Isabela Lazcano
Após o almoço, Rodolffo e eu saímos para ir aos jardins botânicos de Washington. Diria que é um lugar agradável e lindo de se ver. Bom, se você gostar de flores, é um paraíso.
— Como me convenceu à vir aqui?— Ele questionou, em um tom suave enquanto observava o jardim.
— Não sei. Apenas convenci.— Encolhi os ombros enquanto caminhávamos pelo jardim.— Você não gosta de flores?— Questionei, me virando para ele.
Rodolffo sorriu de canto.
— Bom, eu gosto de flores.— Ele respondeu, me olhando.— Mas, não falei sobre o jardim.
— Está falando sobre Washington?— Arqueei a sobrancelha. Ele assentiu.— Não convenci, você veio por trabalho.
— Na verdade, não. Eu sei que deixei parecer que era trabalho. As questões sobre as nossas imagens publicas e tudo mais, mas eu vim por você.— Ele disse olhando em meus olhos.
— E quanto ao projeto? Você ficou por ele.— Retruquei, o olhando.
— Bom, aquele projeto nem sequer me faria falta, Isabela. Mas você, sim.— Ele disse me olhando, antes de voltar a olhar para nossa frente.— Não acho que conseguiria trabalhar sem saber como você estava.
— Sinceramente, achei que não ficaria por mim. Você é obcecado por trabalho, Rodolffo.—Disse o olhando.
Ele parou, colocando as mãos nos bolsos, enquanto respirava fundo olhando além de nós. Rodolffo abaixou a cabeça, franzindo o cenho.
— O trabalho foi a única coisa que me fez esquecer tudo. Eu passei mais tempo do que gostaria naquela empresa, mas era a única opção que eu tinha para distrair a minha mente do passado.—Ele disse me olhando.— Eu nunca quis que ninguém atrapalhasse isto. Me tornei mais obcecado do que deveria estar. Eu ocupei a mente com projetos e construções, quando deveria estar em outro lugar, com outra pessoa.—Ele respirou fundo.— Mas, você mudou muitas coisas.
— Acho que você foi quem permitiu.— Disse o olhando enquanto me aproximava devagar. Ele me olhou com o cenho franzido.— Rodolffo, eu sei que você mesmo nunca deixou ninguém se aproximar. Sempre se fechou. De todos.— Disse abraçando ele.
— Isto faz com que você seja a única pessoa com quem eu tenha me aberto.— Ele disse suavemente.— Especialistas dizem que após um evento traumático, é comum alguém se fechar, se afastar e, com o tempo, se abrir novamente. Mas acho que só precisava esperar o momento certo e a pessoa certa.— Ele disse encolhendo os ombros.— Como você fez? Eu não sei, e eu não me importo em como fez isto, mas me importo com o que fez comigo.— Ele acariciou minha bochecha suavemente.— É como se eu estivesse me afogando e você tivesse me puxado, Isabela. É como se só você me alcançasse.— Ele sussurrou ainda mais próximo do meu rosto.
— Bom, me parece que derrubei as suas defesas. E eu salvei você.— Disse com um sorrisinho.
— Quando ficou tão convencida?— Ele questionou, sorrindo de canto, enquanto segurava o meu rosto com a mão esquerda.— Você não está errada. Você me salvou de algo que estava me corroendo por dentro. E há muitas coisas que eu preciso consertar.
— Eu sei. Mas você pode me agradecer de outra forma.— Eu disse sugestivamente, deslizando minhas mãos até o seu pescoço.
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Um problema sem solução.
RomanceTudo começa quando uma das maiores empresárias do ramo de designer se torna sócia de uma das maiores empresas de arquitetura dos Estados Unidos. Rodolffo Lamberti, que após a perda precoce de sua esposa, se tornou um pai viúvo e um homem amargurado...