✨ 71. A Despedida ✨

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Inês: Foram os dias mais difíceis que eu vivi... que nós vivemos... que eu jamais pensei que poderia suportar... mas... com a sua ajuda tudo foi amenizando... vamos sentir sua falta todos os dias meu amor, mas viveremos com a certeza de que sempre ao amanhecer você estará aqui, presente em nossos pensamentos, em nossos corações... em cada momento que estivermos reunidos... nos seus filhos... nos seus irmãos... na sua mãe e no seu pai... não foi e nunca será um adeus, mas um até logo, porquê enquanto você viver em nossas lembranças, você não terá morrido... hoje estamos te deixando descansar como merece... nós dois seguiremos juntos... firmes e fortes... sendo o que você seria para os seus filhos... não deixaremos essa família ruir... nós te amamos muito Guilherme - apertei a mão do meu amor e juntos soltamos a última lanterna... olhei ela subir o céu, levando nossos sentimentos... me virei para o Victor e lhe abracei apertado, sentindo suas lágrimas escorrerem... aos poucos senti os nossos netos se juntarem ao abraço, os nossos filhos e os nossos amigos, nos mostrando que ali estava a nossa força, em nossa família.

Ficamos mais um tempo vendo as lanternas com nossos netos que estavam animados por saber que o pai receberia as mensagens e os desenhos que fizeram, logo voltamos para casa para começar a sessão cinema, todos no gramado ansiosos pelo filme, as horas passaram ficando tarde para todos voltarem para casa, ajudamos todos se instalarem em seus quartos, a sensação de leveza continuava em mim ao mesmo tempo que o cansaço físico pesava, nem lembro quando deite na cama e logo o dia amanhecia, levantei, tomei um banho, me arrumei, queria aproveitar que Victoria estava em casa para mostrar a fazenda, queria animá-la para trazer os meus netos para conhecer, saí do quarto, tudo parecia tranquilo, em paz, ao longe ouvia as vozes da família, sorri, fazer a homenagem ao Guilherme aos poucos foi trazendo a alegria de volta ao nosso lar, acabava de descer as escada e pude ver todos reunidos, as crianças pedindo seus leitinhos com os pãezinhos, Inês falando para Valentina comer devagar para não se engasgar, Ale querendo um pedaço de bolo, o Guilherme se levantando, Gui….

Estava ansioso por falar com o meu pai, tomei um pouco de café rápido e me levantei vendo ele prestes a entrar ali.

Guilherme: Pai... podemos conversar um pouco? Sei que está com o dia cheio de coisas, eu prometo que não tomarei o seu tempo - falei um pouco nervoso.

Victoriano: Claro filho, não trabalharei hoje, quero passar esse dia com você, melhor, por que não passamos um dia de pai e filho – passei o braço em seu ombro indo para o escritório – o que foi campeão?

Guilherme: Está falando sério? Eu sei que tem muitas coisas, a fazenda, a empresa... seus negócios... eu só queria conversar um pouco, sobre as coisas do passado... o que me levou a me afastar...- respirei fundo - ontem brincava com os meninos lá fora e me peguei preso em uma lembrança - me encostei na mesa - acho que é uma das poucas em que está brincando comigo e com a Valentina.

Victoriano: Estou falando sério, acho que eu mostraria a fazenda para alguém, não sei, quero que saiba que você e seus irmãos são importantes para mim, cometi erros que me arrependo, espero que possa me perdoar um dia, na época achei que era o melhor a se fazer – sorri olhando atentamente para ele, em seus olhos, nos traços do seu rosto – qual foi a lembrança? Costumávamos brincar muito por ai.

Guilherme: Eu sei pai... eu como pai sei que fazemos o melhor para os nossos filhos e muitas vezes isso não é visto com bons olhos - suspirei cabisbaixo - eu queria que tudo tivesse sido diferente... que nós dois pudéssemos ser mais presentes um na vida do outro... mas infelizmente não fomos... eu espero que seja o Sr a me perdoar um dia por todas as coisas que eu fui capaz de fazer para lhe afastar da minha mãe, estava tão cego... tão furioso com a vida... com o Sr... fiz coisas que me envergonho muito, mas estou arrependido... tudo que fiz foi pensando no bem da minha mãe, foi em lhe proteger das coisas...- o olhei - me lembrei do dia em que estávamos no pasto... foi um dia chuvoso, estava tudo cheio de lama... o Sr saiu e eu e os meus irmãos fugimos logo depois... a mamãe ficou uma fera - ri - eu e a Valentina tínhamos cinco anos e saímos com o Alê a cavalo... só queríamos brincar na chuva, te acompanhar, mas ela não deixava... o Amâncio estava atolado e o  Artêmio entrou aqui desesperado... o touro mais importante da fazenda desaparecido... uma chuva imensa... quando chegamos lá o Sr estava cheio de lama, todo sujo - ri - nós descemos do cavalo e começamos a correr... o Sr ao contrário da mamãe fez a maior festa com a gente... mas quando voltamos a mamãe nos colocou de castigo e o Sr também... não consigo me esquecer desse dia, foi um dos melhores da minha vida... pude estar ao seu lado, te ajudando um pouco... no outro dia adoecemos - gargalhei - a dona Inês não é moleza.

Victoriano: Inês não é – gargalhei – confesso que esse foi um dos melhores dias que estive com vocês, falando sério entendo sua preocupação como sua mãe, somente tem que saber medir as ações, saber que não faria nada para machucá-la, é casado com filhos, nem sempre é um mar de rosas – coloquei a mão em seu ombro – não tenho nada que perdoar, o que está no passado, no passado deve ficar, vamos recomeçar, fortalecer a nossa relação e porque não cavalgarmos como nos velhos tempos, cowboy? – sorri.

Guilherme: Eu sei pai e acredite, estou totalmente arrependido - lhe abracei apertado - eu só quero te dizer que te amo muito... que senti a sua falta e que estou muito feliz por poder termos essa conversa... eu confio no Sr - toquei o seu ombro e me afastei um pouco - eu sei que seria incapaz de fazer algum mal a minha mãe... sei que a ama e vai lhe proteger de tudo... então, vamos cavalgar?! Como nos velhos tempos - caminhei até a porta e parei, me virando para ele - pai... eu quero te pedir uma coisa... cuida bem dos meus filhos... da minha Geovana principalmente... ela não tem ninguém... eu sei que aqui ela terá todo o amor que poderia ter.

Victoriano: Vamos, pretendo passar o dia com meu filho, nem precisa pedir, sempre protegerei vocês, não pode dizer que ela não tem ninguém, tem um pai e uma mãe que a amam, se te deixa tranquilo prometo cuidar dos meus netos, principalmente da pequena, pare de falar como se estivesse se despedindo, vamos cavalgar.

Acordei sobressaltado, com o rosto úmido das lágrimas, olhei para o lado Inês, dormia tranquilamente, me levantei sem fazer ruído, indo para a varanda logo amanheceria, fiquei a esperar lembrando desse sonho, parecia tão real, suas palavras, seu abraço, me sentei começando a chorar, tirando de dentro de mim, a dor, o sofrimento, agora estava em paz, havia ganho o perdão do meu filho assim como o havia perdoado, nossas almas estão em paz.

Me movi na cama sentindo a falta do meu marido e quando abri os olhos vi a porta da varanda aberta. Ele havia dormido logo cedo, entendia que o seu cansaço era enorme. Há dias cuidava de todos e esquecia de si. Me levantei, vesti o meu roby e fui até ele. Sentei em seu colo e lhe abracei apertado, deixando que ele desmoronasse em meus braços. Sabia que ele havia sido forte o suficiente e que agora era a hora dele receber todo o nosso cuidado e todo o nosso amor. Beijei os seus cabelos e fiquei em silêncio, ouvindo apenas o seu choro. Aos poucos o sol começou a nos contemplar com os seus primeiros raios. Fechei os meus olhos e sorri sentindo o nosso filho nos abraçar silenciosamente, demonstrando que sempre estaria conosco.

Victoriano: Estou em paz Inês – suspirei - sonhei com nosso menino, nos perdoamos – beijei seu braço - foi bom fazermos essa homenagem, é como se a esperança voltasse em mim, a alegria. Vou manter o que ele me pediu, protegerei nossos netos, principalmente a Geovana.

Inês: Sonhou? Foi por isso que acordou assim? - acariciava os seus cabelos - foi sim meu amor, nos libertamos, libertamos o nosso filho... vamos cuidar dos nossos netos, da nossa bonequinha - beijei sua testa - você se sente melhor? O Gui te amou muito, ele só estava revoltado meu amor... eu te falei Victor.

Victoriano: Acho que foi uma despedida, foi tão real, ele me abraçou e ainda sinto, acordei emocionado. Como sempre tão sábia minha Inês, sempre soube que ele me amava mesmo quando eu desacreditei – toquei a ponto do seu nariz – agora sim, me sinto leve, como havia acordado aproveitei para dar bom dia a nossa filha, nossa pequena Aurora, eu sinto aqui – toquei meu peito – logo, eu diria que nos próximos dias ela estará aqui conosco.

Continua...

Liberte-se Para o Clímax - Inês y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora