Um problema sem solução.

Capítulo 35

Rodolffo Lamberti

Nós saímos do parque e seguimos até um restaurante no centro de Washington. Eu achei que Isabela fosse preferir outro tipo de restaurante mas comida brasileira me parece ótimo. Nós chegamos ao restaurante. Na fachada, estava escrito "Fogo de Chão Brazilian Steakhouse". Quando entramos, vi o salão grande, repleto de mesas e cadeiras lotadas. Senti uma súbita ansiedade social subir pelo meu corpo.

— Achei que a ideia era ser um lugar calmo.— Disse à olhando.

— Vamos ficar no andar de cima. É mais calmo e menos lotado.— Ela disse estendendo a mão para mim.

Eu à peguei. Isabela me guiou por uma escadaria que levava ao andar acima de nós. Lá, sim, era um lugar calmo e aconchegante. Não havia uma multidão, apenas algumas pessoas.

O chão era feito de mármore para dar um bom acabamento e combinação com as paredes. Elas tinham um tom azul claro, com alguns quadros e lustres modernos no teto para a decoração. Haviam mesas que proporcionavam uma boa vista pela janela.

Nós seguimos até uma das mesas que ficava próxima à janela. Eu fiz questão de puxar a cadeira para que ela se sentasse. Depois, sentei-me em meu lugar.

O garçom apareceu, fazendo um leve cumprimento. Ele nos olhava com atenção. E alguns minutos depois, ele retornou com o gerente.

— Há algum problema?— Questionei, impaciente.

— Não, senhor.— O gerente disse me olhando— Mas gostaríamos de apenas garantir que o senhor se sinta confortável, senhor Lamberti.— Ele disse me olhando.

Quando citou meu sobrenome, eu sabia que ele não ia me deixar confortável aqui. Eu forcei um sorriso e olhei para Isabela. Ela encolheu os ombros.

— Se me deixarem fazer uma refeição sem interrupções, será mais que suficiente.— Disse os encarando.

Eles se entreolharam e assentiram.

— Sim, é claro. Vou deixar que nosso melhor garçom atenda aos seus pedidos.— Ele disse se retirando.

Eu revirei os olhos, soltando um suspiro impaciente.

— O que desejam pedir?— O garçom perguntou.

Parecia que ele não iria tirar aquele olhar. Estava nos encarando como se fossemos as Kardashians. Eu não me importo que saibam quem eu sou, faz parte de ser um dos melhores arquitetos do país e um dos homens mais cobiçados, segundo a forbes, mas não é isso que está me incomodando. Ele está tentando adivinhar algo sobre Isabela e eu. Posso notar pela forma como está nos encarando.

Quando Isabela e eu finalmente decidimos o que pedir, ele anotou e depois se retirou. Nós pedimos "filet mignon" com acompanhamento de salada de aspargos e batata. Além de pedir um "cabernet" diretamente importado do Brasil.

— Se eles não sabiam que estava aqui, agora sabem— Ouvi Isabela dizer.

Eu estava batucando com os dedos na mesa, enquanto observava o lado de fora. A minha mente ainda estava naquele fotógrafo. Eu não tenho a menor ideia do que acontece entre Isabela e eu, e não sei como vou explicar aquela foto. Nem mesmo à Luna. Se aquela foto for publicada, eu vou atrás daquele paparazzi e irei fazer com ele nunca mais trabalhe em uma editora.