Capítulo 161

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- Será que a gente pode parar com esse papo baixo astral? - Sophia pediu ao reparar o buraco em que Micael estava entrando. - Eu já entendi os seus motivos, capaz de eu já ter entendido na época sem você sequer falar.

- Mas você ficou com raiva e foi embora! - Disse como se fosse um absurdo.

- Ué, eram medos seus, você tinha que aprender a lidar com eles. Eu tinha sim direito de ficar chateada!

- Sei... - Não disse mais nada. - Vou conversar isso com a Maria.

- Quem diabos é Maria? - Franziu a testa. Não tinha ouvido aquele nome até agora. - Se essa Maria é um caso seu... - Começou irritada, mas foi interrompida pelo som da risada dele.

- Você continua igualmente ciumenta, se soubesse que até disso eu senti falta... - Continuou a rir. - Eu deixaria você mexer no meu celular facilmente se isso impedisse você de ir embora.

- Acredita em mim, eu jamais faria isso hoje em dia. - Disse com um bico. - Que coisa horrorosa, eu tenho um ódio disso.

- Ué, além de tudo ele ainda faz isso? - Tentou prender outra risada, mas não conseguiu. - Quer dizer então que o cara faz tudo que você queria fazer comigo e um pouco mais?

- Tudo de ruim né? - Ele riu ainda mais. - O que era bom e eu queria fazer com você, ele nunca nem chegou perto. - Observou a risada que Micael dava e até se permitiu um sorrisinho. - Que bom que a minha vida desastrosa diverte você, Micael.

- Diverte sim, você vai voltar pra mim na linha! - Implicou e recebeu uns tapinhas. - Sem encheção de saco nenhuma!

- Vai achando. - Cruzou os braços. - Quem é Maria?

- Maria de Fátima, a minha psicóloga, uma senhora de quase sessenta anos. - Bufou. - É sério, vai ter ciúmes de uma senhora? Quem gosta de velho é doença. - Rolou os olhos.

- É, eu tenho que ter ciúme da sua secretária, não é mesmo? Aquela dali faz o teu tipo. - Rangeu os dentes e observou outra risada. - Duda.

- Eduarda o nome, você deve imaginar. - Sophia não respondeu. - Para de graça, a menina tem dezoito anos. Eu também não sou tão papa anjo assim.

- Não é? Eu tinha dezenove! - Disse com obviedade. - Você nunca pareceu ligar, aliás, gostava ainda mais quando eu cortei uma franjinha que me fez ficar com cara de quinze.

- Sophia, você está me chamando de pedófilo? - Parou de rir e abriu a boca, surpreso. - Isso é horrível, sabe né?

- Pedófilo com quinze anos? Uma menina de quinze anos é capaz de consentir, nós dois sabemos disso. - Ergueu uma sobrancelha.

- As vezes eu esqueço que você agora tá formada e entendida das leis. - Sophia finalmente deu risada. - Enfim, a Duda é uma criança. Você tinha dezenove, mas eu tinha trinta e três. Agora eu tenho quase quarenta, Sou vinte anos mais velho que a menina, eu sou avô! - Disse como se fosse um absurdo cogitar essa ideia.

- Você está com quase quarenta anos? - Arregalou os olhos. - Eu não tinha parado pra pensar nisso, sabia? Você está velho demais pra mim.

- Tem até uns cabelo branco aparecendo aqui. - Passou as mãos na cabeça. - Se parar pra pensar bem, eu não devo aguentar meia hora com você, hoje em dia... - A loira riu alto e tampou a boca com a mão. - Ri mesmo, é melhor rindo do que chorando de decepção.

- Para de falar besteira. - Limpou as lágrimas que escorreram pelos cantos dos olhos de tanto rir. - Eu duvido.

- Você vai ter oportunidade de descobrir, fora que estou enferrujado, acho que quatro anos fora do mercado é muito tempo, o que há de novo?

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora