Capítulo 69

246 25 25
                                    

- Bruninha, você é mais madura do que eu e sua irmã juntas. - Deram risadas. - No final o que importa é que os dois tão bem.

- Pois é. - Sorriu. - Já que você não quer ir no banheiro coisa nenhuma, o que acha da gente ficar na cozinha que pelo menos tem cadeiras pra sentar? - Soph assentiu e já na cozinha. - Quer um suco?

- Ah, eu aceito. - Disse simpática e observou a menina colocar um pouco no copo.

- Só não vou te oferecer biscoitos porque está quase na hora da janta e minha mãe me mata se eu abrir o pote de biscoitos.

- Não precisa. - Deu risada. - Eu não quero ser a culpada por você levar uma surra daquelas. - Brincou e a menina pareceu ficar com medo. - É brincadeira!

- Eu sei que é. - Voltou a sorrir. - Mas eu nunca vi meu pai fazer aquilo. Será que ele agora é assim?

- Não, fica tranquila. - Passou a mão nos cabelos da enteada. - Seu pai continua o mesmo, a Nath passou dos limites e mesmo assim, eu garanto que ele não está nada feliz com o que fez.

- É, eu vi. - Suspirou. - Tomara mesmo.

- Você não precisa ficar com medo do seu pai. - Tentou confortar a menina que há pouco não dava nenhuma brecha. - Ele ama você.

- Eu tinha medo dele esquecer da gente. - Confessou. - Uma amiga minha disse que o pai dela tinha outra família e não quis mais saber deles.

- Ah, mas eu duvido! - Bruna sorriu. - Seu pai só fala de vocês o tempo todo e eu vou garantir pra você, de mulher pra mulher, que se um dia ele falar que não quer saber de vocês eu puxo a orelha dele bem forte.

- Obrigada. - Ganhou um abraço inesperado e surpreendente. Tão surpreendente que Micael e Lilian vinham andando abraçados e os dois tinham os olhos arregalados. Sophia olhou por cima da cabeça de Bruna e viu quando se afastaram.

- Que isso aqui? - Bruna largou Sophia, mas permaneceu perto.

- Estávamos conversando. - Sophia contou, ignorando o nó na garganta que tinha ficado ao ver Micael abraçado com Lilian. - Coisas de meninas, não é Bruna?

- É sim. - Disse tímida e ainda longe do pai.

- Que foi? - Ele cruzou os braços. - Você está estranha. - Bruna olhou pra Sophia que assentiu e falou por ela.

- Ela tá com medo de você. - Ele arregalou os olhos novamente. - Não me leve a mal, mas até eu estou depois de ver você batendo na Nathaly.

- Medo de mim? - Se sentou em uma cadeira e puxou a filha pela mão. - Você me conhece, Bru. Sabe que não precisa ter medo de mim.

- Você nunca tinha feito uma coisa daquela. - Ele soltou um suspiro pesado. - Não o pai que eu conheço. A Sophia disse que você não é assim agora que a Nath exagerou. - Ele olhou pra Sophia e ela sorriu.

- A sua irmã passou de todos os limites. - Tentou fazer uma voz suave. - Talvez por acreditar que eu não seria capaz de fazer o que fiz.

- Sophia também disse que se você esquecer da gente, ela mesma vai puxar sua orelha. - Soph deu risada. - Me convenceu.

- Ué, mas a gente não tinha promessa de mindinho? - A menina rolou os olhos. - Até onde eu sei promessas de mindinho não podem ser quebradas, precisou a Sophia me ameaçar pra você acreditar?

- Eu acredito mais nela do que em você. - Confessou e fez os três rirem.

- Toma distraído. - Soph brincou e ergueu a mão pra Bruna bater. - Toca aqui!

- Você tem jeito com crianças, Sophia. - Lilian disse e deixou Sophia sem graça.

- Eu não sou criança. - Cruzou os braços. - Você e meu pai tem mania de achar que eu tenho cinco anos.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora