Um problema sem solução.

Capítulo 75

Isabela Lazcano

Eu abraçei Rodolffo com força, me agarrando à ele. Eu não tenho duvidas de que realmente me apaixonei pelo homem certo, de que amo o homem certo. É o Rodolffo, sempre vai ser. Ele e eu ficamos o dia inteiro juntos. Ele não pretendia sair do meu lado e eu não o queria longe. Mais tarde, consegui o levar ao cinema. Mas, não o forcei à ir para uma sala cheia de pessoas. Sua fobia social iria atacar. Aluguei uma sala vip apenas para nós dois. Assistimos "Como Eu Era Antes De Você". Eu não sei se Rodolffo prestou mais atenção no filme ou em mim. Mas era bom ver como ele me olhava. Como esteve por perto, como cuidou de mim.

Eu queria fazer algo por ele, assim como fez por mim. Não precisava, mas queria. Apenas para retribuir.

Algumas horas depois

Podemos dizer que fiz uma loucura. O dia começou tão bem, mas vai acabar tão mal...

Há alguns dias, Rodolffo mencionou que iria convidar Ava para conversar. Bom, ela vai ter uma surpresa quando souber que eu é quem irei encontra-la. Rodolffo sabe que Ava jamais iria admitir isso à ele. Mas à mim, tinha chances dela contar. Eu inventei uma desculpa para o Rodolffo sobre ir pegar algo para Tyler e pedi à Emma que mudasse o local e a data de encontro. Eu sei que Rodolffo pediu à ela para avisar Ava. E eu disse que não deveria dizer nada à ele.

— A senhorita vai me meter em encrenca com o senhor Rodolffo. Eu não estou gostando disso.— Emma disse quando eu pedi para não dizer nada ao Rodolffo.

— Diga que você não sabe. Apenas isso. Ele vai ficar mais irritado comigo do que com você.— Disse à olhando.

— Eu não quero perder o meu emprego. Todos aqui sabem o que acontece quando desobedecemos uma ordem do chefe.— Ela disse preocupada.

— Emma, minha querida amiga, ele não vai demitir você. Não se preocupe. Agora faça o que eu pedi.— Disse colocando as mãos em seus ombros.

Ela concordou, antes de ligar. Eu nem me dei o trabalho de passar em casa. Segui direto até a cafeteria que combinamos. E quando eu cheguei lá, adivinhem só? Ava Antonelli estava sentada em uma mesa enquanto olhava o celular. Ela usava uma blusa decotada branca, uma saia preta e um colar que brilhava tão forte que se eu estivesse em Portugal, eu o veria com total clareza. Seu motorista estava ao lado de fora, próximo de um Alfa Romeo Giulia vermelho.

Eu entrei na cafeteria, que ficava no prédio de empire state, e caminhei até ela. Tirei meu casaco e quando puxei a cadeira, ela me olhou com um olhar de deboche. Eu forcei um sorriso e coloquei o telefone e bolsa em cima da mesa enquanto me sentava. Deixei o gravador de voz ligado e desliguei a tela. Não queria que ela duvidasse.

— Pensei que me encontraria com Rodolffo, não com você.— Ela disse, me olhando com desdém.

— Desculpe se não sou quem você esperava.— Disse à olhando.— Achei que deveríamos ter uma conversa sobre às suas má condutas.

Ela riu sarcástica.

— "Más condutas"?— Ela questionou.— Desculpe, acha que você tem razão para falar de mim? Não é você quem está dormindo com um homem viúvo que enterrou o corpo da minha irmã à poucos anos? Acha que vê tem moral o suficiente para falar de mim?— Ela questionou, cruzando os braços.

— Caso não tenha notado, Rodolffo quis seguir a vida dele. Por mais estúpida que a sua cabecinha minúscula seja, tenho certeza de que sabe que não há nada errado nisso.— Disse a encarando.— Mas há coisas bastante erradas em você tomar a filha dele.