Conversas Banais

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Capítulo 47

Caroline Vitale D'Angelo

Benjamin voltou em seguida vestido apenas uma cueca box na cor preta e se deitou ao meu lado, seus olhos foram ao encontro dos meus e ele sorriu parecendo sereno.

- O que foi? - Pergunto sorrindo também.

- Se tivermos filhos futuramente qual sua preferência? - Perguntou me puxando para seu encontro, encostei a cabeça em seu peito sentindo seu coração bater, eu nunca tinha pensado nisto.

- Eu gostaria que tivéssemos três filhos - Dei uma pausa - Dois meninos e uma menina

- Eu gostaria que nossos filhos tivessem os seus olhos - Ele diz e eu sorrio - Já pensou numa mini Caroline com a carinha emburrada correndo pela nossa casa?

- Ou um mini Benjamin todo autoritário com ciúmes da irmã - Digo e nós dois gargalhamos.

- Vou fazer tudo ao meu alcance para ela virar feira! - Ele diz e eu olho para ele negando - Só tem macho filho da puta nesta porra, só em imaginar que nosso futuro bebê pode casar com alguém que levante a mão para ela, ou um maníaco por regras me sangue chega a ferver!

- Tenho certeza que você não vai permitir que nada de ruim aconteça com ela! - Digo e ele concorda beijando a minha testa - Por que está perguntando sobre isto agora?

- Alguém me fez perceber que nunca tivemos esse tipo de conversa - Diz - Quero saber mais do que estavam nos seus papéis, quero saber coisas verdadeiras sobre você Car - Diz, eu não entendo porque assim tão repentino mais eu posso dar uma chance a ele, talvez possamos nos aproximar um do outro.

- Você sabe o por quê eu tenho medo de escuro? - Pergunto e ele nega.

- Meu pai raramente me tocava fisicamente, quando ele queria me castigar ele conseguia ser bem criativo - Dei uma pausa respirando fundo - Certo dia eu havia fugido de casa para encontrar a Josephine mas quando o papai descobriu o castigo veio...

- O que ele fez? - Pergunta ouvindo atento.

- Ele me puxou pelo braço e me levou até um quarto escuro que não tinha nada dentro dele - Dou uma pausa lembrando cada detalhe - Ele me trancou lá, e em seguida a tortura começou, eu comecei a sentir algo subindo em mim por todo lado do meu corpo, eu tentava retirar mais não adiantava continuavam sucessivamente a subir sem parar, eu gritava pedindo perdão.. gritava dizendo que nunca mais faria algo parecido outra vez..

- Figlio di puttana - Ben diz sua respiração está pesada.

- Por isso que quando eu fico sozinha no escuro eu fico com medo - Dou uma pausa - Sinto a mesma sensação de impotência daquele dia, aqueles insetos subindo pelo meu corpo..

- Shii - Ele diz passando um fio de cabelo para trás da minha orelha enquanto faz um cafuné - Desculpe..

- Tá tudo bem.. - Digo e ele se mantém calado - Qual o seu maior medo?

- Agora? - Ele pergunta e eu permaneço apenas ouvindo o som da sua voz - Meu maior medo é me tornar um monstro desprezível ao seus olhos..

- Para isso você teria que ser pior que o meu pai - Digo dando uma pausa, Benjamin pode ter errado comigo porém se ele seguisse as regras que são impostas para os membros da máfia minha vida seria horrível, como por exemplo, no dia em que eu rebati suas palavras no nosso jantar, ali mesmo ele poderia ter aplicado um castigo em mim por desobediência mas pelo o contrário ele me deixa livre para falar e dar minhas opiniões - Você sempre permite que eu tenha minha próprias escolhas, sempre me dar o máximo de liberdade possível algo que eu nunca tive

- Mas deveria ter - Fala - Eu gostaria de mudar algumas coisas mais não sei se eu consigo

- Quais coisas? - Pergunto interessada em ouvir.

- Algumas ideias banais - Ele diz e eu o lanço um olhar curioso que implorava para que ele falasse a respeito - Eu gostaria de incrementar as mulheres nos negócios, dar mais espaço para elas

- Por que está pensando em incrementar isto agora? -  Pergunto.

- Esse pequeno tempo com você tive um momento de clareza, homens são facilmente manipuláveis quando estão almejando algo... Ou amando... - Ele diz dando uma pausa - Já mulheres não, elas nos manipulam para conseguir o que querem seja uma vez com seus corpos ou com sua inteligência

- Estou te entendendo - Falo - Mulher, sedutora, e perigosa...

- É a mulher que sabe seduzir com o corpo - Ele se levanta ficando por cima de mim - te mata, e te conquista com a mente!!

- Acho que você deveria fazer! - Digo e suas mãos escorregam sobre a minhas coxas parando na minha cintura, passo minhas pernas envolta do seu corpo e ele me puxa para si deixando nossos rostos a poucos centímetros de distância.

- Oh minha doce donzela, você me daria o enorme prazer de mim acompanhar em um encontro hoje para que eu possa corteja-la e falar belas palavras ao  seu ouvido enquanto minha única intenção é beijar-la como se fosse a única coisa eu devesse fazer para ser feliz? - Ele diz e eu sorrio.

- De fato que sim meu caro senhor, será um enorme prazer acompanhar-lo está noite enquanto fala tais palavras que eu não vou nem ouvir porque estarei perdida no som da sua voz, imaginando tais profanos atos com o senhor - Digo e nos olhamos, e segundos depois explodimos de rir um do outro.

Levo minhas mãos ao seu rosto e o acaricio vendo o mesmo fechar os olhos sentindo o meu carinho, por algum segundos ele tentou falar alguma coisa mas parecia não conseguir dizer o que pretenderia, então segurei sua mão e dei um leve aperto.

- Você é a droga que eu queria evitar, mas pelo contrário eu nunca pensei que pudesse me viciar tanto quanto estou viciado agora Caroline... - Ele diz e eu me aproximo do seu rosto roubando um beijo seu que logo retribuiu, nossas línguas brincavam entre si enquanto minha barriga estava cheia de borboletas..

O Don Benjamin Onde histórias criam vida. Descubra agora