Capítulo 158

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- O bicho vai pegar naquela casa hoje. - Rafael fez uma careta. - Eu tenho até medo.

- Medo de quê? - Micael perguntou bem interessado.

- Eles brigam muito intensamente. As vezes parece que... - Não completou a frase, um garçom apareceu pra anotar os pedidos.

- Fala, Rafael. - Lua pediu quando o rapaz foi embora. - Você não vai me dizer que ele bate nela, né? Se a Sophia aceitar uma coisa dessa você me avisa que eu mesma vou lá e dou na cara dessa sem vergonha.

- Eu estou falando demais. - Ele ergueu as mãos. - E estou falando coisas que eu nem tenho certeza!

- Continua falando. - Nathaly pediu docemente, da forma como ele não podia sequer pensar em dizer não. - Mesmo que seja só achismo, queremos saber.

- Não devia falar assim comigo. - Ele disse com um sorriso. - Você tem fugido de mim desde que voltei.

- Não sei se fugir é a verbo certo. - Ela manteve o tom de voz. - Evitar talvez seja.

- Melhorou bastante. - Debochou. - Dá no mesmo e você sabe.

- Será que dá pra parar com esse lenga lenga? - Micael que estava entre os dois disse alto. - Você não vai embora de novo moleque?

- Sinceramente, eu não acho que moleque é um termo que se enquadra comigo. Estou velho demais pra isso. - Respondeu e deixou Micael surpreso, ele nunca tinha respondido e muito menos naquele tom. - Pois é, agora eu sei responder as pessoas do jeitinho que elas merecem.

- Rafael voltou afrontoso. - Bruna deu gargalhada. - Do jeito que meu pai gosta. - Brincou e fez o pessoal acompanhar na risada.

- Você vai terminar de contar ou não? - Micael já estava sem saco. - Ele já bateu nela?

- Não sei ué, acabei de falar que são coisas que eu acho que aconteceram. - Deu de ombros. - Ele é muito estressado, muito ciumento, muito bruto. A Sophia é muito afrontosa e dona de si. - Ele juntou as mãos com um gesto de choque. - Não dá certo, e eu desconfio sim que ela já levou um "tá ligado".

- E você não fez nada? - Micael estava bem irritado. - Como é que você deixa um maluco bater na sua irmã?

- Micael. - Para o moreno já era estranho ouvir Rafael dizer seu nome, naquele tom de deboche então. - Você quer que eu ponha uma capa e vá salvar o dia? - Cruzou os braços. - A Sophia é maior de idade, vacinada e não saiu por aí pedindo socorro. Eu nunca a vi machucada, eu nunca sequer a vi reclamar de nada!

- Você voltou com a língua afiada, não é?

- Eu estou sendo sincero. - Deu de ombros. - Você conhece a Sophia não é de hoje, se algo estiver acontecendo com ela, não vai me contar e não vai pedir ajuda. Ela se acha auto suficiente pra resolver qualquer problema.

- Só que ela não é, não contra um cara daquele tamanho. - Estava aterrorizado só de pensar. - Se ele partir pra cima dela... Ora, você magrelo desse jeito, com esses braços finos deu um tapa nela e que caiu no chão, imagina esse cara.

- Nossa, eu achei isso tão ofensivo. - Rafael fez careta, ainda mais com a risada de Nathaly. - Não sei o que quer que eu faça, a Sophia só vai poder ser ajudada no momento em que pedir ajuda.

- Ele tem razão. - Arthur finalmente deu sua opinião. - Você convive com isso diariamente, sabe como é difícil elas pedirem ajuda de cara.

- Mas eu não posso deixar a Sophia chegar  num ponto extremo de violência, fala sério Arthur, é a Sophia! - Disse chocado, ainda sem saber o que fazer. - A minha Sophia! - Falou alto e Bruna soltou uma risadinha.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora