Capítulo175

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A vida era boa.

Pelo menos era o que Sophia tinha a declarar dos últimos meses. Tudo parecia tão encaminhado que chega a assustava as vezes. Seu casamento já estava batendo á porta. O tratamento pra engravidar ia de vento em popa, ainda que estivessem apenas em fase inicial.

Bruna estava terminando o primeiro semestre da faculdade e parecia empolgada. Branca, que ainda morava em RN não fez grandes ressalvas ao casamento de Sophia, e isso deixou a loira aliviada, mesmo que no fundo soubesse que a mãe odiava Micael.

Nathaly havia descoberto uma segunda gravidez há menos de um mês. Dizendo ela que havia sido de surpresa, mas todos sabiam que foi a pedido de Rafael.

O neném de Lua e Arthur, havia nascido saudável. Um lindo menino, que fazia com que Arthur zoasse Micael a qualquer hora que achasse conveniente, mesmo que o menino já tivesse quase seis meses.

Naquela quarta feira, pouco mais de sete da noite, Sophia enfiou a chave na porta de casa e se deparou com uma verdadeira zona. Não que fosse alguma novidade. De uns tempos pra cá, aquela era sua realidade. Chegar tarde e cansada e ficar arrumando bagunça de Bruna e Micael.

Ela olhou pra sala de ponta cabeça e soltou um suspiro. Caminhou um pouco mais e viu a louça na pia, um monte de coisa em cima da mesa que parecia ser do café da manhã. Continuou entrando e só encontrou mais bagunça, até que deu um grito.

- Micael e Bruna! - Voltou pisando duro pra sala. - Micael e Bruna! - Gritou uma segunda vez e os dois apareceram.

- O que foi, amor? - Franziu a testa sem entender o estresse. - Chegou nervosa, aconteceu algo?

- Vocês estão cegos? - Abriu os braços. - Olha essa zona de apartamento!

- Você está estressada porque está desorganizado?! - Bruna ergueu uma sobrancelha. - Não precisa disso tudo, Soph.

- Ah, precisa sim. - Disse ainda alto. - Pelo amor de Deus, olhem essa imundície. As almofadas jogadas no chão, o sofá inteiro cheio de farelo de sei lá o quê. O rack nunca viu uma flanela tá coberto de poeira e sem falar nesse chão que não vê uma vassoura há dias. - Começou a lista de reclamação. - A pia está cheia de louças e a mesa do café da manhã até agora não foi tirada. Não preciso entrar no seu quarto pra saber que está uma zona, Bruna. Os banheiros desse apartamento são outra coisa que eu não vou nem comentar. A questão é, algum de vocês dois acha que tem empregada? - Os dois ficaram em silêncio. - Eu fiz uma pergunta!

- Não, Soph. - Falaram em coro.

- Se eu não fizer as coisas nessa casa, ninguém faz. Como é que vocês conseguem viver nesse lixão?! Porque isso aqui é um lixão!

- Não exagera, eu chamo uma diarista. - Micael deu de ombros. - Você também não precisa limpar nada.

- É uma questão de higiene. - Rangeu os dentes irritada. - Quando eu não morava aqui, esse apartamento era impecável, eu me mudei e ficou tudo nas minhas costas! - Continuou a reclamar. - Eu não sou a Lilian pra ficar limpando, cozinhando, passando e lavando pra marmanjo nenhum!

- Não precisa disso tudo, Soph. - Bruna falou baixinho. - Meu pai já disse que chama a diarista.

- Não vai chamar ninguém! - Ela brigou. - Quem vai dar um jeito nessa fossa aqui são vocês dois.

- O quê?! - Falaram alto e em coro novamente.

- Isso mesmo, o mínimo de higiene tem que haver. Eu ficaria envergonhada de chamar alguém pra limpar essa casa. Imagina o que a pessoa não ia pensar de mim. Porque não ia ser de vocês, a porca sempre é a mulher da casa.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora