Capítulo 92

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- Não é algo tão absurdo assim. - Ele se defendeu. - Fala sério, da outra vez eu só disse a você que poderia ficar com outra mulher se quisesse e aí você desceu e ficou com o Arthur.

- Eu não sabia que era seu amigo, eu fiquei super culpada depois. - Reclamou ainda de cara feia. - Pergunta a Nathaly.

- Nathaly nem sabia que a gente estava junto na época. - Respondeu com um dar de ombros. - E isso não importa mais, já passou.

- Eu não sabia que era de você que ela estava falando, mas eu lembro bem desse dia. - Nath, que estava deitada no tapete, com a cabeça no colo de Rafael comentou. - Parece que foi em outra vida, até hoje fico chocada como a gente não descobriu tudo ali.

- Você até perguntou se eu tava namorando seu pai. - Sophia deu risada e avançou dentro do apartamento pra se sentar perto da amiga e do irmão. - E eu disse..

- Cruzes - As duas disseram juntas e gargalharam.

- Credo, parece até que foi em outra vida mesmo. - Sophia disse ainda rindo.

- Tá legal, eu cansei de ser o bobo da corte, vou tomar um banho. - Avisou e ia saindo. Enfiou uma mão no bolso e lembrou da chave de Rafael. - Moleque. - Rafa sabia que era com ele. - Obrigado. - Jogou a chave que quase bateu na cara da filha deitada, mas o namorado pegou no ar.

- Disponha. - Micael assentiu e saiu de perto.

- Disponha uma ova. - Sophia beliscou o irmão. - Você não devia ter dado a chave pra ele.

- Você adorou. - Ele debochou. - Não vem fazer a santa que eu te conheço não é de hoje.

- Cala a boca, Rafael. - Ela suspirou. - E sua mãe, Nath?

- Minha mãe? - Franziu a testa sem entender. - Tá ótima, Sophia. Nem ela entende como foi que chegou naquilo ontem, super arrependida.

- Tadinha, nem julgo. - Fez uma careta e se deitou junto com Nathaly dividindo o colo do irmão. - A gente podia mudar de assunto, daqui a pouco sua vó vem me arrasar.

- A gente conversou com ela. - Lidiane falou e aquela havia sido a primeira vez que Sophia tinha ouvido a voz da cunhada. - Tentamos pelo menos.

- Antes ou depois dela me chamar de meretriz? - Sophia se sentou e encarou a mulher. - Eu mereço todo esse tormento mesmo? Digo, eu já aguentei você Nathaly, eu merecia um bônus por isso, aí agora tenho que aguentar a sua vó.

- Depois. - Lidi respondeu antes de Nathaly. - Ela tem a cabeça fechada, mas não é uma pessoa ruim. Quem sabe ela não vai com a sua cara, sempre odiou a Lilian mesmo.

- Tia! - Bruna protestou. - Não fala assim da minha mãe.

- Mas eu não falei nada da sua mãe, meu amor. - Lidiane riu. - Falei da sua avó, sua mãe é um amor.

- E tá almoçando sozinha. - Cruzou os braços com raiva. - Ela não merece isso, eu devia ter ficado com ela.

- Depois do que aconteceu ontem, isso vai acontecer muito mais vezes, pirralha. - Nathaly avisou a irmã. - Vamos ter que escolher um lado, fica ciente.

- É claro que não. - Bruna rebateu. - Eu não quero escolher lado nenhum. Eu gostava de como estava, eles amigos.

- Ih, Bruna... - Nath falou chateada. - Tira o cavalinho da chuva. A mamãe avançou o sinal ontem, ele tá bolado com ela.

- Sophia, você tem que ajudar. - Bruna disse a madrasta e ela engasgou com saliva, surpresa por ter sido jogada no meio daquela conversa. - Você disse que não ia deixar ele se afastar.

- Eu disse que não ia deixar ele se afastar de vocês duas, da sua mãe ele tem que se afastar, estão divorciando. - Deu de ombros.

- Você é falsa hein! - Se irritou. - Mentiu pra mim!

- Bruna, eu não...

- Não custa nada você ajudar os dois a serem amigos. - Disse alto, claramente irritada. - Eu só não quero ter que escolher um lado! Não tô pedindo que fiquem juntos.

- Bruna, isso não cabe a mim. - Soph tentou se defender mais uma vez. - Seu pai não tem obrigação nenhuma de convidar a sua mãe pra vir aqui e muito menos de ir lá. A única obrigação é com vocês duas.

- E eu que achava você legal, cheguei a pensar que a Nathaly estava exagerando nas coisas que falava de você.

- Bruna, para de falar besteira, o nosso pai vai aparecer e você vai ficar de castigo, você viu o que aconteceu comigo!

- Ei, eu não tenho nada a ver com o seu castigo. - Se defendeu e viu a amiga bufar. - Você gastou quinze mil, foi por isso que apanhou e ficou de castigo.

- Fala sério, você acredita mesmo nisso? Ele me bateu porque eu xingava vocês o tempo todo e ele tava cansado, isso sim. - Se sentou e olhou pra irmã. - Abaixa a bola, Bruna. No fundo eles tão certos, tem que ser assim, cada um seguindo sua vida.

- E no natal? - Todo mundo viu seus olhos cheios de lágrimas. - Eu achei que mesmo separados, íamos passar o natal todos juntos.

- Faltam meses pro Natal. - Nath foi insensível. - Muita coisa pode acontecer até lá, mas provavelmente você vai ter que escolher entre ficar em casa com a mamãe ou vir passar aqui com ele.

- EU NÃO QUERO ESCOLHER NADA! - Gritou e então apareceram na sala, Micael e logo em seguida seus pais. - Você ouviu pai? - Ainda estava alterada. - EU NÃO QUERO ESCOLHER NADA. E digo mais, se me obrigarem a escolher, eu fujo de casa e fico sozinha.

- Mas que abobrinha é essa que você está dizendo? - Rangeu os dentes. - É proibido ter paz, sempre tem alguém brigando nessa família, eu juro, não aguento mais.

- Ela está falando do natal. - Nath explicou brevemente, achava graça da situação. - Sobre escolher com quem passar a data.

- Não acha que está sofrendo muito antes? - Ele rolou os olhos. - Muita água vai rolar por baixo dessa ponte, não sei nem se vou estar vivo amanhã.

- Ah, para com isso. - Ainda estava revoltada. - Você pode fazer as pazes com a minha mãe, eu não vou escolher lado nenhum.

- Eu não briguei com a sua mãe. - Ele franziu a testa. - De onde você tirou isso? Tá surtando por causa de nada, cabeçuda.

- Brigou sim, você não deixou ela vir aqui hoje. - Micael desviou o olhar pra filha mais velha. - Nathaly acabou de dizer isso pra mim.

- Nathaly, que dia você vai parar de complicar a minha vida? - Ergueu uma sobrancelha. - É sério, quando você não tiver nada de bom pra falar, fica em silêncio.

- Ei! - Ela se sentou e protestou, mas recebeu um olhar fuzilador do pai e deu um suspiro. - Me desculpa.

- Vamos parar com esse papo? - Antônia resmungou. - Você não tem que discutir com o seu pai dessa forma. - Apontou pra neta com uma voz severa. - E você não tem que discutir com a sua filha como se tivesse a idade dela. Será que podemos almoçar, ou vocês pretendem continuar com isso?

A mesa de seis cadeira não foi suficiente e dois banquinhos foram adicionados para Luan e Rafael. Em algum momento, o assunto comum fluiu e tiveram um almoço agradável.

A tarde, Micael foi levar a mãe e os irmão até o aeroporto e deixou os jovens em casa, não havia espaço pra levar todo mundo.

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