Capítulo 47

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Isabela Lazcano

Após o almoço, Rodolffo e eu saímos para ir aos jardins botânicos de Washington. Diria que é um lugar agradável e lindo de se ver. Bom, se você gostar de flores, é um paraíso.

— Como me convenceu à vir aqui?— Ele questionou, em um tom suave enquanto observava o jardim.

— Não sei. Apenas convenci.— Encolhi os ombros enquanto caminhávamos pelo jardim.— Você não gosta de flores?— Questionei, me virando para ele.

Rodolffo sorriu de canto.

— Bom, eu gosto de flores.— Ele respondeu, me olhando.— Mas, não falei sobre o jardim.

— Está falando sobre Washington?— Arqueei a sobrancelha. Ele assentiu.— Não convenci, você veio por trabalho.

— Na verdade, não. Eu sei que deixei parecer que era trabalho. As questões sobre as nossas imagens publicas e tudo mais, mas eu vim por você.— Ele disse olhando em meus olhos.

— E quanto ao projeto? Você ficou por ele.— Retruquei, o olhando.

— Bom, aquele projeto nem sequer me faria falta, Isabela. Mas você, sim.— Ele disse me olhando, antes de voltar a olhar para nossa frente.— Não acho que conseguiria trabalhar sem saber como você estava.

— Sinceramente, achei que não ficaria por mim. Você é obcecado por trabalho, Rodolffo.—Disse o olhando.

Ele parou, colocando as mãos nos bolsos, enquanto respirava fundo olhando além de nós. Rodolffo abaixou a cabeça, franzindo o cenho.

— O trabalho foi a única coisa que me fez esquecer tudo. Eu passei mais tempo do que gostaria naquela empresa, mas era a única opção que eu tinha para distrair a minha mente do passado.—Ele disse me olhando.— Eu nunca quis que ninguém atrapalhasse isto. Me tornei mais obcecado do que deveria estar. Eu ocupei a mente com projetos e construções, quando deveria estar em outro lugar, com outra pessoa.—Ele respirou fundo.— Mas, você mudou muitas coisas.

Acho que você foi quem permitiu.— Disse o olhando enquanto me aproximava devagar. Ele me olhou com o cenho franzido.— Rodolffo, eu sei que você mesmo nunca deixou ninguém se aproximar. Sempre se fechou. De todos.— Disse abraçando ele.

— Isto faz com que você seja a única pessoa com quem eu tenha me aberto.— Ele disse suavemente.— Especialistas dizem que após um evento traumático, é comum alguém se fechar, se afastar e, com o tempo, se abrir novamente. Mas acho que só precisava esperar o momento certo e a pessoa certa.— Ele disse encolhendo os ombros.— Como você fez? Eu não sei, e eu não me importo em como fez isto, mas me importo com o que fez comigo.— Ele acariciou minha bochecha suavemente.— É como se eu estivesse me afogando e você tivesse me puxado, Isabela. É como se só você me alcançasse.— Ele sussurrou ainda mais próximo do meu rosto.

— Bom, me parece que derrubei as suas defesas. E eu salvei você.— Disse com um sorrisinho.

— Quando ficou tão convencida?— Ele questionou, sorrindo de canto, enquanto segurava o meu rosto com a mão esquerda.— Você não está errada. Você me salvou de algo que estava me corroendo por dentro. E há muitas coisas que eu preciso consertar.

— Eu sei. Mas você pode me agradecer de outra forma.— Eu disse sugestivamente, deslizando minhas mãos até o seu pescoço.

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