Capítulo 149

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Mais alguns dias depois, Branca chegou em casa com uma notícia que mexeu com a cabeça de Sophia e Rafael. Havia recebido uma proposta irrecusável de emprego, mas era no Rio grande do Norte.

A empresa que trabalhava tinha oferecido a ela e a Rafael uma vaga imperdível com um super salário, mas teriam que viajar e Branca não pensou duas vezes antes de aceitar.

Contou a filha e disse a ela que se quisesse ficar, a manteria aqui sem problemas, mas que podia ter chance de conhecer outro lugar e novas pessoas e aquilo seria bom.

Eles tinham uma semana. Sophia marcou uma última saída com as amigas e jurou que não perderiam contato, mas na realidade, assim que pisou na nova casa, quebrou o chip e comprou um novo, sem contar as meninas o número. Recebeu algumas mensagens pelas redes sociais, mas fez questão de ignorar todas, nem as lia. Precisava de um tempo sozinha.

Rafael naquela última semana que teve, foi conversar com Nathaly e pedir a ela que entendesse seus motivos para ir embora, mas a menina ficou tão irritada que nem sequer quis cogitar o namoro a distância. Ali, o namoro de quase dois anos, foi encerrado, num momento que Nathaly mais precisava de Rafael.

Nathaly não contou as amigas, não contou a irmã e muito menos ao pai. Queria sua mãe ali pra conversar, sabia que ela a apoiaria e a defenderia da fúria de Micael.

Pegou uma foto que tinha guardado, a mãe sorria alegremente ali. Logo depois que os cabelos cresceram e ela se reencontrou como mulher. Parecia uma época tão distante.

- Eu preciso tanto de você aqui, mãe. - Nath fungou. - Eu não sei como enfrentar isso tudo sozinha. - Fazia carinho na foto. - Meu pai vai me matar, o Rafael sumiu e eu estou aqui, sozinha com um bebê na barriga. - Fungou. - Eu já fui ao médico, fiz uma ultra e ouvi seu coraçãozinho, tem sete semanas. Se for menina, vai se chamar Ágatha Christina, não que eu goste desse Christina, você sabe que eu odeio, mas pra manter você pertinho da gente, minha filha vai ter que aprender a lidar com ele. - Tentou secar as lágrimas.

- Você está grávida? - Ouviu a voz grave do pai surgir e se assustou. - Diz pra mim que isso é só uma brincadeira de mal gosto!

- Eu posso explicar! - Ficou de pé rápido.

- E tem mais o que explicar? O que foi que aconteceu com a Nathaly bem educada sobre o assunto? - Gritou. - Como você estragou sua vida dessa forma? Só tem dezenove anos...

- Se acalma, pai. - Pediu e ele respirou fundo. - Aconteceu, eu estava aqui contando pra mamãe. - Ergueu a foto. - Ela teria amado a ideia de ser avó, embora com toda certeza diria que é jovem demais pra isso.

- É do irmão da Sophia? - Perguntou mais baixo e viu a filha assentir. - E cadê esse imbecil que não está com você?

- Nós terminamos. - Contou triste. - Poucos dias atrás, antes de eu descobrir a gravidez, ele nem sequer sabe.

- Ué, então conta, terminados ou não, o filho é dele! - Disse grave, se quiser eu vou atrás dele e pego pelo colarinho.

- Não, ele não mora mais aqui. - Viu a expressão do pai se confundir. - Nenhum deles. - Contou. - Sophia tinha nos dito que não perderíamos contato, mas ela trocou de chip e nem ao menos lê as mensagens que mandamos pelas redes.

- Pra onde foram? - Tinha a testa franzida. - Ela não quis se despedir?

- Rio Grande do Norte. - Contou com um dar de ombros. - É claro que não quis, você se lembra das coisas que disse a ela? - Aquela altura, Sophia já tinha comentado como tinha sido o término dos dois, com detalhes. - Ela com certeza foi embora magoada.

- Direito dela, mas o irmão tem muita responsabilidade.

- Ele nem sabe, pai. - Voltou a se sentar na cama. - E eu sinceramente não queria contar.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora