- Eu não vou me envolver nisso de novo. - Fungou. - Me desculpa, não dá.
- Eu sei que mesmo que tenha passado meses, você me ama. Eu vi quando me olhou lá na sua casa. - Se aproximou um pouco mais.
- Só que eu estou cansada! - Se afastou. - Sempre vai cair tudo pra cima de mim. Eu que sou a vagabunda, eu que sou a aproveitadora, eu que separei uma linda família unida. - Cruzou os braços. - Eu levei um tapa na cara e você veio até aqui atrás de mim, mas na hora que essa história for contada, não vai ser assim.
- Eu não tenho culpa. - Suspirou. - Eu nunca falei pra ninguém que você tinha culpa de algo. Isso é a Nathaly falando bosta e convencendo as pessoas do que não devia, mas Soph, você vai deixar uma menina de dezessete anos decidir a nossa vida?
- É sua filha, Micael. - Ele avançou e segurou nas mãos de Sophia. - Vai estar sempre entre a gente e com a raiva que ela tem de mim, vai se afastar de você. Eu sei o quanto você ama a sua filha, não quero ser responsável por isso!
- A primeira pessoa a se culpar pelas coisas é você. - Sorriu. - Precisa parar com isso se quer que os outros também achem que você não tem culpa de nada.
- Mas isso é verdade, se você resolver ficar comigo, ela vai se afastar. - Disse baixo. - Ela me odeia.
- Ela tem coisas mais importantes pra se preocupar no momento. - Soph o olhou com curiosidade. - Eu a proibi de namorar seu irmão.
- O quê? - Arregalou os olhos. - Tadinho!
- Tadinho? Ele bateu em você! - Soltou as mãos dela, estava com raiva novamente. - Na frente de um monte de gente, pra piorar ainda.
- Eu estava um pouco descontrolada também. - Ele rolou os olhos. - É verdade, foi pra me controlar que ele fez aquilo.
- E lá vai você se culpando de novo. - Reclamou. - Ele deu um tapa na sua cara tão forte que você caiu. - Ela suspirou. - Ele não vai namorar a minha filha.
- Ele não é assim. - Defendeu um pouco mais. - Eu estou com raiva dele e da minha mãe, é claro, mas ele não é assim. Certeza que estava tentando impressionar você e a Lilian, ele ama a Nath.
- Ele impressionou bastante. - Sorriu com deboche. - E se bem me lembro você disse que não era pra gente se deixar enganar pelo que ele estava mostrando, que ele era bem diferente na verdade.
- Eu estava com raiva! - Ela deu risada, se lembrando das coisas que disse. - Ele e minha mãe mentiram pra me despachar de casa, isso é ridículo.
- Quando eu soube, eu ri. - E então logo estavam os dois rindo. - Também achei ridículo.
- A nossa vida é muito complicada, não podemos ficar juntos, por mais que a gente se ame. - Ele balançou a cabeça. - Você precisa entender.
- Não vou entender e não vou deixar você terminar comigo de novo. Está fora de questão!
- Terminar? - Ela seguiu rindo. - Não estamos juntos, não estou terminando.
- Seja lá o que você está fazendo, não vai mais acontecer. A gente vai enfrentar quem quer que seja pra ficar juntos, eu quero viver isso. - Ela sorriu e não pôde responder, estava recebendo um beijo caloroso. Quando se separaram, ela estava até meio desnorteada.
- Você sabia que eu tenho namorado? - Ela brincou. - Eu gosto dele.
- Eu sei que tem, você chegou em casa dizendo que decidiram ir a uma festinha hoje. - Debochou. - Você pode até gostar dele, mas me ama. Não tem comparação.
- Você é muito convencido! - Disse rindo, estava feliz. - Ele não tem filhos, já bota a balança a favor dele.
- Falando sério, eu quero realmente ter algo com você, acho que o sentimento que temos um pelo outro vale a pena ser explorado, mas não posso fazer isso sozinho.
- Não acha que pelo menos devia conversar com a sua família antes?
- A única pessoa para quem eu devo satisfação ainda é a Lilian, e ela sabe exatamente o que eu estou fazendo agora. Foi até ideia dela.
- Ideia dela? - Franziu a testa.
- Ela disse: Vai lá e procura a sua Sophia. - Sorriu. - Sim, ela disse "sua". Basta só você querer ser minha...
- Droga. - Praguejou, mas em seguida abriu um lindo sorriso. - Eu amo você. - Se jogou no colo dele pra um abraço e logo em seguida um beijo ainda mais caloroso começou.
Interrompendo os dois, felizmente depois que já tinham se resolvido, a campainha tocou e Lua que observava os dois junto com Arthur, saiu de seu esconderijo e foi atender.
- Minha casa nunca foi tão badalada. - Disse quando passou por Sophia e Micael. Ao abrir a porta e dar de cara com Lucas, se lembrou que em um momento de desespero, tinha chamado o namorado de Sophia ali para tentar acalma-la da crise de choro interminável. - Oi...
- E aí, como ela está? - Disse preocupado. - Você falou que estava super mal.
- Hã, Lucas, então... - Estava completamente sem graça. O rapaz ouviu a voz da namorada e largou Lua falando sozinha. - Mas que beleza, ninguém me respeita. - Rolou os olhos e seguiu pra dentro.
- Lucas! - Sophia que estava sentada abraçada com Micael, tomou um susto e ficou de pé na hora. - Como é que você veio parar aqui?
- A Lua me chamou, ela disse que você estava muito mal porque brigou com seu irmão. - Ele tinha a testa franzida, ainda sem entender. - Mas não é bem isso que estou vendo.
- Obrigada, Lua. - Resmungou e Lua pareceu sem graça. - Podia ter me avisado.
- Era pra ser uma surpresa e olha só, foi mesmo. - Riu. - Desculpa vai.
- Vamos conversar a sós, Lucas. - Pediu baixo. - Ninguém precisa ouvir a nossa conversa.
- Eu acho que nem precisa de conversa. - Balançou a cabeça. - Você está aí abraçada com outro homem e a julgar pelo seu cabelo desgrenhado, muito mais do que um abraço aconteceu.
- Mas eu quero me explicar pra você. - Deu um passo a frente, mas o rapaz recuou. - Lucas, não faz assim.
- Está tudo bem, Sophia. - Balançou as mãos. - Tudo muito bem. - Virou as costas e saiu, claramente abalado.
- Parabéns, Lua! - Bateu palmas ao encarar a amiga. - Coitado do garoto, podia pelo menos ter impedido ele de vir até aqui.
- Agora a culpa é minha, tá vendo isso Arthur? - Disse absmada. - Eu chamei ele pra acalmar você, já que eu não estava conseguindo. Quando eu chamei eu não esperava que o pai da Nath chegaria aqui pra fazer isso antes do seu namorado.
- Tá legal, vamos parar de falar de mim como "o pai da Nath" estou achando um pouco ofensivo. - Brincou. - Segundo ponto, te poupou uma conversa chata sobre término, olha o lado positivo.
- Ele não merece isso. - Bufou, não rindo da brincadeira. - É um bom rapaz.
- Ah é, Sophia? - Cruzou os braços enciumado. - Um bom rapaz? - Ela percebeu e resolveu implicar um pouco mais.
- O sexo era bom! - Falou séria e viu a careta na cara do namorado, se assim podia chamar. - Não faz essa careta, você estava casado, aliás, está casado.
- Não estou nada. - Bufou. - Só no papel.
- Está de aliança. - Resmungou. - Como é que você quer fazer cara de ciúmes se nem a aliança você tirou?
- Eu saí de casa correndo pra falar com você. - Fez uma carinha fofa que abriu um sorriso na cara de Sophia. - Não pode brigar comigo por causa dessa besteira. - Tirou a aliança do dedo. - Isso aqui não muda nada, eu sou seu, boba.
- Mas é um fofo esse pai da Nath. - Lua falou pra implicar e ele se virou para olhar a jovem com careta. - E não é o que você é?
- Não precisa ficar me lembrando o tempo todo que eu tenho uma filha mal educada e egoísta. - Brincou. - Eu sei bem disso.
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Súbito Amor
RomansaDividida entre a razão e a emoção, Sophia luta pra entender seus sentimentos após descobrir que o homem por quem estava perdidamente apaixonada é pai de uma das suas melhores amigas. Do outro lado da moeda temos Micael, pai de duas meninas, vivendo...