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Capítulo 63

Caroline Vitale D'Angelo

Chegamos na brigada onde se encontrava bastante barulhento, Andréa ainda esta viva porém fraca, então Filippo para, o carro em frente a entrada do hospital não se importando se aquele local, onde o carro estava era ou não um estacionamento. Logo então ele deu a volta no carro e a pegou em seu colo a levando para dentro da brigada.

- Um médico agora! - Ele grita e logo a enfermeira traz a maca onde cuidadosamente ele a coloca - Ela foi baleada e perdeu muito sangue

Ele diz e logo eles a levam tirando a mesmo no nosso campo de visão, logo em seguida eu olho para o ruivo a minha frente eu estou tremendo, o sangue de Andréa misturado com o sangue de alguém que eu..... Matei

Isso é tão assustador e isso não sou eu.
Sem tirar os olhos de mim Filippo parece me analisar e perceber o que se passa em meus pensamentos neste momento então, ele me abraça me reconfortando.

- Calma - Ele faz um cafuné em meu cabelo - Eu sei que é difícil para você - Ele faz uma breve pausa - Mas por que não procura algo mais terrível para se identificar? tudo vai ficar bem - Ele dar um beijo na minha testa - Eu prometo

Ele afirma e eu quero acreditar em suas palavras.
Mas então por que eu não consigo? Por que?
Após o ruivo me reconfortar resolvemos sentar e esperar notícias de Andréa.

Nos primeiros quarenta minutos o relógio a minha frente me incomodava, a cada tic tac sem saber o que estava acontecendo naquela sala, as paranóias que invadiam a minha mente, não conseguia pensar direito e nem confiar em ninguém da brigada. Até que a médica responsável por Andréa aparece na minha frente, a sua cara não é nada boa o que já me angustia e me diz que ela não me traz uma noticia boa.

- Parentes ou familiares da senhora Andréa Micci?  - Ela diz, logo eu e Filippo levantamos ficando na sua frente.

- Então doutora como ela esta? - Pergunto passando a mão na minha barriga, fazia muito isso com frequência quando ficava nervosa, isso me tranquilizava.

- Infelizmente não trago boas noticias - Ela dar uma pausa - A senhorita Andréa sofreu uma grande perda de sangue, sofrendo então uma grave hemorragia interna tivemos que iniciar uma cesariana de emergência por conta do rompimento da bolsa antes do tempo necessário, tivemos algumas complicações e durante o procedimento ela teve uma parada cardíaca mas conseguimos reanima-la  

- Ela esta estabilizada neste momento? - O ruivo pergunta e a medica nega.

- O procedimento esta sendo mais complicado que o esperado - Ela começa a explicar  - Estamos tentando estabilizar tanto a mãe quanto a criança mas a possibilidade de ciquenta de cinquenta por cento da criança não resistir 

- E então o que a senhora faz aqui ao invés de estar naquela sala, salvando a vida dos dois? - Falo.

- Há muitas possibilidades do que pode acontecer dentro daquela sala, uma delas é vocês tenham que acabar escolhendo entre a vida dela e a do bebê - Ela dar uma pausa - E é por esse motivo que estou aqui senhora

Eu olho para o Filippo, mas  que tipo de pergunta é essa? Nenhum ser humano deveria ser obrigado a escolher entre uma vida de duas pessoas, ainda mais em uma situação como essa.
Sem deixar de trocar o meu olhar com o de Filippo, noto que ele nega e como em uma conversa, eu posso entender claramente o que ele quis dizer, então viro para a medica e suspiro.

- Quero que faça de tudo para salvar ambos mas se for necessário escolher entre os dois - Dou uma breve pausa - Salve o bebê, Andréa jamais me perdoaria por escolher salva-la e matar o seu bebê, ela não suportaria..

- Certo - Ela diz por fim e vira as costa saindo retornando para a sala de cirurgia.

E novamente eu me sentei, as coisas estão acontecendo rápido de mais, estão fugindo do pouco de controle que eu tinha, a cada dia, a cada momento eu fico presa nessa impotência e mesmo que eu olhe em volta e procure eu, não acho nenhum lugar para esconder dos meus problemas. É sempre uma situação, uma pessoa que não acabam bem.

Após ficar parada olhando para o relógio, enquanto pensava noto que já se passaram dez minutos, nesse meio tempo não vir nada que acontecia até que algo nas janelas que são de vidro me chamam atenção, posso ver a água cair e colidir com chão, será possível que todas as vezes que as coisas não vão bem, chova? Como se o céu lamentasse o ocorrido? Ou essa chuva seria de comemoração a uma pequena coisinha boa, que aconteceu hoje?

Estou de fato, perdida em devaneios, se algo desse errado com a Andréa naquela sala, eu não sei como eu reagiria, confesso que parte de mim ficaria orgulhosa por tê-la ajudado independente das coisas que ela me fez, isso me faz lembrar o quão eu estou bem comigo mesma, em outra época creio que não teria feito o mesmo.

{. . .}

Vinte minutos depois, a chuva ficou fraca agora estava apenas chuviscando, estava fazendo um pouco de frio e foi por isso que Filippo me deu seu blaze, enquanto resmungava alguma coisa sobre eu ficar doente e os sobrinhos dele também ficarem, e também de deu um sermão por não se prevenir e sair com um casaco.

A medica surgiu diante de nossos olhos, fazendo com que o ruivo encerrasse o seu sermão, sua cara não era boa e eu sentia que ela não nos trazia notícias boas.

- Então doutora? - Pergunto ficando de pé.

- Primeiramente quero lhes dar os parabéns, pois acaba de nascer um lindo menino - Ela diz, e sinto que tem mais alguma coisa.

- Mas? - O Ruivo rouba a bendita pergunta de minha boca, a médica então tira o olhar de mim e o leva para ele.

- Mas..

O Don Benjamin Onde histórias criam vida. Descubra agora