Capítulo 129

183 16 21
                                    

Naquele mesmo dia, a tarde, Micael entrava num restaurante. Tinha marcado um encontro com Beatriz, era mais um assunto pendente que precisava resolver antes de seguir a vida.

- Está bonita. - Disse ao ver a mulher sentada numa mesa para dois.

- Obrigada, mas dispenso o elogio. - Ele balançou a cabeça, hoje não estava sendo seu dia. - Me chamou pra quê?

- Como assim pra quê? Você aparece no meu escritório do nada com uma criança que diz ser minha e vem me perguntar porque te chamei? - Ela sorriu. - Não está óbvio?

- Você sumiu, achei que não queria saber da menina. - Deu de ombros. - Eu não vou expor a minha filha a um pai que não quer conhecê-la.

- Ô maluca, foi você que me procurou, se lembra? Achou que eu ia fazer o quê? Dar pulos de alegria? Dizer que ia largar minha esposa pra ficar com você? Me diga, que eu estou curioso.

- Nunca quis que você largasse a sua esposa, acho que você está errando de amante. - Ironizou.

- Todas vocês sempre querem. - Recostou e olhou menu. - Mas fale, mulher, me diga o que é que você quer de mim?!

- Eu não quero nada de você, Micael. - Bufou. - Não quero amor, não quero sexo, não quero dinheiro, nem que largue a sua esposa.

- Então vou repetir a pergunta, voltou por quê? - Ela balançou a cabeça antes de responder.

- Porque minha filha tem quase seis anos e tem curiosidade sobre o pai dela. - Deu de ombros. - Mas eu já entendi que você não quer saber da garota.

- Para de repetir isso! - Bufou. - Você chegou no pior momento possível aquele dia e ainda com a menina! - Reclamou. - Você devia ter deixado a garota com uma babá e vindo conversar comigo sozinha. Mas não, apareceu do nada e literalmente quase me matou do coração.

- Não moramos aqui no Rio. - Deu de ombros. - Não conhecia ninguém, fui no seu escritório no dia seguinte que cheguei. Rubi estava ansiosa e aí você a rejeitou na cara dela.

- Eu só disse "não" - Beatriz deu risada.

- Você disse "não, não, não, não" - Corrigiu. - Ela vai fazer seis anos, sabe o que significou.

- Vou avisar a ela que foi culpa sua que me pegou de surpresa. - Brincou. - Olha, sinceramente, eu não tenho muito a oferecer pra vocês no momento.

- Eu já disse, não vim pedir o seu dinheiro. - Um garçom se aproximou da mesa e anotou os pedidos. - Sou perfeitamente capaz de sustentar a minha filha.

- Bia, eu...

- Olha, você pode esquecer que a gente veio. - Sorriu. - Não tivemos a recepção esperada, minha filha não precisa de um pai como você, eu a amo por nós dois. Já devíamos ter voltado pra casa, mas estou a levando pra conhecer uns pontos turísticos aí estendemos a viajem.

- Eu gostaria de conhecer a Rubi. - Surpreendeu a mulher, que o encarou de forma diferente. - Por que está me encarando assim? Não veio aqui pra isso?

- Micael, eu não vou deixar você entrar na vida da minha filha pra ser ausente. - Se debruçou sobre a mesa. - Ela é adorável, não merece essa decepção.

- Beatriz, eu sempre fui um bom pai pras minhas filhas, não vai ser diferente com a Rubi, mesmo ela tendo caído de paraquedas na minha vida.

- Não vai exigir um exame de DNA? - Ele realmente estava surpresa. - Pensei que seria uma das primeiras coisas que você faria.

- A garota é a minha cara, igual a Nathaly. - Deu de ombros. - Não preciso de DNA. Se fosse um menino que eu ia suspeitar, aparentemente meu pau só funciona pra fazer mulher.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora