- Não é algo tão absurdo assim. - Ele se defendeu. - Fala sério, da outra vez eu só disse a você que poderia ficar com outra mulher se quisesse e aí você desceu e ficou com o Arthur.
- Eu não sabia que era seu amigo, eu fiquei super culpada depois. - Reclamou ainda de cara feia. - Pergunta a Nathaly.
- Nathaly nem sabia que a gente estava junto na época. - Respondeu com um dar de ombros. - E isso não importa mais, já passou.
- Eu não sabia que era de você que ela estava falando, mas eu lembro bem desse dia. - Nath, que estava deitada no tapete, com a cabeça no colo de Rafael comentou. - Parece que foi em outra vida, até hoje fico chocada como a gente não descobriu tudo ali.
- Você até perguntou se eu tava namorando seu pai. - Sophia deu risada e avançou dentro do apartamento pra se sentar perto da amiga e do irmão. - E eu disse..
- Cruzes - As duas disseram juntas e gargalharam.
- Credo, parece até que foi em outra vida mesmo. - Sophia disse ainda rindo.
- Tá legal, eu cansei de ser o bobo da corte, vou tomar um banho. - Avisou e ia saindo. Enfiou uma mão no bolso e lembrou da chave de Rafael. - Moleque. - Rafa sabia que era com ele. - Obrigado. - Jogou a chave que quase bateu na cara da filha deitada, mas o namorado pegou no ar.
- Disponha. - Micael assentiu e saiu de perto.
- Disponha uma ova. - Sophia beliscou o irmão. - Você não devia ter dado a chave pra ele.
- Você adorou. - Ele debochou. - Não vem fazer a santa que eu te conheço não é de hoje.
- Cala a boca, Rafael. - Ela suspirou. - E sua mãe, Nath?
- Minha mãe? - Franziu a testa sem entender. - Tá ótima, Sophia. Nem ela entende como foi que chegou naquilo ontem, super arrependida.
- Tadinha, nem julgo. - Fez uma careta e se deitou junto com Nathaly dividindo o colo do irmão. - A gente podia mudar de assunto, daqui a pouco sua vó vem me arrasar.
- A gente conversou com ela. - Lidiane falou e aquela havia sido a primeira vez que Sophia tinha ouvido a voz da cunhada. - Tentamos pelo menos.
- Antes ou depois dela me chamar de meretriz? - Sophia se sentou e encarou a mulher. - Eu mereço todo esse tormento mesmo? Digo, eu já aguentei você Nathaly, eu merecia um bônus por isso, aí agora tenho que aguentar a sua vó.
- Depois. - Lidi respondeu antes de Nathaly. - Ela tem a cabeça fechada, mas não é uma pessoa ruim. Quem sabe ela não vai com a sua cara, sempre odiou a Lilian mesmo.
- Tia! - Bruna protestou. - Não fala assim da minha mãe.
- Mas eu não falei nada da sua mãe, meu amor. - Lidiane riu. - Falei da sua avó, sua mãe é um amor.
- E tá almoçando sozinha. - Cruzou os braços com raiva. - Ela não merece isso, eu devia ter ficado com ela.
- Depois do que aconteceu ontem, isso vai acontecer muito mais vezes, pirralha. - Nathaly avisou a irmã. - Vamos ter que escolher um lado, fica ciente.
- É claro que não. - Bruna rebateu. - Eu não quero escolher lado nenhum. Eu gostava de como estava, eles amigos.
- Ih, Bruna... - Nath falou chateada. - Tira o cavalinho da chuva. A mamãe avançou o sinal ontem, ele tá bolado com ela.
- Sophia, você tem que ajudar. - Bruna disse a madrasta e ela engasgou com saliva, surpresa por ter sido jogada no meio daquela conversa. - Você disse que não ia deixar ele se afastar.
- Eu disse que não ia deixar ele se afastar de vocês duas, da sua mãe ele tem que se afastar, estão divorciando. - Deu de ombros.
- Você é falsa hein! - Se irritou. - Mentiu pra mim!
- Bruna, eu não...
- Não custa nada você ajudar os dois a serem amigos. - Disse alto, claramente irritada. - Eu só não quero ter que escolher um lado! Não tô pedindo que fiquem juntos.
- Bruna, isso não cabe a mim. - Soph tentou se defender mais uma vez. - Seu pai não tem obrigação nenhuma de convidar a sua mãe pra vir aqui e muito menos de ir lá. A única obrigação é com vocês duas.
- E eu que achava você legal, cheguei a pensar que a Nathaly estava exagerando nas coisas que falava de você.
- Bruna, para de falar besteira, o nosso pai vai aparecer e você vai ficar de castigo, você viu o que aconteceu comigo!
- Ei, eu não tenho nada a ver com o seu castigo. - Se defendeu e viu a amiga bufar. - Você gastou quinze mil, foi por isso que apanhou e ficou de castigo.
- Fala sério, você acredita mesmo nisso? Ele me bateu porque eu xingava vocês o tempo todo e ele tava cansado, isso sim. - Se sentou e olhou pra irmã. - Abaixa a bola, Bruna. No fundo eles tão certos, tem que ser assim, cada um seguindo sua vida.
- E no natal? - Todo mundo viu seus olhos cheios de lágrimas. - Eu achei que mesmo separados, íamos passar o natal todos juntos.
- Faltam meses pro Natal. - Nath foi insensível. - Muita coisa pode acontecer até lá, mas provavelmente você vai ter que escolher entre ficar em casa com a mamãe ou vir passar aqui com ele.
- EU NÃO QUERO ESCOLHER NADA! - Gritou e então apareceram na sala, Micael e logo em seguida seus pais. - Você ouviu pai? - Ainda estava alterada. - EU NÃO QUERO ESCOLHER NADA. E digo mais, se me obrigarem a escolher, eu fujo de casa e fico sozinha.
- Mas que abobrinha é essa que você está dizendo? - Rangeu os dentes. - É proibido ter paz, sempre tem alguém brigando nessa família, eu juro, não aguento mais.
- Ela está falando do natal. - Nath explicou brevemente, achava graça da situação. - Sobre escolher com quem passar a data.
- Não acha que está sofrendo muito antes? - Ele rolou os olhos. - Muita água vai rolar por baixo dessa ponte, não sei nem se vou estar vivo amanhã.
- Ah, para com isso. - Ainda estava revoltada. - Você pode fazer as pazes com a minha mãe, eu não vou escolher lado nenhum.
- Eu não briguei com a sua mãe. - Ele franziu a testa. - De onde você tirou isso? Tá surtando por causa de nada, cabeçuda.
- Brigou sim, você não deixou ela vir aqui hoje. - Micael desviou o olhar pra filha mais velha. - Nathaly acabou de dizer isso pra mim.
- Nathaly, que dia você vai parar de complicar a minha vida? - Ergueu uma sobrancelha. - É sério, quando você não tiver nada de bom pra falar, fica em silêncio.
- Ei! - Ela se sentou e protestou, mas recebeu um olhar fuzilador do pai e deu um suspiro. - Me desculpa.
- Vamos parar com esse papo? - Antônia resmungou. - Você não tem que discutir com o seu pai dessa forma. - Apontou pra neta com uma voz severa. - E você não tem que discutir com a sua filha como se tivesse a idade dela. Será que podemos almoçar, ou vocês pretendem continuar com isso?
A mesa de seis cadeira não foi suficiente e dois banquinhos foram adicionados para Luan e Rafael. Em algum momento, o assunto comum fluiu e tiveram um almoço agradável.
A tarde, Micael foi levar a mãe e os irmão até o aeroporto e deixou os jovens em casa, não havia espaço pra levar todo mundo.
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Súbito Amor
RomansaDividida entre a razão e a emoção, Sophia luta pra entender seus sentimentos após descobrir que o homem por quem estava perdidamente apaixonada é pai de uma das suas melhores amigas. Do outro lado da moeda temos Micael, pai de duas meninas, vivendo...