- Bruna já saiu da cirurgia e agora nós temos que aguardar as próximas horas. - Disse baixo. - Um dos projéteis, entrou pelo abdômen e saiu pelas costas, felizmente sem comprometer nenhum orgão ou artéria vital. - Os quatro prestavam atenção a cada palavra dita como se aguardassem uma tragédia. - O segundo projétil perfurou o pulmão e ficou alojado lá. Pensamos em manter ele no local e observar o quadro, mas diante do caso de sua filha, fizemos a cirurgia para retirar. Foi concluída com sucesso, e como eu disse anteriormente, só podemos aguardar.
- Quando ela vai poder receber visitas? - Micael perguntou desesperado.
- Bruna ainda está sedada, atualmente, na UTI. O horário de visita é bem restrito, mas como se trata de uma menor de idade, ela tem direito a um acompanhante. - Micael balançou a cabeça positivamente.
- Tudo bem, eu fico. - O médico o olhou de cima abaixo. - Eu sou pai dela.
- Ok, eu concordo, mas acho que o senhor devia ir em casa. - Micael se olhou. - Vai assustar a Bruna se ela o vir assim logo que acordar. - O moreno soltou um suspiro, o médico tinha razão. - Ela ainda vai dormir algumas horas, não há motivo para pressa.
- Tudo bem. - Concordou um tanto irritado. - Logo mais eu estou ai. - O médico assentiu e se afastou. - Será que alguem pode me dar uma carona pra casa?
- A gente dá, é claro. - Rafael ofereceu antes que Arthur. - E sinceramente, acho que você devia passar no hospital pra ver a Sophia, acredito que só uma ligação não vai deixar ela tranquila.
- Você também tem razão. - Suspirou e os quatro caminharam pra fora. - Era pra eu estar vivendo um ótimo momento na minha vida, e olha a merda que tudo virou? - Resmungou sozinho e entrou no banco de trás do carro do genro. - Que pesadelo!
- Bruna é forte e vai ficar bem. - Rafael disse aos dois. - O pior já passou.
- Espero que sim. - Micael não disse mais nada. O silêncio no carro era terrível, mas ninguém tinha coragem de dizer o que fosse.
Ele chegou em casa e correu pra tomar banho, não demorou a estar pronto pra sair, Rafael mais uma vez deu carona ao sogro até o hospital. Mas o horário de visita já havia sido encerrado e somente Micael pôde subir, por ser o pai do bebê.
Quando chegou ao quarto, escorou na porta e viu Sophia com o bebê no colo, parecia estar a ponto de chorar, vendo o jornal da noite, que consequentemente era a mesma materia que tinha visto a tarde.
- Acho que deviam desligar esse televisão e parar de ver desgraça. - Chamou atenção pra si e Sophia começou a chorar quando o viu. - Ei, calma! - Se aproximou e sentou na beirada da cama. - Soph, você não pode ficar assim, vai te fazer mal! - Ela não conseguia nem falar. - Amor! - Pegou Caio do colo dela e num instante passou a Branca. - Sophia, eu estou bem, tá vendo? - Se esticou para lhe dar um abraço e ali Sophia ficou agarrada a ele por bastante tempo, até conseguir se acalmar.
- A Bruna? - Disse baixinho, ainda em seu peito.
- A Bruna está bem. - Mentiu, tudo o que menos precisava era perturbar Sophia com aquilo. - Está no hospital, daqui a pouco eu vou lá ficar com ela, você não se importa de ficar com a sua mãe até ter alta, não é?
- Claro que não. - Ela se afastou e o encarou. - Se você deixasse de ficar com ela eu ficaria muito chateada com você.
- Eu sei disso. - Lhe deu um beijinho na testa. - Me desculpe por não atender suas ligações, a intenção era não te preocupar, fazer você achar que estava no tribunal ainda. Não imaginei que toda essa situação ia passar na televisão.
- Eu fiquei tão apavorada. - Fungou. - Não faz mais isso comigo.
- Não vou, eu juro. - Balançou a cabeça. - Pode ligar a hora que for, eu vou te atender. - Apertou a loira um pouco mais. - Eu preciso ir, não quero que a Bruna acorde sozinha. - Sophia assentiu. - Eu vim aqui somente pra te tranquilizar. Mandarei notícias, fica bem e cuida do nosso bebê.
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Súbito Amor
RomanceDividida entre a razão e a emoção, Sophia luta pra entender seus sentimentos após descobrir que o homem por quem estava perdidamente apaixonada é pai de uma das suas melhores amigas. Do outro lado da moeda temos Micael, pai de duas meninas, vivendo...