✨ 66. Um Novo Homem ✨

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Humberto: Então eu tenho um ótimo advogado, o medo é que eu volte a ser idiota? Adoraria dizer que não tem motivos, vai ter dias que estarei chateado ou bravo por algo do trabalho, vamos discutir sobre ciúmes, ou por um filme que escolhi, só que a diferença é que conseguiremos nos acertar, se quiser podemos fazer um contrato que todos os problemas fiquem fora do quarto, sempre quis uma família, formar a minha família, nunca me achei merecedor por levar a vida como vivia, então conheci os seus pais, com filhos e netos, um casamento duradouro. Sua mãe não se importava com o tabu da dominação, então eu percebi que poderia ter a família que queria, conheci uma tal Valentina que assim que coloquei meus olhos nela, eu tinha a confirmação de ter ganho a minha Inês. Uma companheira, uma amiga, uma amante em uma pessoa só, deu medo, muito medo de amar, de sair machucado. Como covarde desapareci, nem pense que esse tempo que fiquei longe me envolvi com outras mulheres, não conseguia se quer manter uma conversa, tudo parecia monótono, sem cor, o meu medo de me machucar me fez ficar cego, infelizmente acabei machucando a pessoa mais especial que poderia ter, a única pessoa que realmente me amou como eu sou, acha que o medo foi embora? Não, ele continua aqui – toquei minha cabeça – porque sou bonito, como também sou velho, pode ser que o que viu em mim se acabe, pode se apaixonar por outro e me deixar, tudo aqui – toquei novamente – só que tenho um medo maior ainda, que é voltar a te machucar, voltar a sentir o vazio doloroso de não ter você ao meu lado, o que é bom porque me faz ser uma pessoa melhor para você e nosso filho.

Valentina: Sim... meu medo é que de uma hora para outra tudo isso desapareça... que você volte a ser aquele mesmo homem que conheci, que não se contente com a nossa família... comigo... que abuse de uma vida monótona... eu... eu me importei com isso... julguei os dois e no final das contas me tornei submissa e não por prazer, mas por amor... por amor eu rompi os meus limites, as barreiras que eu criei, mas foi esse mesmo amor que me derrubou e foi um golpe muito duro - o olhava - eu não me importo com isso Humberto... com o sexo... com as suas fantasias... tão pouco com a sua idade... o que realmente me importa é existir amor... fidelidade... parceria... respeito... eu não quero ser uma escrava sexual, obediente, não quero temer o meu marido... tão pouco ensinar esse caminho ao meu filho... eu quero ser a esposa... a amiga... a pessoa que tem vez e tem voz... não quero ter medo de te enfrentar... eu quero que você me faça acreditar que você é esse homem que está aqui, que esteve por todos esses dias... que não vai nos abandonar... que mesmo diante de todas as dificuldades voce irá lutar por nós dois... pelo nosso amor... a nossa família... acha que a vida dos meus pais foi fácil? Que tudo era um mar de rosas? Não foi Humberto... mas eu nunca vi eles desistirem... eu vi o meu pai lutar todos esses dias para nos manter de pé, para tirar a minha mãe daquele quarto... eu vi o meu pai por um pouco os sentimentos de lado e cuidar da minha mãe, assim como ela fez durante toda a vida... eu quero um amor assim... livre... leve... resistente...

Humberto: Eu estou mudando e gosto dessa mudança, não tem como voltar para o meu eu do passado, achava ruim nosso jogo ou porque pensava que estava com outras mulheres? Gostaria de entender, sempre fui fiel apenas mentia dizendo que havia outras, como também não estou pedindo para ser escrava, mas quero ter alguns jogos para apimentar, sou essa pessoa, estarei aqui seja qual for o problema, a emergência, estou disposto a ir para a Espanha com você, não irei desistir nunca mais, será como você quiser.

Valentina: Não... não é isso... não falo dos nossos joguinhos, mas sim da forma como me tratou por várias vezes... você me torturou de uma forma cruel... não sabe quantas vezes desejei morrer imaginando que estava com outra mulher - balancei minha cabeça afastando aquela imagem - eu não quero que você espere que esse lado meu esteja cem por cento... eu... consegue me esperar Humberto? Consegue deixar essa parte dominadora de lado? Pensar apenas em constituir um relacionamento comigo, me conhecer... descobrir o nosso lado de pai e mãe? - segurei sua mão - por mais que eu queira aceitar essa proposta, eu não vou... não posso deixar a minha família nesse momento tão terrível... seria muito cruel com os meus pais fazer isso.

Humberto: Me desculpe, fui um egoísta, não levei em consideração os seus sentimentos, sinto muito mesmo, iremos devagar como estamos fazendo, espero o tempo que quiser – beijei seu rosto – estou gostando desse lado papai e mamãe – ri – como estamos sendo sinceros, acho que deveria aceitar essa proposta, seria como recomeçar, sabemos que precisa testar seus limites, se afastar um pouco das lembranças do Guilherme, sua mãe saiu do quarto hoje, é um avanço de que está reagindo, seus pais tem um ao outro, além da sua irmãzinha, sua sobrinha, chegou sua hora de brilhar Valentina.

Valentina: Nós dois cometemos erros... sofremos e agora estamos aprendendo com eles - sorri - promete que não vai se afastar? Não sabe o quanto desejo que o pai desse bebê esteja ao meu lado... não apenas como pai... mas... como homem... eu não sei, mas prometo que vou pensar... ainda é muito cedo para isso, não quero causar mais dor aos dois, eu sei que o meu pai a qualquer momento vai desabar... quero estar aqui, para os dois, como sempre estiveram comigo.

Humberto: Não vou, estarei sempre perto de vocês, é o que mais desejo – sorri safado – está com saudades do seu amor? Conhecendo o seu pai como conheço deve estar pesquisando casas para comprar, que a sua princesinha terá todo o conforto em sua nova casa, isso se não der a louca nele de sequestrar toda a família para ir morar na Espanha – a olhei – o que ele menos quer é que deixe seu sonho de lado, que tire esse peso das costas que não é seu.

Valentina: Sim... estou com saudades de você... de... de te beijar - ofeguei próximo dos seus lábios - sonhei... sonhei tantas vezes com você... com nós dois... você... você... me amando - senti as minhas bochechas arderem - sabe que isso nunca aconteceu... que sempre foi do seu jeito... daquele jeito... até... até em minha primeira vez - suspirei e me levantei - desculpa... são tantas coisas e eu aqui pensando nos desejos de meu corpo - falei atordoada - eu sei... ele me falou isso e eu não sei... preciso conversar com a minha mãe, mas não agora... ela acabou de sair da cama, não quer dizer que está bem... quero vê-la bem... os dois... meu pai anda se fazendo de forte, mas eu sei que ele não está nada bem.

Humberto: Valentina – sorri me levantando ficando de frente a ela, segurei em seu queixo aproximando meus lábios dos seus, roçando levemente, ansiava pelo seu toque, sabíamos que o beijo aconteceria, aconteceu, foi a glória sentir seu sabor, nossas línguas se redescobrindo. Assim que terminei com selinho, me afastei o suficiente para olhar em seus olhos – sou um novo homem, Valentina, somente serei seu novamente com um pedido de namoro, então, vamos entrar nessa aventura juntos?

Valentina: Quer me namorar? - ofeguei segurando em seus braços fortes... aos poucos ele estava voltando a sua forma física anterior, a que eu havia conhecido - Humberto - acariciei o seu rosto delicadamente, admirando todos os seus traços físicos, as marcas que o tempo haviam lhe dado - eu te amo... não imaginei que um dia voltaríamos a nos aproximar... que eu poderia te tocar e te falar o quanto eu te amo... o quanto eu te quero... o quanto sinto sua falta... falta dos seus braços firmes amparando o meu corpo - deitei minha cabeça em seu peito e lhe abracei apertado - eu não quero um simples namoro... eu quero uma vida ao seu lado... quero ser a sua mulher, não a sua Inês, mas a sua Valentina... a mãe dos seus filhos... a sua amiga... a sua amante...

Humberto: Você é tudo isso, minha companheira, minha rocha, a mulher da minha vida, somente quero fazer diferente, começar da forma certa, conheça esse novo eu, assim como vou redescobrir essa Valentina - segurei  sua mão que me tocava beijando seu pulso, a ponta de cada dedo – continue falando, sendo sincera comigo e seus sentimentos, minha Valentina – beijei sua bochecha, seus olhos, seus lábios – vamos fazer essa relação dar certo, somente não me tire tudo – sorri safado – serei bonzinho com os brinquedos.

Valentina: Não vou... eu só te peço que tenha paciência, por enquanto eu só te peço amor... o que você não me deu - o olhei com a voz embargada - o que estou precisando mais do que nunca... me deixou sozinha Humberto... seis meses sozinhas... seis meses sem um amor... sem alguém ao meu lado... não falo como um amigo, mas sim como homem... você mais do que ninguém sabe os desejos que uma mulher grávida sente... e cada um deles me atormentou e eu não tive você para os acalmar... eu te deixei, mas não porquê quis e sim porquê você me mandou ir - suspirei e me afastei dele - vou sair um pouco... preciso tomar um ar - caminhei até a porta para sair.

Continua...

Liberte-se Para o Clímax - Inês y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora