Capítulo 83

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- Não vem tentar me seduzir agora, eu estou chateada. - Se afastou e ficou de pé. - E vou continuar enquanto aquela mulher estiver te cercando.

- Eu tinha esquecido o quanto você é ciumenta. - Suspirou, ainda abaixado. - E tudo piora com a Lilian enfiando abobrinhas na sua cabeça. Para de dar confiança pra ela como se fosse sua amiguinha, ela não é.

- Ela não falou nada demais. - Sophia se virou. - Nath perguntou quem era a mulher com você e ela respondeu, apenas.

- Você podia ter ido lá e perguntado pra mim. - Se levantou. - Eu te diria quem é, eu apresentaria você como minha namorada e pronto.

- Você encontrou essa mulher tem uma semana. - Ela cruzou os braços e falou olhando em seus olhos. - Eu aposto que deu a ela o seu número comercial, exatamente como fez comigo, vocês saíram pra um café, nada demais, correto? Exatamente como fez comigo.

- Exatamente nada, eu levei você pra jantar. - Brincou, tentando descontrair a conversa séria, mas não havia traço de humor em Sophia. - Isso tudo é coincidência.

- Por favor, né? - Ironizou. - Isso não é coincidência, é o seu modo de agir. Você diz que não trai, mas aí você conhece outra pessoa e vai desenvolvendo uma relação até que...

- Para com isso! - Pediu alarmado. - Você está equivocada. Eu só peguei o número do celular dela, porque tinha que passar o endereço da festa.

- Me conta, que dia essa mulher apareceu no escritório?! - Ela pediu e ele hesitou. - Não mente, a Nathaly vai confirmar.

- Segunda de manhã. - Confessou. - O que isso tem a ver?

- Hoje é sábado. - Ela falou calmamente, os olhos cheios de lágrimas. - Pelo que consegui compreender, você não disse a ela que tinha namorada, digo isto porque ela ficou o tempo todo interessada em alfinetar a Lilian e nem olhou pra minha cara.

- O assunto não surgiu. - Ele começou a se defender, mas Sophia continuou a acusar.

- Você teve seis dias pra me contar que essa mulher tinha reaparecido, não o fez também. Eu posso perguntar o motivo?

- Será que podemos ter essa conversa em outro momento? - Ele pediu a namorada. - É a festa de aniversário da Nathaly e por mais que eu esteja odiando, não quero estragar com mais brigas.

- Ah, agora você está pensando nela. - Sorriu forçadamente. - Tudo bem, Micael. Como preferir. - Ergueu as mãos em rendição, fungou uma última vez e se virou pra entrada. - Eu vou encher a minha cara, espero que não me perturbe.

- Soph, eu amo você. - Ela não respondeu, apenas seguiu pra dentro, direto pro bar. - Essa vai ser difícil de reverter. - Falou sozinho e entrou também.

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- Problemas? - Fátima perguntou, já estava com ele na mesa de novo, afinal, não conhecia mais ninguém ali, era convidada dele.

- Você lembra de como era quando tinha vinte anos? - Ele deu de ombros. - Jovens são complicadas.

- E você está com ela por que? - A mulher beirava a vulgaridade. - É uma garota.

- Fátima, tudo que eu menos preciso é conversar sobre isso. - Olhou a namorada que ia passando com mais um copo de bebida. - Essa garota vai acabar comigo. Juro.

- Você se livra de uma golpista e arranja outra?

- Fala sério, a Lilian não me deu golpe nenhum, eu não tinha nada a oferecer. - Rolou os olhos. - Eu que não devia ter procurado ela pra perder a virgindade. E você que não devia ter feito tanto cu doce.

- Se você gostasse tanto de mim quanto dizia, não tinha ficado com ela. Essa é a verdade, você acabou com todo o nosso futuro juntos. Em algum momento passou pela sua cabeça o que poderíamos ter tido?

- Muitas vezes, principalmente no começo do meu casamento. - Deu de ombros. - A Lili sabe que eu só fiquei com ela por causa da Nathaly. Você pode ter certeza que muitas vezes eu me culpei por ter inventado de ficar com ela pra fazer ciúmes em você.

- A culpa foi sua mesmo. - Ela deu risada. - Você meteu a gente nessa e piorou tudo quando terminou comigo pra ficar com ela.

- Ela estava grávida, eu tinha que fazer isso. - De de ombros. - Consequências dos meus atos.

- Fala sério, não ia ser a primeira criança do mundo que nasce e os pais não estão juntos. Você não precisava casar com ela como se estivesse no século dezenove. Você quis fazer isso.

- Não foi tão ruim, fomos felizes. - Deu de ombros. - Em alguma parte desses dezenove anos, realmente fomos felizes. Construimos uma família e eu esqueci que você existia.

- Uau, obrigada. - Disse se fazendo de ofendida. - Mas e se a gente tirar o tempo perdido?

- Eu tenho namorada, Fátima. - Ele sorriu de canto. - E eu não pretendo estragar tudo, não de novo.

- Uma garota. - Ela rolou os olhos. - A gente tem que viver isso, o destino colocou a gente junto, agora que estamos ambos divorciados.

- Não vai rolar. - Reforçou. - Eu amo a Sophia, por mais ciumenta que ela seja. Eu arrisco dizer que te amava também, mas estraguei tudo, certo? Não vai rolar de novo. Dessa vez eu vou fazer tudo certo.

- Você só pode estar brincando. - Se aproximou mais um pouco. - Precisamos de um momento a sós pra eu te fazer entender que essa garota não é nada. - Ele sorriu.

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- É sério, eu vou matar o Micael. - Sophia, que estava rondando a mesa na companhia de Lua, vigiando a oferecida, comentou. - Eles vão se beijar, Lua.

- Ele não seria tão cara de pau. - Lua segurou a amiga pelo ombro. - Pelo amor de Deus, ele sabe que você está aqui.

- Exatamente, ele não vai fazer porque sabe que estou aqui, mas e quando eu não estiver? - Suspirou. - O que eu faço, Lua?

- Depende se você quer ou não manter esse namoro. Você não estava agora dizendo que não queria mais? - Lua sorriu. - Acabou de falar da briga lá fora.

- Mas eu o amo. - Suspirou. - É lógico que eu quero manter o meu namoro. As minhas opções são, achar um gatinho nessa festa e ir curtir, ou ir lá naquela mesa e botar aquela rapariga no lugar dela. O que acha?

- Acho que você tem que ir lá e ser falsa. - Apontou pros dois. - Se ela está esperando o escândalo, vai continuar. Marca presença e conversa sério com ele depois, no apartamento, só vocês dois.

Súbito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora