Capítulo 34

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Isabela Lazcano

Eu olhei em seus olhos, sem reação. O seu tom demonstrava que ele estava sendo sincero, sendo verdadeiro. Eu me aproximei com cuidado, sem desviar o olhar de seus olhos. E engoli em seco, tomando uma decisão que eu não sei se irei me arrepender depois. Rodolffo apenas me olhou com atenção.

Cuidadosamente segurei o seu rosto entre minhas mãos e me aproximei ainda mais dele, fechando o espaço entre nós. Me inclinei e beijei seus lábios. Ele não recuou, retribuiu, mas eu notei a rigidez em seu corpo, era como se ele evitasse me tocar. 

Eu me afastei para encontrar seus olhos. Suas mãos estavam bem fincadas nos bolsos da calça.

— O que houve?—Sussurrei o olhando.

Ele abaixou a cabeça, mordendo o lábio inferior. Rodolffo suspirou antes de levantar a cabeça para me olhar.

— Não é... nada—Ele franziu o cenho.— Mas, a ultima vez que nos beijamos, você fugiu. E não estou dizendo que não estava certa, mas eu não estou afim de fazer você fugir outra vez. Eu não quero ser invasivo.—Ele disse, olhando em meus olhos.

Eu suspirei, desanimada. Deslizei minha mão pelo seu braço e o acariciei.

— Aquilo não foi culpa sua, eu já disse isso à você.—Disse suavemente.

— Aconteceu depois que toquei você, de uma forma bem invasiva.—Ele disse me olhando.

— É por isso que está com as mãos dentro dos bolsos desde que chegamos?—Questionei, o olhando.

— Eu disse que não consigo ficar perto de você. Está se tornando um problema.—Ele disse desviando o olhar de mim.

— Por que diz isso?—Eu perguntei, fazendo ele me olhar.

Ele tirou as mãos dos bolsos e deu em ombros.

— Eu não sei o que há comigo quando está você por perto. Não tem lógica, Isabela. É como se fosse um problema que não consigo resolver. Um problema sem solução.—Ele disse me olhando.

Eu arqueei as sobrancelhas, desacreditada. Não acredito no que estou ouvindo.

— Às vezes, acho que você não se ouve muito bem.—Cruzei os braços.

— Eu estou tentando encontrar a lógica entre eu e você. Eu não sei o que está acontecendo. Você não sai da minha cabeça.—Ele encolheu os ombros, antes de respirar fundo e massagear o rosto.

— Talvez, Rodolffo, só talvez, não deva ter lógica entre a gente.—Disse o olhando.—Precisa admitir isso. Porque acabou de admitir que está atraído por mim.

Ele forçou a mandíbula, engolindo em seco.

— Eu não consigo entender.—Rodolffo disse me olhando, como se estivesse completamente confuso.

— E não precisa. Pode ser complicado para você, mas não é o único aqui.—Disse olhando em seus olhos— Eu estou atraída por você. Eu gosto de você...—Disse desviando o olhar para as árvores ao nosso lado.— Você é uma das poucas pessoas que fazem com que me sinta confortável.

Senti ele tocar a minha bochecha, a acariciando. Eu fechei meus olhos e respirei fundo. Minha respiração não era uma das mais controladas agora. Mas o seu toque me acalmava.

— Ainda há muitas coisas entre nós, Isabela. Eu não vou me abrir, outra vez, à alguém e sair despedaçado.—Ele disse suavemente.

Eu abri os olhos para olha-lo.

— Eu entendo completamente que não a esqueceu.—Disse o olhando— E não deve. É a mãe da sua filha. Mas, Rodolffo, precisa seguir em frente.

— Eu estou tentando, Isabela.—Ele disse olhando em meus olhos.— Você me mudou em algo.

Um problema sem solução.Onde histórias criam vida. Descubra agora