Baque

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Capítulo 62

Caroline Vitale D'Angelo

Não demorou muito a gente havia chegado a minha casa, e tudo aparentava estar bem calmo, calmo demais para o meu gosto, eu olhei para o Filippo que estava se preparando para sair do carro mas antes de sair o mesmo abriu o porta-luvas e pegou um revólver.

Eu logo reconheci era um TAURUS 357H que possui capacidade de 7 tiros no calibre, 357 Magnum, sistema de cano de 6 3/4" exclusivo construído em aço e inserido em uma capa de alumínio com trilho Picatinny integrado, vértice de mira ajustável e compensador de recuo, Filippo então entregou o mesmo para mim.

- Espero que você não precise - Ele colocou o revólver em minha mãos - Se precisar use-o e não erre - Eu segurei o mesmo e concordei com o mesmo.

- Eu espero que não seja nescessário - Digo e ele sai do carro indo em direção a casa.

Abaixo minha cabeça assim que se passam alguns minutos entediada, não saber o que estava acontecendo me incomodava bastante, levantei minha cabeça e notei um movimento estranho, peguei o revólver e desci do carro indo atrás tentando não ser notada.

Eu continuo indo atrás do semblante estrando que está mascarado, ele entra na minha casa, ele parece conhecê-la bem como se já estivesse andado aqui antes, permaneci calada apenas observando até ouvir ele falar no rádio comunicador.

- Alvo na mira - Ele deu uma pausa - Permissão para atirar? - Eu olho para a direção que ele estava concentrado e logo vejo meu marido e o ruivo conversando, ele vai atirar em um dos dois não posso permitir que isso aconteça, pego o revólver e me aproximo lentamente.

- Permissão... - Antes que a voz no rádio finalizasse o comando, eu disparei o revólver, foi quando o sangue do mesmo respingou sobre mim.

- Negada - Digo me abaixando, tirando sua máscara e vi um semblante conhecido... Mário.

- O que foi isso? - Ouço Filippo perguntar.

- Foi som de tiro - O som da voz de Benjamin aflito logo se fez presente no ambiente, logo após o conflito todo começou, sons de tiros começaram a ecoar, alguns funcionários que não tinham envolvimento algum com aquela situação começaram a gritar assustados, e a correrem de um lado para o outro tentando se proteger a qualquer custo.

- Caroline? - Filippo diz chamando minha atenção - Você tem que sair daqui imediatamente!

- É uma cilada não é? - Eu digo e o mesmo concorda - E o Ben?

- Ele vai ficar bem confie nele! - De repente um silêncio avassalador se fez presente, era possível ouvir o som das correntes de ar e como em uma contagem regressiva, 3.. 2.. 1... O caos começou, sons de tiros foram escutados rasgando as longas cortinas e logo em seguida perfurando os móveis, meus pés pareciam que estavam se perdendo do chão.

Estou consumindo todo o ar que meus pulmões consegue respirar, e ainda sim estou ficando com a respiração escassa, o som de arrombamento me choca trazendo novamente para a realidade, Filippo me agarrar me arrancando daquele local, meu marido ainda está lá, e temo que seus inimigos arranquem toda a pele dos seus ossos em um ato cruel de assassinato... Ele está se sacrificando pela segunda vez sem nem pensar, sem hesitar..

O ruivo me puxa para saída de emergência sempre se colocando a minha frente, me protegendo. Estamos quase chegando ao carro quando eu olho para frente da minha casa e vejo um corpo caído ao chão familiar, uma mulher.

Andréa.
Talvez eu me arrependa depois desta decisão mais ela está machucada, e o seu sangue ja começa a fazer um tapete vermelho no chão, ela está grávida precisa de ajuda, eu tenho que ajudá-la.

Eu faço sinal para o Filippo apontando para a Andréa que logo entende onde eu quero chegar, corremos em sua direção, ela parece fraca quase sem vida, mas em sua feição não há dor e sim preocupação.

Filippo pega em seus braços e a carrega para o carro colocando-o no banco do passageiro, e eu também me sento com sua cabeça em meu colo jogando a arma em qualquer lugar do carro.

- Precisamos levá-la ao hospital mais próximo Filippo - Digo convicta da situação - Ela perdeu muito sangue

- Certo - Ele diz já entrando no carro e dando partida, eu olho para Andréa que tenta trazer a mão ao encontro do meu rosto, sussurrando algo que eu quase não posso ouvir, então me inclino um pouco para ouvir-la.

- Salva o meu filho - Ela fala baixinho, fraca - Por favor, mantenha meu filho a salvo

- Eu prometo que o farei - Digo.

- Caroline? - Andréa está olhando para mim neste momento.

- Sí? - Falo.

- Eu estou morrendo - Ela diz e logo depois tosse um pouco de sangue - Eu nunca pensei como eu acabaria morrendo e muito menos que acabaria em seus braços, eu sei que não fui uma das melhores pessoas que passou na sua vida mas eu quero pedir desculpas... - Ela uma pausa puxando o ar para si mesma, enquanto pega a minha mão - Não por amar o seu marido, mas sim desculpas por te machucar involuntariamente, eu deveria ter aceitado que o Benjamin não poderia ser meu, porque ele só tem olhos para você

- Andréa.. - Chamo o seu nome, não sabendo exatamente o que dizer - Você não precisa..

- Preciso sim, todas minhas atitudes me trouxeram para este dia, para este momento, por favor, me escute Caroline - Ela diz e eu concordo permanecendo em silêncio - Eu sei que estou morrendo, sou esperta o suficiente para saber que o tiro foi fatal, eu poderia ter evitado.. Agora meu bebê vai nascer e eu não vou ver ele dar os primeiros passos, crescer e tudo mais, isto para mim é a verdadeira tragédia, por favor não deixe meu filho desamparado, cuida dele é única coisa que eu te peço..

- Eu sei que eu não posso te pedir nada mas, a vida é cruel com aqueles que não recebem amor e cuidados o suficiente - Diz - Não faça isso por mim, faça por ele para ele ter uma chance, eu errei não ele..

- Fique tranquila Andréa, prometo que nada de ruim vai acontecer com ele, nem com você - Digo - Eu prometo..

- Não faça promessas que não pode cumprir - Diz falando mais baixo, e eu levanto minha cabeça vendo o hospital logo mais a frente - Mas obrigada mesmo assim..

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