Capítulo 65

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Isabela Lazcano

Precisava imprimir o projeto para entregar ao Rodolffo para analisar, e ao Gustavo para verificar o orçamento. Emma bateu à minha porta alguns minutos depois com uma caixa não tão grande nas mãos, um buquê com flores vermelhas mais lindo que já vi e um copo de café.

— Eu não pedi nada, Emma.— Disse franzindo o cenho.

Ela colocou o café e a caixa na minha mesa, me dando um sorriso gentil. Entregou o buquê e sorriu abertamente.

— O senhor Rodolffo me pediu para trazer chocolate, flores e um copo de café.— Ela respondeu, me olhando.

— Eu não quero café. E nem flores.— Disse me inclinando para abrir a caixa.— Isso é...? São brigadeiros?!— Perguntei sorrindo, igual à uma criança. Emma assentiu.— Ok, leve o café. Apesar de que não quero essas flores, mas elas são muito bonitas para jogar fora. E eu vou ficar com os chocolates.

Ela riu levemente em concordância. Eu peguei a caixa de chocolate e me deliciei dos brigadeiros. E eram iguaizinhos aos do Brasil. Eram cremosos e deliciosos. Eu suspirei, sentindo a textura daquele chocolate em minha boca.

Devorei quase a caixa inteira. Quando olhei para a porta, vi Rodolffo parado e me olhando, com um sorrisinho de canto.

— Por que está sorrindo, idiota?— Questionei, mordendo o brigadeiro.

Ele riu e se aproximou, se sentando em minha mesa.

— Acho que sei como ganhar uma briga com você.— Ele sussurrou, beijando meu cabelo.

Eu o encarei, revirando os olhos.

— Onde encontrou brigadeiros?— Perguntei o olhando.

— Há uma loja no final do quarteirão. Os brasileiros de lá fazem os melhores brigadeiros.— Ele respondeu suavemente.— É o que dizem.

— Não está errado.— Eu murmurei.— Você quer um?

Ele balançou a cabeça em negação.

— Não.— Ele respondeu me olhando.

— Você e a sua dieta maluca sem doces.— Reclamei.

— Bom, você precisa saber que não vai poder me beijar depois de comer isto— Ele apontou para a caixa.

Eu me virei para ele, rapidamente.

— O quê?— Eu questionei— Por que não me disse?

Ele riu levemente antes de encolher os ombros.

— Achei que fosse querer os chocolates. E por isso, não vai poder me beijar.— Ele disse, usando um tom mais grosso que de costume.

Pelo menos, foi assim que eu ouvi. Eu me encostei na cadeira, sentindo meus olhos marejarem.

— Você não me ama mais?— Questionei, sem o olhar.

— Do que está falando?— Ele questionou sério.

— Que você não me ama mais, Rodolffo. Eu sabia que isso ia acontecer.— Eu disse em um tom choroso.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora