Capítulo 65

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Quando amanheceu, Sophia acordou mais de dez da manhã. Saiu do quarto após realizar sua higiene matinal e ao encher a xícara de café, deu de cara não só com a mãe e o irmão.

- O que é que você está fazendo aqui? - Disse ao ver a enteada sentada a mesa com a família. - Não está proibida de namorar meu irmão?

- Sophia... - Rafael começou, prevendo briga em as duas. - Logo cedo?

- Só perguntei por curiosidade. - Deu de ombros e se sentou a mesa. - Até ontem estava de castigo.

- Eu falei que ia ver a Mel, que marcamos de almoçar. - Confessou. - Mas isso não é da sua conta.

- Talvez seja. - Passou manteiga no pão. - Depende se eu vou ou não falar pro seu pai.

- Meu Deus, como eu te odeio, Sophia! - Falou baixo, mas Sophia riu. - Você pode ter certeza que o que eu puder fazer pra separar vocês dois, eu vou fazer.

- Você pode tentar, meu amor. - Ergueu uma sobrancelha. - Se você vai conseguir é outra história. - Deu risada e mordeu o pão.

- Meninas, do que estão falando? - Branca perguntou alternando olhares. - Seu pai estava aqui ontem, Nathaly!

- Ela não te contou? - Nath se virou pra sogra. - Depois de todo escândalo aqui, minha mãe pediu o divórcio, Sophia não perdeu um segundo. - A loira riu.

- Ah, Nath, eu sabia que você ia dar um jeito de me culpar. Mas nem isso vai abalar o meu bom humor. - A careta da menina se intensificou.

- Não quero nem imaginar o motivo desse bom humor todo! - Resmungou e Sophia riu ainda mais.

- Nathaly, eu fui pra casa da Lua quando sai daqui ontem. - Começou a explicar. - No máximo três horas depois o seu pai apareceu lá, se declarando pra mim, me disse coisas lindas, eu tentei resistir, juro.

- Deve ter tentado mesmo. - Fez uma careta. - O coitado do Lucas não teve nem chance.

- Para de ser chata. - Bufou. - Se continuar a me perturbar, eu vou ligar pro seu pai e contar que está aqui.

- Sophia... - Branca pediu novamente. - São dez da manhã filha. E se você quer se envolver com um homem que tem filhos, você tem que no mínimo se dar com os filhos dele.

- Impossível. - Bufou. - Acordei muito feliz e ela está sugando isso.

- Por favor. - Branca pediu novamente. - Trégua. Precisamos de paz nessa casa.

- Amo como ficam contra mim. - Suspirou e não disse nada mais, tomou café em silêncio e logo em seguida se levantou da mesa.

Sophia tirou o dia pra faxinar o quarto. Precisava de um passa tempo, já que a todo momento que deixava, só conseguia pensar em Micael e sorrir como boba.

Ouvindo música no fone ela arrumou todo quarto. Desceu e ajudou a mãe na faxina geral, ficou com o banheiro e a sala pra limpar.

Foi um domingo produtivo. Nath tinha ido embora perto das quatro da tarde e desde o café não tinha trocado nenhuma palavra com Sophia.

- Olha só. - Estalou os dedos chamando atenção do irmão. - Eu não liguei pra avisar o Micael, mas se ele desconfiar, eu não vou mentir.

- E agora você não mente mais? - Cruzou os braços. - Fala sério!

- Se ele vier e me perguntar eu vou falar a verdade! - Reafirmou. - E digo mais, nenhum dos dois merece que eu minta para o meu namorado.

- Faz o que sua consciência mandar! - Resmungou e saiu de vista. Sophia rolou os olhos e voltou a se concentrar na televisão.

Segunda de manhã sem faculdade era um tédio. Não tinha muito o que fazer e até que as aulas começassem novamente teria que aguentar.

Sophia e Micael combinaram de ficar a noite juntos e quando deu cinco horas, lá estava ele na frente do prédio esperando.

- Nossa, eu fiquei um dia longe e parecem semanas! - Ele disse assim que a namorada entrou no carro.

- Eu tinha esquecido como você é emocionado. - Deu risada e um beijinho nele. - Eu também estava com saudades.

- Já pensou no que vamos fazer? - Deu partida no carro.

- Uhum. - Fez uma pausa. - Sexo!

- Você só querer usar o meu corpo me magoa. - Fez drama. - E eu achando que era mais que isso pra você.

- Você se fingindo de vítima é terrível. - Eles riram. - Eu amo usar o seu corpinho tanto quanto você ama o meu.

- E como eu amo. - Desviou o olhar da estrada. - Você sabe como me enlouquece quando inventa de botar essa blusinha, esse piercing me cativa.

- Devia parar de pensar besteira, afinal, está dirigindo. - Cruzou os braços. - Me fala, como foi o dia?

Ela mudou de assunto e foram conversando até o apartamento. Quando entraram, quase não chegaram até o quarto. O fogo era tanto que alguns objetos ficaram caídos pelo caminho.

No final, tomaram um banho e Sophia colocou uma blusa dele e um short do baby Doll que havia levado.
Micael estava na cozinha preparando um jantar e tinha dispensado ajuda e então os dois ouviram a campainha tocar.

- Quem pode ser? - Soph levantou e foi até a cozinha falar com ele. - Não deviam tocar o interfone?

- Ninguém nem sabe que eu moro aqui, só você e Arthur.  - Deu de ombros. - Se bobear é o porteiro trazendo as contas.

- Vou abrir então, já que está ocupado. - Ele assentiu.

- Abre sim, deixar ele com inveja de mim. - Apertou a bunda de Sophia que abriu a porta ainda rindo. - Nathaly? Sério, você me persegue?

- Você mora aqui agora? - Resmungou. - Fala sério! - Invadiu o apartamento do pai. - Vai vestir uma roupa piriguete! - Micael, pensou ter ouvido a voz da filha, abaixou o fogo e foi até lá olhar. - Olha aí, você também, sem roupa.

- Sem camisa. - Corrigiu. - Não começa de graça. - Cruzou os braços. - O que você veio fazer aqui?

- Não posso visitar o meu papai lindo? - Disse fofa e ele riu. - Que foi? Não foi piada.

- É claro que foi, sábado você não abriu a porta pra me dar tchau, ontem não fez questão de atender quando eu liguei e agora aparece aqui do nada? - Bufou. - Conta logo, você quer dinheiro né?

- Primeiro de tudo eu quero que ela saia. - Apontou pra Sophia com o queixo. - Isso aqui é um assunto de pai e filha.

- Você devia era me tratar melhor. - Soph disse com um sorriso. - Mas tudo bem, eu vou ir lá ver a comida, amor. - Ele assentiu, mas não foi o suficiente pra ela que se aproximou e deu um beijão em Micael.

- Mas que palhaçada. - A menina resmungou ainda presenciando o beijo. - Chega né, você vai na cozinha e não no Japão, não precisa disso tudo! - Micael afastou Sophia de leve. - Dez minutos beijando, tão com sede? Se quiserem eu trago água.

- Cala a boca, Nathaly. - Sophia disse sem paciência e deu um último selinho antes de entrar pelos cômodos do apartamento, Micael foi se sentar no sofá.

- Fala, filha. - Ela surpreendendo o pai se sentou ao seu lado. - O que é que você quer?

- O seu cartão. - Confirmou que era dinheiro e ele riu. - Tem que pagar o buffet da festa. Você entregou pra gente na sexta, mas sábado saiu de casa, nem deu tempo.

- E essa festa vai rolar é? - Cruzou os braços. - Você não merece festa nenhuma. - Ela fez uma careta. - Fala pra mim quanto é que vai sair essa brincadeira?

- Não sei, tenho que ver com a moça. Salão, buffet e ornamentação. - Avisou e deu de ombros. - Pra cinquenta pessoas só, não vai ser tão caro, juro.

- Eu não tenho dinheiro pra gastar atoa com festa, Nath. - Avisou calmamente. - Espero que você tenha juízo e não passe de quatro mil.

- Não vai chegar nem perto disso. Prometo. - Ele mesmo sentindo que não ia dar certo, pegou a carteira que estava em cima do rack e deu o cartão pra filha.

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