Capítulo 183

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Logo depois Micael foi retirado do centro cirúrgico novamente e Sophia ficou com o bebê ao lado, aguardando que a levassem de volta ao quarto. E isso levou mais de duas horas. 
Quando finalmente enfermeiros a empurraram para o quarto sozinha, seu bebê vinha atrás e ela ouviu quando um dos enfermeiros disseram a Micael para acompanhar Caio. 

- Como se sente? - Micael disse quando já estavam só os dois. 

- Estranha. - Ela estava deitada sem travesseiro, completamente desconfortável como a enfermeira a deixou. - Esse acesso aqui incomoda e não me parece que esse soro vai acabar rápido. - Olhou pra bolsa pendurada. - E o Caio? - Perguntou e fez Micael olhar o bebê dormindo no pequeno bercinho. - Será que alguma enfermeira vem colocar ele pra mamar? 

- Soph, sinceramente eu não sei. - Ela franziu a testa. - Eu não fiquei com a Lili no hospital, foi a mãe dela.

- Ah, eu não acredito nisso! - Reclamou, mesmo sem poder falar muito, por orientação médica.

- Na primeira vez ela nem comigo morava ainda. - Se defendeu. - Na segunda, eu fiquei cuidando da Nathaly.

- Papo furado! Você que não quis, o que foi vacilo, agora poderia estar tirando minhas dúvidas.

- E ela teve partos normais, acredito que seja diferente. Só operou pra laquear. - Deu de ombros. - Será que eu posso pegar ele no colo um pouquinho? - Pediu a Sophia que achou graça.

- Está sabendo que ele é seu filho também? - Debochou e Micael mandou língua pra ela. - Você não precisa pedir permissão pra pegar o seu filho no colo.

- Fácil você dizer isso depois que eu pedi, se eu falo antes você surta aí e diz que não é pra pegar porque ele está dormindo, sendo que recém nascidos só fazem isso!

- Você avisou o pessoal? - Ela ignorou e mudou de assunto.

- Avisei a Bruna, acredito que ela se encarregou de avisar o resto do planeta! - Brincou. - Você conhece bem!

- Sim. - Soltou uma risadinha. - Céus, estou faminta.

- E vai ficar mais algumas horinhas. - Debochou, balançando de um lado pro outro com o neném.

- Olha só quando ele quiser dormir balançando, é você que vai acordar de madrugada pra fazer isso. - Avisou e ele na hora se sentou, se tem uma coisa que se lembrava era de como as madrugadas eram difíceis.

- Chata!

Os três passaram os momentos em famílias mais importantes de suas vidas. Sophia aos poucos começou a sentir o corpo voltar, a começar pelos dedinhos dos pés. Quando sua bolsa de soro estava no final e ela estava prestes a comemorar, a enfermeira entrou e colocou outra, aquele processo de repetiu mais três vezes.

Poucas horas depois outra enfermeira colocou Caio pra mamar na mamãe. Não era uma posição agradável, Micael teve que ajudar a segurar, mas era o que tinha a fazer, visto que ela ainda não estava se sentando.

Á noite, por volta das onze, a mesma enfermeira entrou no quanto e avisou que estava na hora de ficar de pé, tirou a sonda do xixi, Micael segurou o bebê e assistiu a luta da mulher, parecia terrível, mas ela conseguiu. Caminhou a passos arrastados, deixando um rastro de sangue pelo caminho.

Já de volta, sem soro, com banho tomado, ela segurou o filho no colo de pé a primeira vez, com os braços aconchegados.

- Você foi feito pra mim. - Disse ao bebê que dormia. - Caminhou devagar e se sentou na cama. - Te amo tanto!

A janta não demorou a chegar, logo ela recebeu uma sopa terrível e Micael uma bela quentinha que cheirava até de longe, parecia até melhor do que o bife com fritas do almoço.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora