Rodolffo Lamberti
Depois do café da manhã com Isabela, eu me despedi, temporariamente, já que nos veríamos na empresa. A sua governanta me olhava curiosa e eu quase senti como se ela estivesse vendo a minha alma. Ela não parava de me encarar com um sorrisinho durante o café da manhã.
Romero chegou alguns minutos depois de Isabela sair. Eu disse que estava tudo bem se ela quisesse ir. Ele me olhou surpreso por eu ter batido a minha Lamborghini. Havia um grande amaçado na frente, do lado esquerdo, e alguns arranhões. Eu não quero nem saber o que aconteceu. Depois do guincho a embarcar, Romero e eu fomos para o Bentley para voltar para casa. Assim que chegamos, segui ao meu quarto para me trocar. Peguei um terno de três peças preto e por baixo uma camisa social branca e um sapato marrom escuro.
(Roupa do Rodolffo)
Já no andar de baixo, Romero estava na sala com alguns selecionados para substituir a Jena, já que ela não vinha desde que Luna foi para a casa de Gustavo. Havia um chefe de cozinha e uma ajudante de cozinha.
Eu fiz a minha escolha e deixei que Romero escolhesse mais dois empregados para a limpeza da casa. Eu não os veria muito, de qualquer forma. O chefe se chamava Chester, já sua ajudante se chamava Erin. Era tudo o que eu precisava saber, além de suas recomendações, é claro.
Depois de apresentarmos, eu segui até a garagem. Assim que a abri, vi meu Aston Martin Vantage, do ano, preto. É claro que eu tinha um carro reserva. Nunca se sabe quando iria precisar de um. Eu entrei e dei a partida, ouvindo o ronco do motor. Eu acelerei, atravessando os portões de casa, indo em direção à empresa.
Mas no caminho, eu mudei a minha rota. Eu precisava ir à um lugar do qual evito faz três anos. E eu não poderia ignorar outra vez, porque eu senti que precisasse estar lá para que essa culpa fosse tirada se cima de mim. Queria que ela me ouvisse, queria que tirasse a culpa que eu sinto, que ao menos me escutasse.
Eu evitei durante todos esses anos ir ao cemitério. Evitei ir ao túmulo dela, porque tive medo de não saber lidar com isso e não encarar. Mas, desta vez, se eu quiser seguir em frente com Isabela, preciso encarar o passado de uma vez. Eu tinha consciência de em que cemitério ela estava. Era um dos maiores cemitérios de Nova Iorque e um dos mais vigiados. A família Antonelli costuma manter todos os cuidados das sepulturas da família. Com Laurel, não seria diferente.
Eu desliguei o motor do carro, respirando fundo, e retirei o cinto de segurança. Abri a porta e desci, parando na calçada, em frente à entrada do cemitério. Eu fiquei tentando encontrar coragem para dar o primeiro passo à dentro. E quando o fiz, não poderia parar, porque se parasse, eu daria meia volta e entraria de volta no carro. Eu segui pelo caminho feito de pedra, observando as sepulturas. Não tinha a menor ideia de onde ela havia sido enterrada, nunca tive essa curiosidade, porque nunca pensei que iria estar aqui.
Quando avistei uma grande capela e algumas sepulturas feitas a partir de quartzo, eu soube que era da família Antonelli. Eu respirei fundo e caminhei em sua direção. Eu encontrei a sepultura de Laurel, ao lado de um homem. Não me preocupei em olhar suas informações, eu apenas queria ver a dela. Eu coloquei as mãos nos bolsos da calça e me forcei a falar, olhando diretamente para a sua foto que estava ali, na sepultura:
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Um problema sem solução.
RomansTudo começa quando uma das maiores empresárias do ramo de designer se torna sócia de uma das maiores empresas de arquitetura dos Estados Unidos. Rodolffo Lamberti, que após a perda precoce de sua esposa, se tornou um pai viúvo e um homem amargurado...