Capítulo 53

236 22 25
                                    

- Para de fazer suspense e conta de uma vez. - Nath pediu impaciente - Parece que você tem uma super fofoca pra contar.

- Bom, esse rapaz que eu conheci no aplicativo levou um amigo. - Deu de ombros. - Já foi uma surpresa aí, afinal, achei que seriamos só nós dois.

- Mas você me chamou. - Sophia rolou os olhos. - Você me chamou pra segurar vela?

- Eu chamei pra sair e conhecer alguém na balada, eu não cheguei a pedir que ele te arranjasse alguém. - Lua deu de ombros.

- Ah, dava no mesmo, sem saco pra conhecer gente nova. - Soltou um suspiro.

- Aí é que está. - Começou a rir. - Não era gente nova, Sophia. Quem estava lá, era o pai da Nath.

- O quê? - Sophia e Nath disseram ao mesmo tempo.

- Pois é, eu tive essa mesma reação quando o vi e eu aposto que ele também. - Deu risada. - Foi tipo uma surpresa bem surpresa mesma.

- E eu furei. - Rolou os olhos. - Tá vendo, Nathaly, realmente não é pra ser mesmo.

- Claro que não é pra ser. - Afirmou. - Me fala o que meu pai estava fazendo lá?

- Me parece que o amigo estava obrigando ele a sair e ser "jovem". - Fez sinal de aspas. - Tivemos um jantar muito agradável, falamos muito de vocês duas.

- Eu não sei se quero saber não... - Sophia se sentou, tinha uma expressão confusa, enquanto Nathaly parecia brava. - Acho melhor deixar pra lá, Lua.

- Eu quero saber! - Nath disse ainda de cara fechada. - Quero saber o que meu pai falou sabendo que você me contaria.

- Olha, ele não demostrou nenhum pudor, mesmo sabendo que eu falaria. - Lua disse sem graça. - Você com certeza não vai gostar das coisas que vai ouvir.

- Imagino que não, já que você veio bem rapidinho contar pra Sophia, não é? - Brigou. - Imagino as coisas que não falaram. Ele mandou algum recado?

- Você não deixa eu contar. - Bufou. - Quando entramos no assunto vocês duas, eu estava contando sobre a briga de ontem, na faculdade.

- Fofoqueira. - Sophia implicou. - Não dava pra conversar sobre outras coisas não?

- Não. - Deu risada. - Eu e Arthur demos boas risadas. O fato é que eu contei o que você disse da Nath ter que te agradecer por não querer nada. - Ouviram a amiga bufar. - Contei na esperança de que ele desmentisse.

- Não aconteceu né? - Nath parecia triste.

- Não. Ele disse que a Sophia tinha razão, que é ela que liga pro que você pensa, que se dependesse dele, te colocaria de castigo e pronto. - Soph deu uma risadinha, adorava ter razão.

- Meu pai é ridículo. - Disse revoltada. - Minha nossa!

- Eu vi ele beijar pelo menos umas três mulheres ontem, na balada. - Isso atingiu as duas em cheio. - Me desculpem, mas eu precisava contar.

- Eu te disse, Nath. - Soph disse baixo, claramente chateada. - A sua mãe não é mais suficiente e eu nem digo isso pela doença.

- Eles pareciam bem... - Resmungou.

- Você não está dizendo que eles estão juntos né? - Nath assentiu. - Caralho, ele disse que ia fazer isso e eu não acreditei.

- É tão absurdo assim? - Engoliu em seco. - Eles sempre viveram juntos.

- Nath, ele disse que você tinha ganhado. - Fez força pra lembrar das palavras. - Que você queria os pais juntos, que sua mãe queria ele em casa. Falou que se não podia escolher quem queria, ia ficar com quem escolheram pra ele.

- Parece até que está sendo obrigado a ficar com ela.

- E está mesmo. - Sophia resmungou. - Por todos vocês e até mesmo por mim.

- Nath, ele falou que vai trair a sua mãe. - Ela olhou horrorizada. - E ele falou isso pra mim, sabendo que eu falaria pra você. Deve estar muito seguro de si pra falar isso. Eu até falei que a Sophia não ia aceitar uma coisa dessa. - Nath se virou e encarou a amiga que apenas balançou a cabeça. - Ele disse que o Rio de janeiro é muito vasto, que tem sempre alguém que aceita.

- Meu pai só pode estar de brincadeira. - Se sentou na cama ao lado de Soph. - Ele não pode fazer uma coisa dessa com a minha mãe, ela estava tão animada hoje cedo.

- Ele está com raiva. - Soph comentou. - De todas nós que ficamos falando pra ficar com ela, mesmo ele deixando claro que não queria mais.

- Já pode parar de falar como se conhecesse mais o meu pai que eu. - Foi grossa e ouviu o suspiro de Sophia. - Eu o conheço há dezessete anos!

- Por favor né? - Soph começou a falar com deboche. - Já falamos disso hoje, você não o conhece como eu conheço, ele não se abre com você pra conversar sobre as coisas como se abria comigo, você é filha dele, Nathaly.

- Vocês não vão brigar né? - As duas balançaram a cabeça negativamente. - Muito bem, afinal, Sophia não tem culpa das decisões do seu pai.

- Lua, por acaso o nome do rapaz que você saiu é Arthur? - Nath respondeu antes.

- Com certeza, meu pai saiu ontem todo animado e cheiroso e disse que ia encontrar o Arthur. - Disse desanimada. - Porque, conhece ele também?

- Eu beijei o Arthur. - Confessou rindo.

- O quê? - Lua franziu a testa. - Fala sério Sophia, você pega todo mundo?

- Voces não lembram uma vez que eu estava surtando porque ele não me atendia? - Disse rindo. - Que eu tinha beijado o amigo dele?

- Parece que foi em outra vida. - Nath até deu um sorrisinho. - Naquele dia eu até brinquei "está namorando meu pai?" Ou algo assim. Aff. - Balançou a cabeça.

- Arthur é gatinho, deu sorte. - Disse pra Lua. - Parece ser legal também, embora eu nunca tenha conversado com ele, já que ficou um clima terrível depois dessa merda que eu fiz.

- Ele é legal, passamos a noite juntos. - Suspirou. - Mas ele não vai ligar de novo, não faz o tipo dele e eu também acho que não estou nem afim.

- Está querendo dizer que se ele ligar, você não vai atender?

- Exatamente. - Deu uma risadinha. - A carinha dele diz que nunca foi desprezado por mulher nenhuma, ele merece sentir isso.

- Capaz de se apaixonar. - Nath disse baixo. - Ser desprezado assim...

- Aí amada, o problema é dele. - Lua deu uma risada mais alta. - Eu não estou afim de namorar ninguém.

.
.
.

As meninas ficaram conversando por um tempo e logo branca chamou para o almoço. No início da noite, Rafael levou a namorada pra casa e quando a menina entrou, encontrou com pais abraçados no sofá, assistindo algo na tv. Bruna está ali perto também, por um tempo, aquela foi a cena que quis ver, mas depois do que Lua contara...

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora