Capítulo 121

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Micael passou três dias internado e então recebeu alta, sexta a tarde. Arthur foi buscar o amigo, já que Sophia estava no estágio e a filha não sabia dirigir.

Agora, já em casa, ele se recostou nos travesseiros fofos e soltou um suspiro. Arthur puxou uma cadeira e e encarou o amigo.

- Fala pra mim o que vamos fazer? - Arthur cruzou as pernas. - Você afastado por sabe-se lá quanto tempo...

- Acho uma grande palhaçada. - Ele rolou os olhos. - Eu estou ótimo.

- Você não vai desafiar ordens médicas. - Arthur brigou. - Infarto é coisa séria!

- Eu sei, mas eu não tenho diabetes, eu não tenho veia ou artéria nenhuma intupida, foi um pico de pressão alta, apenas. A menos que todas as amantes que eu tive apareçam com filhos, eu não acho que vai acontecer de novo.

- E por falar nisso, você é um sonso! - Arthur deu risada. - O tanto que eu defendi você, dizendo que você jamais seria capaz de trair a Lilian e caralho, você pegou uma galera.

- Tá legal, eu sei, mas depois que você conta um segredo pra alguém, deixa de ser um segredo. - Micael deu de ombros. - Estava mais seguro guardado comigo.

- Pilantra. - Balançou a cabeça. - Vê se quando for trair a Sophia, bota camisinha.

- Eu não vou trair a Sophia. - Arthur deu uma olhada debochada. - Fala sério, Arthur!

- Você acha mesmo que vou acreditar em você? - Gargalhou. - Nunca mais, meu amigo. NUNCA MAIS.

- É difícil assim acreditar que eu amo a Sophia? - Franziu a testa. - Eu não amava a Lilian, por isso que eu arrumei tanta amante por aí.

- Na primeira crise que vocês tiverem, você vai procurar outra.

- Ah, fala sério, eu não sou tão ruim. - Se ajeitou mais um pouco. - E para de falar merda, Sophia já está cismada sem ouvir você falar essas coisas, imagina se ouvir.

- Mas você pode ter certeza que eu vou fazer questão de contar. - Lilian entrou no quarto e Micael franziu a testa. Como ela sabia seu endereço? Como tinha a chave? - Você não vale um real, não é mesmo?! 

- Como é que você entrou aqui? - Se sentou. - Como é que tem o meu endereço?

- Porque a sua filha e a sua namorada estavam preocupadas com você e me fizeram prometer que viria aqui trazer comida e ver como você esteva, já que não pode fazer esforço. A trouxa aqui topou, mas devia ter deixado morrer, não é mesmo?

- Não é pra tanto, Lili. - Usou o apelido carinhoso, mas ela só rolou os olhos. - Nem estamos mais juntos, não tem motivos pra você fazer esse drama todo!

- A cinco anos quando você estava fodendo com sei lá quem e fazendo sua bastarda, estávamos juntos, ou eu estou doida? E pelo que entendi, não foi só ela.

- Lilian, acho que não é o momento ideal pra essa briga. - Arthur interviu. - O médico pediu que nada o irritasse.

- Você acha que eu ligo? - Ela cruzou os braços revoltada. - Eu quero é que morra.

- Lili que ódio é esse no coração. - Ele brincou. - Para, você não quer que eu morra.

- Quero sim. - Respondeu severa. - Mas não com um infarto, isso seria fácil e rápido demais. Eu quero que você sofra, Borges.

- Lilian! - Disse horrorizado, no fundo nunca pensou que ela falaria uma coisa dessa. - Para, me perdoa. Eu sei que não devia ter feito nem metade das coisas que fiz, mas acho já era. Temos uma ótima relação, as meninas estão bem no meio, não transforma isso numa guerra.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora