Súbito Amor

Capítulo 162

Micael estacionou o carro do outro lado da rua e devido aos vidros bem escuros ninguém conseguia saber que eram eles lá dentro. Sophia parecia apreensiva, segurava a aliança, mas não tinha sequer colocado no dedo. Parecia pensativa.

- Olha lá. - Micael apontou pro outro lado da rua, onde era possível ver Márcio andando de um lado pro outro e Rafael sentado com cara de tédio. - Tem certeza que não quer simplesmente chamar a polícia?

- Eu não. - Respirou fundo, apertou a aliança e se virou pra abrir a porta. Quando viu Micael abrindo a dele também, parou e o olhou. - Onde você pensa que vai?

- Se acha que eu vou deixar você ir lá sozinha, está enganada.

- Mas é um assunto meu. - Ele negou com a cabeça. - Se você sair ele vai ter certeza que estávamos juntos.

- Você acha que eu ligo?

- Espera aqui, se acontecer alguma coisa você vai. - Pediu e ele fechou a porta com um suspiro. - Obrigada.

- Não pense que eu estou feliz, e se ele encostar em você, eu vou chamar a polícia e não estou nem aí. - Resmungou, Sophia sorriu e saiu do carro.

Atravessou a rua devagar e viu quando Rafael apontou na direção dela e Márcio se virou, caminhou bravo até ela.

- Onde é que você se enfiou? - Gritou no meio da rua, Sophia até se espantou, na rua Márcio sempre era um amor, ainda mais se tivesse outra pessoa presente. - Sabe como eu fiquei preocupado?!

- Ah, ficou? - Ela debochou. - Eu imagino o quanto. O que é que vieram fazer aqui?

- Eu liguei quinhentas vezes pra você e não fui atendido! - Declarou. - Mas eu vi que você estava em casa. Agora você sai sem celular pra eu não saber onde você está?

- Você não tem que me rastrear! - Disse entre dentes. - Eu já falei mil vezes.

- Fui na sua casa e o Rafael disse que você não estava lá. - Apontou pro cunhado. - Alguma coisa me disse que você estava com o seu ex.

- Em minha defesa, ele me obrigou a vir aqui. - Rafael falou do canto. - Pensei que fosse me matar se não viesse. Quem te achou? A Nathaly?

- Claro que foi, assustada e com medo do escândalo que vocês estavam fazendo aqui, na frente da casa dela. - Disse brava. - Papelão!

- Eu não fiz escândalo nenhum, eu estou aqui sentado desde que chegamos! - Deu de ombros.

- Cadê o cara? - Márcio puxou Sophia pelo braço e ela tomou um susto. - Hein, fala! - Rafael olhou de cara feia.

- Larga o meu braço! - Puxou, mas ele não largou. - Márcio, você agora vai ficar fazendo escândalo no meio da rua?

- Fala logo, vagabunda! - Apertou um pouco mais o braço. Rafael ficou de pé na hora. - Cadê o cara?

- Perai, você está passando dos limites, Márcio. Larga a minha irmã. - Pediu baixo, controlado, mas foi regiamente ignorado.

- Cadê a sua aliança, Sophia? - Segurou no outro braço e chacoalhou.

- Eu tirei. - Avisou. - Eu não quero mais namorar com você.

- O quê? - Franziu a testa sem entender. - Mas por quê? - Sophia o encarou pensando se aquilo era um teatro ou real. - Sophia, nós vamos casar.

- Só se eu tivesse doida pra casar com você de verdade. - Ele seguia apertando os braços.

- Márcio será que dá pra você largar a minha irmã de uma vez?! - Rafael falou mais alto. - Estamos no meio da rua, será que dá pra manter a decência? Você não pode conversar com ele em casa? - Perguntou a Sophia na tentativa de apaziguar aquela situação.