Capítulo 94

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- Deus do céu, como você leva tudo na brincadeira!!!! - Resmungou. - E eu aqui pedindo desculpas, como uma imbecil.

- Você queria que eu tivesse aqui brigando com você por causa disso? - Cruzou os braços ainda rindo. - É novo pra elas, essa história de separação, Natal sempre foi uma data que a gente comemorou juntos. Mas elas sabem que não vai acontecer mais. E francamente, lógico que vão escolher passar a data com a Lilian, eu nunca tive dúvida alguma, embora confesso que não pensei no natal.

- Queria ser bem resolvido como você. - Relaxou o corpo no sofá. - Mas as coisas me irritam muito.

- Não sei nem porque estamos falando de natal. Estamos em julho! Ainda tem todo um semestre. - Rolou os olhos. - E só pra sua informação, eu não posso viajar perto do natal, tenho muitas petições para que meus clientes passem a data com as famílias.

- Os seus clientes que batem nas esposas querem passar o natal em família? - Disse com ironia e observou mais uma vez o namorado rir. - Devia deixar todos eles apodrecendo.

- Não é só violência doméstica. - Bufou. - Tem assassinos, estupradores, torturadores...

- Fala sério, que profissão tenebrosa essa sua! - Disse assustada e recebeu mais risada. - Você sabe que os caras são culpados, vai lá e alega inocência.

- Eu sei, mas isso faz parte do sigilo advogado-cliente. - Deu de ombros. - Ah para com isso, alguém tem que defender o pessoal, daqui uns anos vai ser você.

- Jamais! - Rangeu os dentes. - Eu quero ser promotora. - Surpreendeu Micael. - Até mesmo juíza.

- Que beleza, já imaginou nós dois no tribunal, você acusando, eu defendendo... - Brincou com um sorriso. - Eu aposto que vou perder. 

- Isso nunca vai acontecer. - Ela finalmente sorriu. - Há um conflito aí.

- Ainda bem, porque seria desconcertante. - Ela olhou sem entender e aguardou a explicação. - Você, numa saia lápis, olhando pro júri, fazendo com que eu tivesse uma linda visão da sua bunda... - Ele ergueu o braço mostrando os pelinhos arrepiados. - Olha isso, só de imaginar.

- Larga de ser besta! - Ela deu risada. - Eu amo você.

- Errado. - Disse sério, mas logo sorriu. - Quem ama você sou eu! - Puxou a namorada pra sentar em seu colo, de frente pra ele. - Para de dar ideia pro que os outros falam, eu nunca estive tão feliz na vida!

- Suas filhas são "outros"? - Colocou os braços ao redor do namorado.

- Nesse momento, qualquer um que se atrever a tentar atrapalhar a gente entra nessa classificação. - Ela riu e não respondeu, buscou a boca do amado pra um beijo quente, um sorriso nasceu entre o beijo quando sentiu sua ereção.

- Nós não já fizemos isso hoje? - Ergueu uma sobrancelha novamente. - Você é bem ativo pra um senhor da sua idade.

- Eu vou enfiar o meu pau na sua boca pra ver se para de falar besteira. - Sophia riu com tesão. - Algo me diz que você adorou a minha ameaça.

- Você pode ter certeza que eu vou continuar falando besteira só pra você cumprir. - Disse sedutoramente e logo os dois recomeçaram um beijo.

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O domingo passou tranquilo e os dois finalmente tiveram paz. Afinal, os dois haviam desligado os telefones e estavam incomunicáveis.

Não parecia que tinham brigado na noite anterior, tudo estava tão ótimo que Sophia chega teve medo, afinal, não lembrava quando tinha estado tão bem com ele.

Segunda de manhã ela ficou dormindo quando Micael foi pro escritório. Chegou depois de Arthur, que já estava lá, batendo papo com Nathaly.

- Sério, você devia procurar algum trabalho, Arthur. - Micael falou, extremamente bem humorado. - Você fica o tempo todinho batendo papo.

- Você vai chegar assim, sem dar um bom dia, sem cumprimentar a menina... - Respondeu também bem humorado. - Você já foi mais educado, sócio.

- Aham, joga pra cima de mim mesmo. - Deu risada. - Você é ótimo em tirar o foco.

- Eu tenho trabalho, daqui a pouco inclusive, sua amiga vem aí. - Contou com um dar de ombros e Micael fez uma careta. - Ué, você que foi pedir pra eu atender a moça, agora aguenta. Ela paga bem viu, não dá pra dispensar.

- Dinheiro te compra, né Arthur? - Ele ergueu uma sobrancelha. - É só pagar bem que você se entrega.

- Duas coisas me compram. - Ele ergueu a mão pra contar. - Uma bela quantia em dinheiro e uma loira gostosa. - Micael ergueu uma sobrancelha, ele claramente tinha esquecido de Nathaly ali.

- Que beleza, vou avisar a Lua. - Ela disse brincando. - Eu tenho certeza que ela vai adorar saber.

- Não é atoa que ela é uma loira gostosa. - Ele completou. - Aquela lá arranca o que quiser de mim.

- Sei, saiu pela tangente muito bem. - Micael deu risada. - Agora, pra acabar com o meu bom humor, Nathaly, vamos lá na minha sala.

- Eu já até sei o que você quer falar e não tô interessada. - Resmungou. - Segunda de manhã, vamos manter a paz e ignorar o que aconteceu?!

- O que rolou? - Arthur perguntou curioso e Nath respondeu com uma careta.

- Bruna foi ignorante com a Sophia e vai sobrar pra mim, ninguém pode falar mal da santa namoradinha. - Se sentou na cadeira e fez um bico e olhou pro pai. - Vamos encurtar essa conversa, eu não vou pedir desculpas, muito menos a Bruna, Sophia tampouco.

- Eu queria conversar com você sobre a Bruna e a Sophia, eu não ia reclamar de nada. - Suspirou. - Mas parece difícil né, ter uma conversa madura e adulta com você. - Rolou os olhos. - E como eu disse, acabou com o meu bom humor. - Pediu licença e entrou na sala.

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Mais tarde, naquele dia, quando Micael saiu da sala pra almoçar deu de cara com Arthur e Fátima no corredor, conversando, se xingou mentalmente por ter saído na hora errada, tentou passar despercebido, mas não conseguiu.

- Oi, Micael. - Fátima o viu de longe e falou alto, caminhando junto com Arthur pra perto. - Saindo pra almoçar?

- Pois é, bom te ver. - Disse sem graça e estendeu a mão pra mulher, mas ela foi além e lhe deu um beijo no rosto. - Arthur está te atendendo bem?

- Ah, ele é ótimo. - Sorriu ao jovem advogado. - E o que acha de almoçarmos juntos? - Ela convidou e ele parou pra pensar numa saída. - Estava indo agora também.

- Acho que nem vai dar, marquei de ir com a Nathaly. - Olhou pra filha que entendeu o pedido de socorro. - Vai ter que ficar pra outro dia.

- Que nada, pai. - Sorriu simpática, aproveitando a oportunidade de se vingar do pai. - Eu almoço com a Rosana.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora