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Rodolffo Lamberti

Eu retornei ao hotel, confuso e inquieto. Eu não sei o que acontece com Isabela. E tenho certeza de que não irá me contar.

Quando cruzei a porta do hotel, encontrei um velho conhecido. Ralf Barnes. Ele é um empresário que vem à anos tentando fazer com que eu faça um projeto para ele. Eu sempre neguei. Projetos de campos de golfes não são o meu foco. Gosto de construções maiores.

Além do mais, por que acabar com a natureza para criar um campo de golfe para passar com carrinhos e destruir o habitat de muitos animais? Não faz sentido para mim e não estou interessado.

E de novo, ele fez sua proposta. Eu recusei, obviamente. Mas ele insistiu em deixar alguns papéis sobre o terreno e a ideia de um projeto. Eu tentei recusar, mas ainda, sim, os peguei. Ele me deu um tapinha nas costas e depois foi embora. Eu balancei a cabeça e segui em direção ao elevador. Subi até o andar do meu quarto. Eu entrei e deixei os papéis na mesinha da sala. Segui até o banho, precisava descansar já que, de qualquer forma, preciso pegar a estrada antes do amanhecer.

Depois do banho, coloquei uma cueca box e uma bermuda. Eu ainda estava focado em Isabela e em sua reação. Aquilo me trazia confusão e desconforto. Eu não sabia o que fazer e não sei se passei dos limites, de novo. E agora, não sei como ficarão as coisas entre nós.

Eu suspirei e me sentei no sofá. A única coisa que poderia tirar o meu foco dela, seriam aqueles papéis que não tenho o menor interesse em ler. Eu os olhei. Estavam em cima da mesa. Pude notar algumas anotações e um esboço. Eu bufei e peguei os papéis, os analisando. Tentei entender algumas letras, era uma perda de tempo. Senti minhas pálpebras ficarem pesadas, e foi difícil mantê-las abertas. Eu me encostei no encosto do sofá para ficar em uma posição mais confortável. Mas acabei pegando no sono ali mesmo.

Eu ouvia ao longe um telefone tocando. E não parava de insistir. Me virei para o lado, o que acabou sendo um erro já que eu cai no sofá. Com o susto, acabei despertando. Eu pisquei algumas vezes, reclamando por causa do maldito telefone. Quando olhei para a mesinha, era o meu telefone que estava tocando.

Eu me sentei e me inclinei para pegar o telefone. Apenas deslizei o dedo pela tela e o coloquei em meu ouvido.

— Alô?— Disse com a voz de sono, me encostando de volta no sofá.

Rodolffo?— A voz do outro lado da linha questionou, um tanto ansiosa.—Desculpe por te acordar.

— Isabela? O que você quer?— Questionei, massageando o rosto.

Conversar...— Ela disse —Poderíamos nos encontrar antes que você volte amanhã?— Ela perguntou, apreensiva.

Eu suspirei, pensativo.

— Eu preciso voltar bem cedo, Isabela. Não tenho tempo para falar com você amanhã.— Respondi, sério.— Sobre o que quer conversar?— Perguntei, me fazendo de desentendido.

Tem algumas coisas que quero esclarecer— Ela respondeu— Eu prometo que serei breve. Mas preciso encontrar você.

Está bem— Concordei.— Mas como eu disse, não posso ver você amanhã.

Rodolffo, eu sei que está irritado. E até chateado. Mas eu só preciso que me deixe explicar. Garanto que irei explicar dessa vez
Ela disse.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora