- Lilian, eu saí de casa sábado. - Cruzou os braços. - Segunda a noite estou aqui de novo, jantando com você e a minha atual namorada. Isso é normal?
- Mas gente. - Ela o encarou e em seguida passou o olhar a Sophia. - Você se incomoda, Sophia?
- Eu não. - Deu de ombros. - Eu acho que sou a última pessoa a ter que ficar incomodada aqui, não é?
- Então ótimo, você vai embora, já que acha bizarro. - Disse a Micael. - E Soph janta com a gente.
- "Soph". - Ele debochou.
- Eu conheço essa menina antes de você garanhão! - Rolou os olhos. - Ela é amiga da Nathaly há anos!
- Tantos anos assim? - Se virou pra Sophia. - Eu acho que nunca te perguntei isso, como é que se conheceram? Já que tem idades diferentes?
- Dois anos, grande diferença. - Lilian bufou. - Na escola, Micael. Elas são amigas de escola.
- Que ótimo, você também sabe isso. - Rolou os olhos. - Só eu não sei então?
- Desde quando você se interessava pelas amiguinhas de escola da Nathaly? - Colocou as mãos na cintura.
- Nossa senhora. - Ele colocou a mão no peito. - "Amiguinhas de escola da Nathaly", agora você conseguiu me atingir, me senti um velho babão.
- Talvez você seja. - Sophia implicou e recebeu um olhar fuzilador. - Ah, eu não podia perder essa oportunidade. - Piscou um olho pra ele. - Eu, Lua e Mel, somos amigas desde a creche, se é possível. Ali pelo alto dos nossos onze anos, conhecemos a Nath. Ela entrou no meio do ano e por ser pequenininha, o pessoal tirava sarro dela. Aí fizemos amizade meio que pra proteger ela e estamos aí...
- Desde onze anos? - Soph assentiu. - Nath tinha nove? - Assentiu novamente. - Meu Deus, literalmente amiguinhas de escola.
- Vai surtar uma hora dessa? - Lilian disse rindo. - Eu não sei como foi que vocês não sacaram isso de cara, porque tipo, Sophia veio nas festas de aniversário da Nath, eventos na escola...
- Porque ela era uma criança! - Ele disse como se fosse óbvio. - No dia que eu olhar com maldade pra uma criança, eu mesmo furo meus olhos.
- Larga de ser dramático. - Lilian se afastou de Bruna e foi até o fogão, acendendo o fogo pra requentar a comida. - O ponto é, você ficou um pai relapso, quase não estava em casa e é por isso que não viu a Sophia grande.
- Um pai relapso. - Sophia deu risada. - Tadinho.
- Fica com pena dele não. - A mulher apontou pro ex marido. - Isso aí é um péssimo marido, não se ilude.
- Tá legal, agora chega! - Ele deu um basta. - Essa conversa aqui já rendeu, vamos logo.
- Eu não posso contar seus podres não, bem? - Implicou. - Como é que se conheceram? - Micael tentou fazer um gesto para que Sophia não contasse, mas ela ignorou.
- Ele me ajudou a trocar o pneu do carro. - Deu de ombros como se não fosse nada demais. - Inclusive, naquele dia eu tinha vindo trazer a Nath aqui.
- Ordinário! - Ela xingou. - Você sempre me taxou de louca possessiva e eu sempre estive certa. Ele fez um escândalo brigando comigo. - Contou a Sophia. - Dizendo que eu era doida que não podia parar pra ser gentil e ajudar uma menina na estrada que eu inventava moda. Safado. - Sophia deu risada.
- Tá legal, eu sou péssimo e não tenho defesa. - Bufou. - Mas será que vocês podem parar de falar essas coisas na frente da minha filha?
- Tudo bem, Micael. - Lilian concordou. - Vamos mudar o assunto.
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Súbito Amor
RomanceDividida entre a razão e a emoção, Sophia luta pra entender seus sentimentos após descobrir que o homem por quem estava perdidamente apaixonada é pai de uma das suas melhores amigas. Do outro lado da moeda temos Micael, pai de duas meninas, vivendo...