Capítulo 20

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- Eu te disse que essas minas novinhas são difíceis de lidar. - Ele deu risada da careta de Micael. - E ela não sabia que eu sou seu amigo, ela agarraria qualquer maluco que viesse na direção dela.

- Ah, Arthur. - Rolou os olhos. - Para de reclamar, você adorou.

- Isso é um teste? - Ergueu uma sobrancelha. - Não vou responder nada.

- Eu olhei nos seus olhos, eu sei muito bem reconhecer alguém com tesão. - Cruzou os braços e se recostou na cadeira.

- Me desculpa, mas a garota é um mulherão! - Tentou se defender. - Você me conhece, sabe muito bem qual é o meu ponto fraco.

- A sua cara nem treme né, Arthur? - Resmungou. - Se eu ficar com raiva disso, significa que ela ganhou.

- É uma competição? - Franziu a testa.

- Eu disse a ela que podia ficar com outros caras, você entende? Eu não posso ficar com raiva se ela o fizer. - Arthur riu. - Eu não tenho direito de exigir nada dela, eu não a namoro.

- Então namore ué?! - Deu de ombros. - Você é caidinho por ela mesmo e agora eu sei o motivo. - Brincou e levou uma fuzilada de Micael. - Estou brincando. Existem muitas loiras, gostosas e novinhas pra mim no mundo, eu não vou querer a sua.

- Eu saí de casa tem três semanas e conheço a Sophia há um mês. Eu não vou começar um namoro, ainda mais que ela é super ciumenta.

- Nossa saída hoje está de pé? - Arthur perguntou com incerteza. - Você pode chamar a Sophia e fazer as pazes com ela lá. Daí pede pra ela levar uma amiga pra mim.

- Tá legal, muito recente pra isso, quem sabe semana que vem, ou mês que vem, ou ano que vem, ou nunca! - Disse enciumado e despertou risos em Arthur.

- Você é ciumento e não assume. - Rolou os olhos. - Eu não vou pegar a sua menina. Pelo menos não agora que eu sei que é sua.

- Ainda não conversei com ela e nem sei se vou hoje. - Suspirou. - Ela vai continuar com isso, ficando com caras na minha frente pra me provocar e não estou muito afim de ajudar a fazer isso.

- Como assim ajudar?

- Se eu levar essa mulher pra uma balada, ela vai fazer questão de ficar com gente na minha frente.

- Tá legal, vamos deixar marcado pra outro dia, quando você se entender com a princesa adolescente.

- Debocha mesmo, Arthur. - Bufou. O celular tocou e ele olhou pra mesa, o nome de Sophia brilhou na tela e seus olhos rolaram automaticamente. - Olha? - Ergueu o celular pensando se atendia ou não. - Que vá pra caixa de mensagem.

- Sabe, estou achando mesmo que você tem um ciúme adolescente guardado. - Debochou. - Vai complicar o fácil. É só pedir a garota em namoro, qualquer coisa você termina ué.

- Vai trabalhar, Arthur. - Apontou pra porta. - Toda vez eu te expulso daqui, sabe por quê? - O rapaz ficou em silêncio. - Você não sabe a hora de sair!

- Não está mais aqui quem falou!

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- Ele não atende. - Sophia estava sentada com as amigas, na frente da faculdade, esperando a hora da aula. - Eu caguei tudo, né?

- Digamos que beijar outro cara já é ruim, mas parece que beijar um conhecido...

- Ai, Nath. - Suspirou. - Não fala assim! Eu fiz besteira no impulso, não queria ter feito aquilo, mas ele disse que somos livres pra ficar com outras pessoas...

- Então para de drama! - Lua bufou. - Ele te liberou de ter um compromisso.

- Liberou, mas agora não atende mais essa droga. - Bateu o telefone na mesa. - Eu fiquei com raiva dele dizer na minha cara que ia ficar com outras pessoas, poxa, estava na cama comigo!

- Ele disse isso? - Lua tinha uma sobrancelha erguida. - Assim, com essas palavras?

- Não. - Abaixou a cabeça. - Na verdade ele disse que poderia ficar porque não tinhamos nada sério, mas que não tinha vontade de ficar com mais ninguém. Droga, ele tem razão eu sou uma adolescente dramática e ciumenta.

- Dizem que a nova adolescência vai até os vinte e um. - Mel brincou.

- Queria que tudo se ajeitasse, ele deixou claro que não gosta de mulher ciumenta, falou que saiu de casa por causa disso.

- Está namorando meu pai? - Nath brincou. - Ele que é assim.

- Eca, eu não! - Fez uma careta. - E aparentemente não estou namorando ninguém.

- Eca? - Lua comentou. - O pai da Nath é lindo! - Nathaly fez uma careta. - Nem adianta olhar assim, você nos reapresentou, eu tenho olhos.

- Depois eu vou querer ver uma foto. - Sorriu. - Mas agora, vamos pra aula, preciso distrair a minha mente.

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A noite, mais calmo e depois de pensar muito sobre como agir, ele estava parado na calçada perto da casa de Sophia.

Desce aqui. - Foi a mensagem que enviou e a resposta não demorou muito a vir.

Aqui?

Estou na frente do seu prédio. - Ela não respondeu mais, apenas vestiu uma roupa mais apresentável e se apressou a descer. Viu o carro de Micael parado um pouco atrás e caminhou até lá.

- Pensei que não queria mais falar comigo. - Disse assim que entrou e se sentou no banco do carona. - Não atendeu nenhuma das dez ligações que eu fiz.

- Estava ocupado. - Foi seco. - Vim aqui porque precisamos conversar.

- Me desculpa vai, eu não sabia que aquele cara era seu conhecido, eu não pensei direito, estava com raiva. - Começou a se defender e ele ergueu as mãos a fazendo ficar quieta.

- Arthur não é um conhecido, é meu melhor amigo. - A careta dela se intensificou. - Eu sei que você não pensou direito, faz parte do seu comportamento explosivo de adolescente.

- Não gosto de ser chamada de adolescente. - Cruzou os braços com um bico e Micael prendeu uma risada.

- Então talvez devesse parar de agir como uma e começar a pensar como adulta. O que você fez não foi nada responsável.

- Eu sei, tá legal? - O bico parecia só aumentar. - Eu sei que as coisas entre nós dois também são complicadas... Mas é que eu gosto de você e aí quando você disse que ficaria com outras mulheres eu fiquei com raiva.

- Eu disse que poderia, se quisesse. - Corrigiu a loira. - não que faria. Aliás, lembro de ter dito que não tinha vontade de ficar com mais ninguém.

- Me desculpa por ser uma boba, imatura. - Suspirou. - Você pretende fazer o quê? Se afastar de vez?

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora