Capítulo 40

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Na manhã seguinte Nath e Soph se arrumaram bem rápido e foram pra faculdade, estavam em cima da hora. Quando chegaram, já um pouco atrasadas, Lua e Mel olharam sem entender bem as duas juntas, mas não tiveram tempo de questionar, já era hora da prova.

Ao final, as quatro se reuniram e foram andando para a frente da faculdade. Ainda sem saber bem como começar um assunto.

- Você vai lá pra casa de novo? - Sophia perguntou e Nath assentiu. - Não acha melhor ao menos mandar uma mensagem dizendo onde está?

- Gente, a que horas vocês duas vão explicar pra gente o que rolou? - Lua colocou as mãos na cintura e parou no meio do caminho. - Sophia estava com raiva de todo mundo ontem, seu pai ligou pra mim e pra Mel porque você sumiu e agora vocês tão aí de segredinho.

- Não tem segredinho nenhum. - Nath respondeu com desânimo. - Depois que meu pai pediu pra vocês irem embora, o clima esquentou e a gente brigou muito feio. - Os olhos de Lua passaram a Sophia.

- Por que você chamou a namorada dele de vagabunda? - Lua debochou. - E não é o que ela é?

- Não, Lua! - Sophia defendeu. - As vezes a garota nem sabia no que estava se metendo e quando viu a merda já estava feita.

- Engraçado né, Lua - Mel também alfinetou. - Sophia nunca defendeu, era sempre a primeira a xingar a namorada do pai da Nath, agora está toda mudada.

- Ah, não fode hein. - Xingou e com uma careta, começou a seguir pra fora. - Eu vejo você lá em casa, Nathaly, não tenho mais saco pra aturar vocês não.

- Calma, Soph. - Lua pediu. - Desculpa! - Sophia parou e se virou de volta pra amiga. - É sério, vamos parar de brigar, a gente ultimamente só sabe fazer isso.

- Vamos sim. - Concordou não muito animada. - Uma trégua.

- Mas aqui - Mel chamou atenção das meninas. - E a sua mãe? Você saiu de casa sem falar nada, não é você que cuida dela a tarde?

- Ela defendeu meu pai, você acredita! - Disse indignada. - Ele que fique lá com ela.

- Ah, para! - Mel continuou a dizer. - Se nenhum dos dois quer continuar esse casamento, não tem sentido nenhum você e Bruna ficarem de birra.

- Eu duvido que ela não quer. - Bufou. - Ela tá é conformada, essa doença deixou ela conformada com tudo. - Ouviu a voz do pai chamando seu nome e se virou de costas sem acreditar que ele tinha ido até ali. - Só pode ser brincadeira. - Resmungou e se aproximou. As três que ficaram um pouco pra trás ficaram observando Micael enquanto tirava o óculos escuros e encarava a filha com uma expressão de poucos amigos.

- Podem falar o que for de mim. - Sophia cochichou as amigas. - Mas esse homem é gostoso demais. - Balançou a cabeça rindo. - Minha perdição. - Elas riram e apertaram o passo a fim de ouvir a conversa ou possível discussão.

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- Entra no carro. - Falou com a filha num tom áspero, Nath cruzou os braços e fez uma cara de deboche. - Você sabe que eu odeio cena no meio da rua, entra no maldito carro, Nathaly.

- Se eu quiser ir pra casa, eu sei o caminho. - Respondeu de má vontade e viu o pai respirar fundo. - Se eu não fui, é porque não estou afim.

- Você tá merecendo uma surra Nathaly. - Disse entredentes, colocou o óculos preso a camisa. - Entra nesse carro ou eu vou colocar você lá dentro na marra.

- Eu não vou! - Disse um pouco mais alto e viu a careta no rosto do pai se intensificar. - Perdeu a sua viagem, passar bem. - Desviou do pai e seguiu caminho pra fora da faculdade. Ele ficou parado um instante raciocinando o que faria. - Vamos logo, Sophia! - Gritou já do portão e Sophia começou a andar com as amigas, mas as três pararam perto de Micael.

- Eu mereço isso? - Ele perguntou a Sophia. - Eu tô com vontade de esganar essa garota.

- Eu te avisei que bater de frente não era a opção correta. - Deu uma risadinha. - Você é teimoso, consigo ver claramente quem é que ela puxou.

- Filhos só servem pra dar dor de cabeça. - Rosnou. - Ainda bem que eu só tenho dois e você pode ter certeza que eu nunca mais vou querer nenhum.

- Ainda bem que a gente não está junto. - Ela rebateu. - Porque eu com certeza terei filhos. - Uma careta surgiu no rosto dele.

- Você não vai ter filho nenhum. - Disse com a sobrancelha erguida. - Eu tenho certeza que você vai ficar comigo.

- Então eu lamento informar que você terá mais filhos. - Ela sorriu de canto. - Pelo menos mais dois.

- Você é louca, não tá vendo o trabalho que dá? - Apontou pra Nathaly parada na porta da faculdade. - Mas se bem que eu estou a ponto de matar aquela ali, quem sabe você não tenha um.

- A gente está aqui também. - Lua chamou a atenção dos dois. - Ouvindo esse papinho furado e a Nath está lá longe, com cara feia esperando a gente.

- O que ela foi fazer na sua casa, a propósito? - Os quatro começaram a caminhar pra fora. - Não estavam brigadas? Você não foi lá em casa ontem.

- Estava. - Deu uma risadinha. - As três são insuportáveis. - Apontou para as amigas. - Ela foi lá pra casa porque namora com o meu irmão, esqueceu?

- Tinha esquecido desse detalhe. - E então ele sorriu. - Quantos anos tem seu irmão hein?

- Tem vinte e dois, por quê? - Disse inocentemente.

- Maior de idade, que beleza... - Ele disse sorrindo e então Sophia entendeu o plano.

- Ei, você não vai ameaçar o meu irmão! - Disse brava. - Afinal ela já tem dezessete anos, eu e você sabemos que ela é capaz de consentir. Não é crime nenhum. - Ele ficou surpreso dela saber aquilo.

- Já estudou isso é? - Deu uma risadinha. - Mas a Nath não sabe...

- Nem pensar, meu irmão está feliz, não vou te ajudar a separar os dois.

- Vou separar ninguém, eu vou ameaçar. - Riu abertamente, já estavam perto de Nathaly o suficiente pra ela ouvir o que o pai diria dali em diante. - E você pode avisando ao seu irmão que eu quero conhecer ele. - Disse com a voz brava e Nath se virou pro pai irritada.

- De jeito nenhum! - E então Micael encarou a filha com um sorrisinho. - Você não vai interferir nisso.

- Nathaly. - Disse com toda paciência. - Eu acho que você está esquecendo que tem dezessete anos. Quem paga essa faculdade sou eu, quem alimenta você sou eu, quem veste você sou eu também. Abaixa a merda do tom de voz e entra no carro de uma vez por todas e não me obriga a fazer algo que eu nunca vou me perdoar.

- Então fala quem é a piriguete que eu vou. - Nathaly disse afrontosa e Sophia olhou nos olhos de Micael e conseguiu sentir a raiva crescer. - Vamos lá, fala o nome dessa rapariga!

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora