Capítulo 117

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Ele iniciou um beijo sem nem ouvir a resposta de Sophia. Ela sentia saudade, sentia desejo estava a ponto de enlouquecer.

Não conseguiria escapar daquele beijo nem se quisesse. As mãos de Micael seguravam sua cabeça contra a dele a medida que o beijo ficava mais urgente.

Puxou a camisa fina e agradeceu mentalmente por não ser uma com mil botões na frente. Comeu Sophia com os olhos, ainda tinha a camisa na mão quando parou de repente.

- O que foi? - Sophia estranhou o modo como o namorado ficou a olhando, se sentindo desconfortável.

- Você mudou. - Passou a mão livre na barriga. - Por que tirou o piercing? - Ele ergueu a cabeça e encarou a mulher.

- Porque eu sou assistente de uma promotora e não uma garotinha. - Ele ergueu uma sobrancelha não acreditando nada nela. - E também porque ele me lembrava você.

Micael ainda sem acreditar, olhou os seios, pareciam ainda mais fartos. As veias azuis muito mais notáveis do que sempre foram sob a pele branca.

- Você está grávida? - Ele concluiu e a mulher arregalou os olhos surpresa com a pergunta. Ficou em silêncio, observou o namorado que parecia mudar de cor. - Está?

- Como é que você... - Não terminou a frase, ele a interrompeu.

- A essa altura da minha vida eu sei bem quais são as primeiras mudanças de um corpo gestante. - Estava irritado. - E eu conheço seu corpo nos mínimos detalhes pra não perceber seus seios um pouco maiores. Quando é que você descobriu? Quando é que ia me contar?

- Descobri pouco depois da nossa briga. - Ela suspirou. - Eu não sei se ia te contar, pelo menos não estava pretendendo.

- Que ótimo, você quer colocar um filho no mundo e não vai ter a consideração de contar ao pai dele. - Estava bravo, mas falava baixo pra ninguém ouvir aquela conversa. - Eu ia saber, alguém ia me contar, a gente ia se esbarrar por aí, mas em algum momento eu saberia.

- Será que pode devolver a minha blusa? - Ele jogou pra mulher, não tinha nem percebido que estava com a blusa dela nas mãos. - Não precisa se preocupar com isso, é problema meu.

- Ficou louca? - Franziu a testa. - É um problema nosso.

- Mas você não quer o meu filho.

- Não. - Disse com uma sinceridade absurda. - Você devia fazer um...

- Não termina essa frase horrorosa! - Disse alto, interrompendo. - Eu não vou matar o meu filho, em hipótese nenhuma.

- Como é que isso foi acontecer? Você não disse que tomava anticoncepcionais? - Ela estava ficando cada vez mais irritada. - Era mentira?

- Mentira? - Bufou. - Você acha que eu estou tão parecida com a Lilian que estou dando o golpe da barriga no gostosão? - Disse alto e do lado de fora, Nathaly já estava de orelha em pé e arrependida de não ter entregado os documentos ao pai.

- Para de falar merda! - Disse no mesmo tom. - Está colocando palavras na minha boca. Eu não disse nada disso, eu só perguntei porque lembro que você disse que tomava.

- Esse papo aqui já deu. - Saiu da sala, fugindo novamente igual a todas as vezes em que estavam discutindo, mas dessa vez ele foi atrás e segurou seu braço, sem se importar com as pessoas ali. - Me larga.

- Você não vai sair daqui dessa forma, ainda mais grávida. Essa conversa não está finalizada! - Ignorou os arquejos de surpresa que surgiu atrás de si. - Pelo amor de Deus, Sophia!

- O que tem mais pra conversar? - Perguntou. - Eu não estou cobrando nada de você, eu nem ia te contar! Me esquece e esquece meu filho!

- Só que não dá pra esquecer. - Suspirou. - Você vai sustentar essa criança com o quê? Luz?

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora