Capítulo 48

167 10 0
                                    

Rodolffo Lamberti

Tirei meu blazer e o coloquei em cima de uma cadeira. Ajudei Isabela à retirar o dela e fiz o mesmo, o colocando em cima de outra cadeira. As cortinas estavam abertas, mostrando a excelente vista que tínhamos de Washington. Eu desabotoei as mangas e as dobrei até o antebraço. Me direcionei à cozinha para preparar o jantar. Isabela me olhou curiosa.

— O que foi?— Questionei, arqueando a sobrancelha.

Ela deu um sorrisinho.

— Por que não me disse que iria cozinhar?—Ela questionou, me olhando.

Eu encolhi os ombros.

— Faz parte da surpresa.— Sorri de canto.— Mas não fique tão convencida, eu jamais cozinharia para qualquer pessoa.—Disse, antes de me virar e começar à preparar a carne.

Isabela riu. Eu abri o vinho Saute-Loup, um das coleções de meu pai. E um dos mais caros. Ele adora o Saute. E sinceramente, é um vinho gostoso. Servi duas taças enquanto preparava o jantar. Garanto que não levou trinta minutos para tudo estar pronto. Preparei batata assada, filé cozido no vinho tinto e salada de vegetais.

— Quando Gustavo mencionou que você era um bom cozinheiro, não achei que a realidade iria ultrapassar as minhas expectativas.— Isabela disse me olhando divertida.

— Acreditava que eu não era tão bom quanto parece?— Questionei, arqueando a sobrancelha.

— Bom, agora me pergunto o que Rodolffo Lamberti não sabe fazer? Porque esta comida ficou maravilhosa.— Ela disse me olhando com um sorrisinho de canto.

— Obrigado.— Sorri de canto.— Bem, há muitas coisas que sei fazer. Você é que nunca me questionou.— Disse comendo um pedaço de batata.

— Você nunca deixou.— Ela disse me olhando.— Você possui lados. E nem sempre permitiu que eu os visse.— Ela disse.

— Está vendo muitos lados meus.— Disse à olhando. Ela sorriu de canto. Eu pigarreei.— Há sobremesa, se quiser.

Ela franziu o cenho e me olhou, curiosa.

— E você pode me dizer qual é a nossa sobremesa?— Ela arqueou a sobrancelha.

— Bem, há uma boa torta de limão esperando por você.— Respondi, à olhando.

— Você preparou?— Ela questionou, me olhando. Eu assenti, confirmando.— Quando teve tempo para isso tudo?

— Bom, eu estive aqui mais cedo. Depois de passearmos pelo parque.— Respondi, suavemente.— Gosto de tudo bem planejado, Isabela.

— Eu notei.— Ela disse sorrindo de canto, antes de beber o restante da taça de vinho.— Mas, podemos fazer outra coisa agora.

Eu concordei. Isabela e eu nos levantamos. Ela me estendeu a mão, passando seu outro braço pelo meu pescoço.

— Me diga que você não irá pisar no meu pé.— Pedi, brincalhão.

Liguei o som em um volume baixo, mas o suficiente para escutarmos e dançarmos. Preferi algo mais brasileiro. Juro, não tinha intenção de ter essa música mas ela foi a primeira que apareceu na playlist. "Dependente" daquela banda "Sorriso Maroto". 

Eu não sei se Isabela conhecia esta, mas nós dançamos juntos. Entre sorrisos e olhares intensos. É como diz a música: "parece que a gente já está dependente um do outro."

— Achei que você nem gostava de música.— Ela disse rindo.

— É claro que eu gosto de música.— Retruquei, franzindo o cenho incrédulo.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora