"No final todos morrem.."

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Capítulo 74

Aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportado; é natural sentir prazer no final do próprio sofrimento.

- Sêneca

Benjamin Vitale D'Angelo

Deixei o ruivo nos guiar, enquanto apoiava o corpo de Ângela sobre o meu, era possível ouvir barulho de tiros não muito longe de onde estávamos e eu sabia que isso significava uma guerra interna, que foi travada e passava de geração em geração em um ciclo de ódio sem fim. Isto acaba hoje, pelo meus bambino, pelos futuros filhos de alguém não serem envolvidos em uma guerra que não lhe pertencem.

Coloco Ângela apoiada sobre o banco e peço para que a mesma permaneça naquela área segura, pego um colete a prova de bala e sigo em direção onde os tiros encoam mais alto, era na entrada da casa, os inimigos estavam atirando contra os meus soldados de dentro da da maldita casa.

- Cesar fogo homens - Grito tomando a frente deles ficando no fogo cruzado e os mesmo fazem isso de imediato, o que automaticamente fazem os filhos da puta fazerem o mesmo confusos e até mesmo curiosos.

- O que está planejando Don? - Um soldado inimigo pergunta - Não faça nenhum movimento bruscos, temos você na mira

- Bom - Abro um sorriso pequeno, pois o mesmo não está mentindo, há bolinhas vermelhas por todo o meu corpo - Lhe ofereço uma uma chance

- Chance de que? - Ele rir - Não vamos aceitar nada que venha dos italianos malditos

- Chance de sair dessa vivo - Digo sorrindo - Ouçam bem - Neste momento fecho minha feição parando de esboçar qualquer expressão facial - O desgraçado que lideram vocês ja caiu, estou dando a vocês uma oportunidade de se arrependerem e aceitarem submissão a máfia italiana, para assim saírem dessa com vida

- E caso recusar-mos? - Pergunta.

- Vocês mexeram com os italianos errados - Digo - A casa está cercada, não há um mísero espaço deste terreno que não tenha um italiano esperando uma única ordem para massacra-los, a escolha é vossa, vocês tem quinze minutos a partir de agora, quanto esse tempo passar se não obtivemos a uma resposta, corpos vão cair e não vão ser os nossos - Digo de costas saindo da linha de frente, por fim um silêncio se estabeleceu ninguém ousara dizer nada apenas ficavam a posto esperando qualquer sinal de ordem minha.

- Você fica assustador quando negocia Benjamin - Filippo diz.

- Ossos do ofício - Falo cabisbaixo, estou tentando me manter calmo e não parecer ansioso mas tudo que eu quero neste momento é voltar para minha casa e saber que tudo isso está por fim encerrado de uma vez por todas.

- Ele é pequeno - Filippo diz baixo - E já está lutando para viver - E eu tento não deixar minha expressão falhar mas é inútil - É branquinho como Andréa e eu tenho quase certeza que ele puxou seu olhos

- Por que está me falando isso? - Pergunto olhando para eles com os olhos semicerrados.

- Andréa morreu - Ele diz.

- Filho da puta desgraçado! - Digo apertando meus pulsos com força, juro que farei aquele lixo pagar por todos seus pecados ainda em vida, e novamente o silêncio instalou-se e tudo parecia nevoado, um flash back de tudo que vive com aquela mulher passou diante dos meus olhos, Andréa era indomável, sexy e autoritária, não me arrependo de nada que passei ao seu lado, eu sabia da sua estória e sabia o quanto ela havia sofrido e eu havia prometido que ela nunca mais iria precisar passar por aquilo outra vez, e eu falhei como um miserável que sou e agora ela morreu..

Me desliguei de mim, mais uma vez.
Mais uma vez meu coração acelera e eu sinto as minhas mãos ficarem trêmulas, por que caralhos sempre falho? Se existe mesmo essa coisa chamada de destino por que caçoa tanto de mim?
Respirei fundo tentando focar na situação que está a minha frente, olho pra Filippo que mostra que falta apenas um minuto.

- Homens - Digo e ao passar o olho sobre todos eles vejo que já estão a postos, pego o relógio de pulso do Filippo e olho para o mesmo - Ao meu comando - Caminho novamente até o fogo cruzado, e me sento no chão mesmo e começo a contar em voz alta, quando falta apenas trinta segundos.

- Preparar! - Filippo fala.

- Vinte e dois - Digo alto e em bom tonto para todos ouvirem.

- Engatinhar! - Ele diz e os soldados o fazem.

- Quinze - Continuo a contando.

- Apontar! - Neste exato momento todas as armas possíveis estão apontadas para o casebre, se antes eles estavam hesitando agora já não estavam.

- Cinco, quatro - Nenhum sinal de rendição, no fim da contagem.

- Soldados - Filippo está preste a da a ordem quando o primeiro desgraçado sai para fora com as mãos para cima e joga a arma no chão.

- Somos miseráveis mas temos família e queremos viver - Ele diz e logo atrás os outros saem e fazem o mesmo que o primeiro fez a poucos segundos - Nos rendemos aos malditos italianos

- Continue a nos insultar que perderá a língua e logo em seguida a cabeça - Falo e ele engole seco.

- Perdão Don - Ele fala.

- Como se viram rápido contra a sua máfia, seu líder - Falo rindo - Passaram pelo treinamento que todos são obrigados a passar, e se para nois filho dos berço italiano já e ruim para vocês serão dez vezes pior - Digo rindo, virando as costas saindo - Acabou..

- Você pode voltar para casa agora.. - Filippo diz.

- Sim eu posso..

O Don Benjamin Onde histórias criam vida. Descubra agora