Rodolffo Lamberti
Tirei meu blazer e o coloquei em cima de uma cadeira. Ajudei Isabela à retirar o dela e fiz o mesmo, o colocando em cima de outra cadeira. As cortinas estavam abertas, mostrando a excelente vista que tínhamos de Washington. Eu desabotoei as mangas e as dobrei até o antebraço. Me direcionei à cozinha para preparar o jantar. Isabela me olhou curiosa.
— O que foi?— Questionei, arqueando a sobrancelha.
Ela deu um sorrisinho.
— Por que não me disse que iria cozinhar?—Ela questionou, me olhando.
Eu encolhi os ombros.
— Faz parte da surpresa.— Sorri de canto.— Mas não fique tão convencida, eu jamais cozinharia para qualquer pessoa.—Disse, antes de me virar e começar à preparar a carne.
Isabela riu. Eu abri o vinho Saute-Loup, um das coleções de meu pai. E um dos mais caros. Ele adora o Saute. E sinceramente, é um vinho gostoso. Servi duas taças enquanto preparava o jantar. Garanto que não levou trinta minutos para tudo estar pronto. Preparei batata assada, filé cozido no vinho tinto e salada de vegetais.
— Quando Gustavo mencionou que você era um bom cozinheiro, não achei que a realidade iria ultrapassar as minhas expectativas.— Isabela disse me olhando divertida.
— Acreditava que eu não era tão bom quanto parece?— Questionei, arqueando a sobrancelha.
— Bom, agora me pergunto o que Rodolffo Lamberti não sabe fazer? Porque esta comida ficou maravilhosa.— Ela disse me olhando com um sorrisinho de canto.
— Obrigado.— Sorri de canto.— Bem, há muitas coisas que sei fazer. Você é que nunca me questionou.— Disse comendo um pedaço de batata.
— Você nunca deixou.— Ela disse me olhando.— Você possui lados. E nem sempre permitiu que eu os visse.— Ela disse.
— Está vendo muitos lados meus.— Disse à olhando. Ela sorriu de canto. Eu pigarreei.— Há sobremesa, se quiser.
Ela franziu o cenho e me olhou, curiosa.
— E você pode me dizer qual é a nossa sobremesa?— Ela arqueou a sobrancelha.
— Bem, há uma boa torta de limão esperando por você.— Respondi, à olhando.
— Você preparou?— Ela questionou, me olhando. Eu assenti, confirmando.— Quando teve tempo para isso tudo?
— Bom, eu estive aqui mais cedo. Depois de passearmos pelo parque.— Respondi, suavemente.— Gosto de tudo bem planejado, Isabela.
— Eu notei.— Ela disse sorrindo de canto, antes de beber o restante da taça de vinho.— Mas, podemos fazer outra coisa agora.
Eu concordei. Isabela e eu nos levantamos. Ela me estendeu a mão, passando seu outro braço pelo meu pescoço.
— Me diga que você não irá pisar no meu pé.— Pedi, brincalhão.
Liguei o som em um volume baixo, mas o suficiente para escutarmos e dançarmos. Preferi algo mais brasileiro. Juro, não tinha intenção de ter essa música mas ela foi a primeira que apareceu na playlist. "Dependente" daquela banda "Sorriso Maroto".
Eu não sei se Isabela conhecia esta, mas nós dançamos juntos. Entre sorrisos e olhares intensos. É como diz a música: "parece que a gente já está dependente um do outro."
— Achei que você nem gostava de música.— Ela disse rindo.
— É claro que eu gosto de música.— Retruquei, franzindo o cenho incrédulo.
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Um problema sem solução.
RomanceTudo começa quando uma das maiores empresárias do ramo de designer se torna sócia de uma das maiores empresas de arquitetura dos Estados Unidos. Rodolffo Lamberti, que após a perda precoce de sua esposa, se tornou um pai viúvo e um homem amargurado...