Capítulo 174

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Micael abriu a porta do quarto e encontrou Sophia deitada, olhando pro teto. Não disse nada, passou direto pro banheiro e foi escovar os dentes. Quando voltou, se escorou no guarda roupa.

- Vamos dormir brigados? - Perguntou com braços cruzados e Sophia o encarou. - Tenho certeza que você não quer isso, se quisesse não tinha vindo aqui pra casa.

- Eu não gosto de ir pro apartamento ficar sozinha. Por isso que vim pra cá, é melhor você azedo do que o Márcio me assombrando naquele lugar.

- E eu pensando que era por mim. - Bufou, mas era claramente brincadeira. - Você não acha que está na hora de ficarmos bem? Eu tenho mais motivos que você pra estar chateado.

- Sua insegurança é um motivo idiota.

- Você ter me esnobado não é um motivo idiota. - Se defendeu, mais um vez. - Eu não quero voltar a isso, já deu.

- E eu vou ficar sem meu anel?! - Falou com um bico, Micael prendeu o riso e manteve a faixada séria.

- Infelizmente só vou comprar outro quando o cartão virar. - Viu o bico ficar maior. - Início do mês que vem.

- Hoje é dia seis! - Reclamou.

- Não sabia que você queria tanto um anel. - Caminhou e se sentou na cama. - Achei que era uma coisa banal, que estava feliz demais com seu arame.

- Para de zoar o meu arame. - Alisou com a outra mão. - Eu gosto dele porque é simbólico.

- Mas você já disse que não queria um anel. - Insistiu.

- Tá, eu sei. - Confessou baixinho. - Só não queria parecer desesperada, mas é claro que quero. Um anel torna as coisas sérias de verdade, por mais que eu ame o meu arame, parece uma grande brincadeira.

- Mas eu não brinquei. - Insistiu. - Eu quero casar com você o mais rápido possível, por mim você se muda pra cá amanhã.

- Eu sei que não brincou. - Suspirou. - Desculpe pelo surto do anel. - Se aproximou e lhe deu um beijo. - Hoje foi um dia de muitos surtos, não é? Amo você.

- Amo você também. - Suspirou e enfiou a mão no bolso, revelando a caixinha.

- Ah, fala sério! - Deu um grito empolgada e pegou a caixinha, a abrindo sem hesitação. - É maravilhoso! - Tirou seu arame e logo colocou no dedo, esticando o braço pra admirar melhor o solitário que havia acabado de ganhar. - Você é um belo mentiroso.

- Um anel muito caro pra eu simplesmente jogar fora porque estava com raiva. - Sorriu, ainda achando graça de Sophia namorando o anel. - Pelo visto você gostou mesmo.

- Eu amei! É incrível.

- Escolhido a dedo, não exagerei quando disse que passei uma hora na joalheria. - Brincou e observou a namorada pegar o celular e esticar a mão, logo depois o barulho de foto encheu o ambiente. - Uma foto?

- Pro grupo com as meninas. - Contou empolgada. - Eu te disse, quem importa na minha vida, sabe.

- Tá, mas você podia me dar um beijo, agradecer, dizer que me ama, fazer um amor gostoso. Dentre todas essas opções, a primeira coisa que você escolhe fazer após eu te dar um anel de noivado é tirar foto e mandar pras suas amigas.

- É verdade. - Deu um risada sem graça. - Desculpa, tô empolgada. - Se jogou pra frente, sentando encaixada no colo de Micael. - Eu amo você, o anel é perfeito. Mal posso esperar pelo nosso casamento, pelos nossos filhos...

- E eu muito menos, vem morar aqui! - Pediu novamente. - De vez, não tem nada a ver você manter suas coisas lá naquele apartamento sozinha. Eu e Bruna vamos amar ter você aqui de verdade.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora