Capítulo 78

136 5 0
                                    

Rodolffo Lamberti

Notei Isabela se envergonhar quando Amélia sorriu. Eu abaixei a cabeça tentando não rir. E tenho certeza de que Amélia notou aqueles leves chupões no pescoço de Isabela. Amélia voltou alguns minutos depois de terminarmos de comer, oferecendo sobremesa. Eu, obviamente, neguei. Eu havia comido a sobremesa antes do jantar, por assim dizer. E Amélia entendeu completamente o que eu queria ao invés da sobremesa. Agora eu é quem tinha me envergonhado.

Isabela pigarreou.

— Onde está o Tyler?— Isabela questionou, mudando de assunto.

— Ele disse que iria sair para encontrar alguém que a senhorita conhece, e que não precisa esperar por ele esta noite.— Amélia respondeu.

Isabela franziu o cenho e concordou.

— Está bem.— Ela disse.

Amélia concordou e se retirou. Eu olhei para Isabela, com o cenho franzido.

— Não me diga que ele foi encontrar...— Comecei à olhando, desconfiado.

Ela fez um biquinho descontraído, antes de pressionar os lábios.

— Ele deve ter ido encontrar o Marcelo...— Ela disse desviando o olhar de mim.

Eu arqueei as sobrancelhas.

— Eu não vou perguntar sobre isto.— Disse bebendo o restante do vinho que tinha na taça.

— Bom, ele não está em horário de trabalho.— Ela disse encolhendo os ombros.

— O João Marcelo não é uma... como eu posso dizer?— Questionei pensativo.— Uma boa companhia. Ele é um fanfarrão.

— O que te faz pensar que Tyler é diferente?— Ela questionou, apoiando a cabeça em sua mão. Eu a olhei arqueando as sobrancelhas antes de franzir o cenho.— Ele é igual, se não for pior. Mas, quando ele pega um trabalho, Ty o realiza com seriedade. Não se preocupe.

Eu concordei, pensativo. Isabela tocou a minha mão, me tirando de um quase transe. Eu segurei a sua mão, a apertando levemente.

— O seu cabelo está uma bagunça, sabia?— Ela questionou, rindo levemente.

Eu ri, levemente.

— Então eu não vou precisar dizer nada sobre as marcas no seu pescoço, meu amor.— Disse sorrindo de lado.

Ela fechou a cara, me encarando séria.

— Você não fez isso.— Isabela semicerrou os olhos.

Eu me levantei e me aproximei, bem pertinho do seu ouvido.

— Eu fiz. E eu vou fazer ainda mais quando estiver naquela cama, gemendo outra vez.— Sussurrei antes de beijar a sua bochecha.

Ela virou o rosto em minha direção, apenas para eu poder deixar um selinho em seus lábios. Isabela se levantou, se inclinando levemente para a direita, espreitando seus olhos na direção da porta da cozinha. Ela encolheu os ombros, entrelaçando os dedos em minha mão e seguiu até as escadas.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora