Capítulo 11

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- Você o quê? - Ela deu um grito, surpresa. Micael levou um susto e em seguida sorriu. - Como assim? Eu achei que vocês estavam bem, tinha feito as pazes e tudo!

- Te falei que não tinha como a gente ficar bem. - Suspirou e mordeu um pedaço do sanduíche. - Naquele dia eu cheguei em casa e ela brigou comigo por causa da flor. - Completou depois de engolir. - A chata reclamou de tudo, da flor, do elogio, da intenção, da hora que cheguei... - Rolou os olhos, sem saco.

- Mas vocês não ficaram juntos? - Soph perguntou sem graça. - Depois dessa briga toda?

- Pra falar a verdade, não teve muita briga, ela começou a reclamar eu não dei trela e fui tomar banho. Quando voltei, ela tava lá, toda oferecida de camisola transparente.

- Tá legal, você dá muitos detalhes. - Virou a cara e comeu uma batatinha, disfarçando a careta. - Não quero saber o que ela usou pra te convencer.

- E quer saber o que? - Ele tinha um sorriso no rosto. - Eu tomei banho pensando em você.

- Ou, limites! - Reclamou de novo, mas o que tentou esconder dessa vez foi um sorriso. - Precisamos de limites.

- Tá legal, vou manter o foco. - Deu uma risada mais aberta. - Chamei minha filha pra conversar e disse a ela que queria ajuda pra sair de casa, pra que tudo fosse amigável, mas eu não ia fazer isso ontem.

- Pra que você meteu a menina nisso? - Perguntou após um gole de refrigerante. - É um assunto de vocês.

- Ela já tem dezessete anos, eu supus que fosse me entender. Mas ela falou pra Lilian, que surtou, fez uma cena e enfim, tomei coragem e sai de lá.

- Fala sério, você vai voltar pra lá. - Balançou o copo vazio. - Foi só mais uma briga.

- Eu não tenho vontade de voltar pra lá. - Foi sincero. - Um amigo meu, o único que sabe sobre você, acha que foi por sua causa que eu saí.

- Ah não, não joga pra cima de mim, eu não quero ser responsável pelo fim da família de ninguém. - Balançou as mãos. - Se é esse o caso, prefiro me afastar.

- Eu não acho que você seja responsável. - Deu de ombros. - Você me deu coragem pra fazer algo que eu estava protelando há muito tempo. Eu sei que a gente se conhece há quatro dias, mas Soph... Eu adoro você.

- Está me assustando. - Arregalou os olhos. - Saiu de casa não tem nem vinte e quatro horas.

- Você não vai ficar comigo né? - Perguntou baixo, parecia chateado. - Nunca?

- Você é bem emocionado né? - Ergueu uma sobrancelha. - Acabou de dizer que nos conhecemos há quatro dias. Relaxa, bom velhinho...

- Bom velhinho? - Ela riu e ele se fingiu de ofendido. - No dia que eu puder te mostrar como é o velhinho aqui, você não vai querer saber de outra coisa!

- Puta merda. - Ergueu o braço arrepiado. - Não fala dessa forma, eu pareço uma menina regrada e boazinha, mas não sou tanto.

- Você me chamou de emocionado, mas eu sei que gosta de mim também. - Sorriu desafiadoramente. - Eu não sei que tipo de conexão bizarra nós temos, mas ela existe. Eu sei que ficou com ciúme quando eu contei que fiquei com a Lilian.

- Fiquei. - Assumiu, pois estava inebriada ao olhar nos olhos sedutores de Micael.- Não, não fiquei. - Se corrigiu.

- Então eu posso contar a você? - A voz era baixa e sedutora. Ele jogou as embalagens no banco de trás e se virou pra mulher que ainda o encarava. - Posso dizer como eu a beijei? Dizer que passei minha barba no pescoço dela enquanto ela jogava a cabeça pra trás com aquele pequeno início de prazer?

- Para com isso. - Pediu baixo, mas no fundo sabia que não queria que ele parasse com nada.

- Eu passei a mão pela perna dela e subi pela camisola... - Ele esticou a mão pra passar nela, que convenientemente estava de vestido. - Enquanto eu beijava seu pescoço... - Lhe deu beijinhos ali. Tinha conseguido, seria dele se quisesse e nem tinha feito muito esforço. - Você consegue imaginar como é que tudo aconteceu ou quer mais detalhes? - O hálito quente em seu ouvido tinha levado um arrepio gostoso por sua coluna.

- Cala a boca. - Pediu e o beijou. A loira foi no céu e voltou algumas vezes. Aquele beijo tinha sido diferente de tudo o que já tinha provado. Então era verdade o que tinham dito a ela certa vez. Homens mais velhos são muito melhores do que os novinhos, e olha que ele não era nem tão mais velho assim.

Sentiu a mão dele que ainda estava em sua coxa se mexer e subir mais um pouco. Não teve cabeça pra pedir que parasse, céus, aquela não era ela. Se pegando em plena luz do dia dentro de um carro.

Recebeu o carinho e seu corpo inteiro se retesou. O beijo foi interrompido e ela aproveitava bem o que os dedos experientes de Micael faziam em sua intimidade.

- Eu preciso de você dentro de mim. - Falou bruscamente e ele se surpreendeu. - Eu não posso ficar assim. Levou as mãos a cabeça.

- Aqui não é lugar. - Ele sussurrou sem parar o carinho. A mulher mordia o lábio pra segurar os gemidos. - Esta de dia, todo mundo vai ver o carro balançando.

- Que se dane, eu preciso disso! - Abriu os olhos e ele pode perceber o tesão presente. - Eu não posso simplesmente ir pra casa sem isso. Você começou, agora termina.

- Eu não preciso estar dentro de você pra terminar isso. - Sorriu. Puxou a mulher na sua direção e colocou os lábios nos dela pra que nenhum gemido escapasse.

Seus dedos hábeis mudaram o ritmo e agora estavam dentro dela, pelo menos três. Ela sentia, era como se fosse se desfazer a qualquer momento. A outra mão na nuca dela, prendia suas bocas juntas para que não se soltasse e então, aumentando cada vez mais o ritmo ele realmente conseguiu acabar com aquilo.

- Mas que merda. - Ela disse ofegante, tentando recuperar um pouco de dignidade que fosse. - Eu não sou assim, eu juro.

- É uma pena então... - Seus olhos ardiam. Soph conseguiu por um instante afastar o olhar e viu o volume por cima da calça.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora