✨ 70. Noite de Tributo ✨

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Já não conseguia controlar as lágrimas que queimavam os meus olhos e percorriam o meu rosto. Eu era egoísta e isso não conseguia deixar de ser. Eu era mãe, mas ele, ele era o pai e sentia tanto quanto eu. Toquei seu rosto e lhe abracei apertado, sentia que o meu corpo iria se fundir ao seu.

Inês: Me desculpe... você está certo... nós merecemos esse momento... sobre tudo o Gui merece... nossos netos... eu vou sim dizer o quanto sinto sua falta, mas também que desejo a ele a liberdade para descansar... assim como você meu amor... porque eu sei que está sentindo tanto quanto eu a falta dele... a dor de sua morte... vamos ajudar os nossos netos nesse momento... vamos deixar a nossa dor sair, eu não quero ver os meus filhos sofrendo... eu quero ser o pilar de vocês... quero cuidar das nossas duas meninas... assim como eu quero cuidar de você, como sempre foi - beijei o seu pescoço - você não vai beber... Victor eu não vou permitir que isso aconteça... não vou meu amor - me afastei um pouco e segurei em seu rosto, fazendo ele me olhar - vamos comemorar a chegada dos nossos netos... e a sua filha...- suspirei - ainda preciso daquela sua ajuda com relação a isso... não é fácil, mas eu não quero te ver se afundar... estamos juntos - apertei sua mão - para todo o sempre, ainda lembra? - sorri beijando o seu rosto, secando suas lágrimas.

Victoriano: Todo sempre – encostei minha testa na sua – não sou forte com pensa, ou corajoso como faço acreditar, sou fraco, gostaria de desaparecer, beber até que nada mais exista. Você é meu farol, minha bússola, não me abandone, não solte a minha mão, porque sinto que estou a beira de um precipício e com apenas um vento eu caio. Para todo o sempre sem desistir ou soltar a minha mão.

Inês: Não vou te soltar meu amor, prometo... vamos sair dessa... eu sei que você está cansado e não precisa ser forte o tempo todo - beijei o seu peitoral - essa vontade vai passar... eu te prometo... vamos organizar tudo? Precisamos reunir a família e os amigos... quero fazer um momento leve e feliz... chega de lágrimas.

Victoriano: Chega – acariciei seu rosto e a beijei suavemente como se selasse nossa promessa – enquanto liga irei ao centro providenciar o que falta, quer ir comigo ou vai ficar com nossa menina?

Inês: Não meu amor, ficarei com a nossa menina, não quero deixar ela sozinha - sorri após o seu beijo - resolva tudo que precisar e eu resolvo aqui... não estou com cabeça para sair... eu te amo... se cuide e não demore, te espero aqui - beijei os seus lábios com amor me despedindo e o vi sair.

Fui ao telefone liguei para fazenda pedindo a Candela para organizar tudo com as meninas, desliguei e comecei a ligar para todos, os convidando para aquele momento especial. Quando terminei fiz uma última ligação, fui ao quarto da minha menina que continuava dormindo e fui ao escritório, queria resolver algumas coisas antes de voltarmos a fazenda. Não demorou muito para Valentina acordar e me fazer companhia. Ela deitou no sofá do escritório conversando comigo enquanto eu analisava algumas coisas que estavam ali. Horas depois o Victor voltou com tudo que precisava e fomos para a fazenda. Assim que chegamos ajudei Valentina a ir para o seu quarto e fui verificar as coisas na cozinha, assim como Victoriano foi verificar como estavam as outras coisas que precisaríamos no jardim. O tempo foi passando e quando menos esperamos nossos convidados começaram a chegar. Não demorou muito todos estavam ali, reunidos, conversando levemente. Segurei no braço do meu amor e pedi a atenção de todos.

Inês: Antes de mais nada, quero muito agradecer a todos que aceitaram o convite e vieram... não tem sido momentos fáceis, para nenhum de nós - suspirei triste - sentimos dores de formas diferentes... mãe... pai... filhos... irmãos... amigos... todos nós perdemos o Gui... todos sentimos falta dele... das suas brincadeiras... dos seus risos... da sua alegria... de tudo... passei dias trancada dentro do quarto, sem conseguir sair... deixei que a dor do luto me tomasse... tirasse o pilar dessa família - respirei fundo - mas hoje não é um dia para choros... para dor... mas sim para nos despedirmos de nosso querido filho... com as nossas melhores lembranças... Victor pensou em deixarmos algumas lanternas no jardim, com tudo que desejamos ao Gui - sorri - vamos jantar e depois teremos uma sessão de cinema... hoje... essa noite, será um tributo ao Gui.

Victoriano: Será um tributo ao Guilherme – peguei minha taça de suco – como também um agradecimento aos amigos, Humberto, obrigada por cuidar da Valentina por ajudar, apoiar e estar ao lado dela para que possa voar nem que seja para longe, porque é isso que os filhos fazem, crescem e vão escrever suas próprias histórias, isso vale para vocês Alejandro, Liz e agora Victoria, Vicente, amigo de Inês, espero que os maus momentos que passamos fiquem no passado e de hoje em diante sua amizade estenda a mim e cuide bem da Diana, Diana tenho que agradecer por esse presente lindo – olhei para Victoria – quero que seja muito feliz porque merece. Victoria, minha filha, seja bem vinda a família Santos, saiba que sou muito ciumento, ouviu Vicente rouba filhos? – ri – gosto muito de mimar meus netos e porque não malcriá-los? Minha pequena Aurora , a deusa do amanhecer, já nasceu uma guerreira que logo estará conosco. Alejandro e Liz sejam felizes, viagem, sonhem, construam juntos a família que sempre desejaram. Valentina, voe minha filha, não se prenda aos medos, busque a felicidade que merece, vá para a Espanha antes que eu mesmo a mande, quero que seja feliz. Inês, minha amada Inês, sabe o que quero, que continue sendo a luz na minha vida, agradeço pela família que me deu, novamente peço nunca solte minha mão, não poderia esquecer de vocês Clara e Rodolfo, nunca cresçam, continuem sendo os meus monstrinhos, agora chega de tristezas e lágrimas, saúde – levantei minha taça.

Após essas palavras levantei me afastando um pouco com a desculpa de pegar os papéis para os recados, na verdade apenas queria observá-los como em uma janela, posso dizer que pela primeira vez sorria, sorria de verdade, sem ter que fingir ser forte, meus netos voltando a correr pela casa, meus filhos voltando a sorrir, minha Inês voltando a ser ela, desde sua morte sentia um peso muito grande que agora diminuía aos poucos, senti como se tocassem meu ombro, ao olhar pude ver meu menino ali, enchendo de beijos a Inês, provocando Valentina, distribuindo abraços para o Vicente e o Alejandro, mas o mais bonito foi imaginá-lo brincando com as crianças, vê-lo carregar a Geovana enquanto corria atrás dos pestinhas, podia senti-lo conosco, assim como ele poderia descansar ao saber que sua família ficaria bem, nem percebia que chorava, agora não era mais um choro de dor, era de saber que ele estava bem e poderia descansar em paz.

Estava feliz diante da minha família, ela não estava completa, nunca mais estaria. Mas eu sabia que o meu filho estava prestes a ficar bem e que onde estivesse ficaria bem e em paz. Diana e Vicente aos poucos se tornavam parte da nossa família e eram sim mais que bem vindos. Os dois haviam nos provado o quanto mudaram e eram pessoas diferentes. Foi no momento de dor que eles se fizeram presentes, nos apoiaram incondicionalmente e seguiam assim. Victoria aos poucos conseguia conquistar os irmãos e por que não dizer que eu também? Assim como o Humberto que não soltava um só instante a nossa menina e o nosso neto. Percebi que o Victor demorou para voltar e quando entrou na sala estava com as mãos abarrotadas de coisas. Nossos pequenos como sempre correram até ele, fazendo tudo ir ao chão. Foi inevitável não rirmos. Pela primeira vez depois de tantos dias tensos, percebia que os meus amores estavam mais leves e era assim que todos nós seguiríamos. Após toda aquela confusão organizamos tudo, fizemos os nossos bilhetes e fomos a parte de fora da casa. Tudo estava pronto, nos aguardando. Com a ajuda do pessoal colocamos as mensagens e pouco a pouco fomos soltando as lanternas. Por último segurei na mão do Victor, olhei em seus olhos e sorri sentindo algumas lágrimas ali.

Inês: Foram os dias mais difíceis que eu vivi... que nós vivemos... que eu jamais pensei que poderia suportar... mas... com a sua ajuda tudo foi amenizando... vamos sentir sua falta todos os dias meu amor, mas viveremos com a certeza de que sempre ao amanhecer você estará aqui, presente em nossos pensamentos, em nossos corações... em cada momento que estivermos reunidos... nos seus filhos... nos seus irmãos... na sua mãe e no seu pai... não foi e nunca será um adeus, mas um até logo, porquê enquanto você viver em nossas lembranças, você não terá morrido... hoje estamos te deixando descansar como merece... nós dois seguiremos juntos... firmes e fortes... sendo o que você seria para os seus filhos... não deixaremos essa família ruir... nós te amamos muito Guilherme - apertei a mão do meu amor e juntos soltamos a última lanterna... olhei ela subir o céu, levando nossos sentimentos... me virei para o Victor e lhe abracei apertado, sentindo suas lágrimas escorrerem... aos poucos senti os nossos netos se juntarem ao abraço, os nossos filhos e os nossos amigos, nos mostrando que ali estava a nossa força, em nossa família.

Continua...

Liberte-se Para o Clímax - Inês y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora