Capítulo 29

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Rodolffo Lamberti

Assim que chegamos em casa, Luna seguiu para o quarto para tomar banho e descer para jantar. Eu esperei por ela na sala. Se eu subisse para tomar banho, acabaria na cama e não desceria.

Senti meu telefone vibrar em meu bolso. Eu o peguei e deslizei meu dedo para atende-lo.

— Precisa de algo?— Perguntei assim que atendi o telefone.

Sim, Rodolffo. Preciso que você venha em casa. Agora— Ouvi meu pai dizer, com um tom de agonia.

— O que houve?— Questionei, franzindo o cenho.

Venha e descobrirá— Ele disse, em um tom misterioso, antes de desligar.

Eu odeio esse tom.

— Jena, preciso sair. Peça para Luna jantar e não deixe que ela durma tarde. Eu não sei se irei demorar.— Avisei.

— Sim, senhor Rodolffo.— Ela concordou.

Eu peguei minhas chaves, minha carteira e meu telefone. Peguei meu carro e segui até a casa dos meus pais. Quando entrei, meu pai estava sentado em um dos sofás enquanto Gustavo andava de um lado para o outro.

— O que está havendo?— Perguntei os olhando.

— Sente-se.— Meu pai pediu. Eu me sentei— O que eu vou contar é sigiloso. Mas preciso que saiba.

— E isto é sobre o quê, exatamente?— Questionei franzindo o cenho.

— Sobre Isabela.— Gustavo disse ansioso.

Eu franzi o cenho, um pouco intrigado. Me parece que tudo relacionado à essa mulher me deixa assim. É algo que não posso evitar e que não tenho controle algum. Mas pela forma como eles estão, aparentemente, não é uma boa notícia.

— Prossigam.— Disse os olhando. Até eu estava ficando nervoso e ansioso aqui.

Meu pai concordou e respirou fundo antes de começar:

— Há mais ou menos dois anos, os Lazcano se envolveram em um problema. Por causa de Isabela. Ela não tem culpa, claro. Mas eles foram indiciados como principais suspeitos pela morte Hans Ludberg. Um turista que encontraram morto em uma vala no dia 12 de janeiro.— Meu pai começou, me olhando— O caso foi fechado por não encontrarem provas que o condenassem, nem que encontrassem o verdadeiro assassino.

— E por que foi reaberto?— Questionei, me encostando no encosto do sofá.

— Porque eles encontraram uma testemunha. Ela vai depor daqui à alguns dias— Foi a vez de Gustavo dizer.

Eu o encarei, curioso e irritado por ele saber mais do que eu.

— Como sabe sobre isto?— Questionei, o encarando rígido.

— Afonso nos informou.—Ele respondeu, me olhando.

— Ele teme que isso possa manchar a nossa reputação e a dele, e é por isso que vamos ajudá-lo. De qualquer forma, ele é um velho amigo. E como sua mãe diz: não deixamos amigos na mão.— Meu pai disse se levantando e pegando o telefone.

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