✨ 69. Sim a Felicidade ✨

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Inês: Ai meu amor - suspirei lhe acariciando - queria te dizer que isso será fácil... que se entregar a um amor é fácil... mas não é... são tantas coisas que envolvem um relacionamento... coisas boas, mas também ruins... só temos que saber colocar tudo na balança e ver o que predomina... o que se sobrepõe a tudo... acha que viver todos esses anos ao lado do seu pai foram apenas flores? - sorri - se você soubesse de tudo, teria desistido logo no começo - brinquei - mas eu amo o seu pai, Valentina... ainda que ele me magoe... me deixe triste, o amo... não nego isso... eu luto todos os dias para manter tudo, fraquejo algumas vezes, mas eu não desisto... Humberto vem mostrando uma mudança significativa... conheço ele muito bem para entender os seus medos... mas se não arriscar, como saberá de valeu a pena? Filha, ele está mudando e tudo poderá funcionar, vocês só precisam confiar um no outro.

Valentina: É tão fácil falar, só não sei por onde começar, Humberto também me disse para aceitar o trabalho que viajaríamos juntos, acha que essa seria uma prova? Que posso aceitar ele largar tudo e ir comigo?

Inês: Se isso não for uma prova, eu já não sei do que se trata... ele está disposto a tudo por você... pela família que estão formando... lhe dê essa oportunidade de mostrar que tudo será diferente... eu sei que a diferença de idade entre vocês é enorme... que ele é um safado... é o seu primeiro relacionamento meu amor... mas... eu já estive em seu lugar e quando descobri esse lado do seu pai, tive medo... mas o medo não foi maior do que o amor que eu sinto por ele... veja só onde chegamos... a conversa foi a base de tudo... quando eu não conseguia conversar, deixava as coisas esfriarem e resolviamos tudo... tenho certeza de que vocês encontrarão uma forma de viver bem.

Valentina: Então devo voar, aceitar esse trabalho, dizer sim para o pedido do Humberto – sorri toda boba - ai mãe, sinto aquele friozinho na barriga – a abracei – não imagina o quanto é importante a sua opinião, o seu apoio, e do papai claro, Humberto disse que é muito provável que vocês estejam vendo uma casa para mim, não que eu estou pedido falo pelo jeito do papai, como hoje querer esse jantar e por falar nisso como se sentiu ao conhecer a Victoria? Pena que a Diana escolheu primeiro.

Inês: Diana sempre em primeiro minha filha - beijei sua testa e suspirei - verei com ele esse assunto da casa, só soube hoje... vê-la feliz é o principal meu amor... você deve dizer sim a sua felicidade... depois de tantos dias hoje pudemos conversar um pouco... seu pai sempre se adianta em tudo, então não vou me envolver em nada, vou deixar que ele resolva as coisas... ela é a sua irmã... como acha que me sinto com essa história? Eu não quero mais falar sobre isso... descansa um pouco, chama o Humberto para jantar, eu vou ver como andam as coisas na fazenda... pedir para Candela organizar tudo e avisar ao seu irmão, está bem? Você tá bem? Quer alguma coisa?

Valentina: Diana primeiro? Não entendi, sobre a casa eu mesma quero resolver junto com o Humberto ainda mais se formos ser um casal, não conversei com ela, respeitou o meu momento não se impondo, achei legal - sorri - hum...- aproveitaria que minha mãe saiu do quarto para distraí-la um pouco – vi que alguns dias atrás o papai fez uma sessão de cinema particular para você, fiquei com ciúmes por não ser chamada, poderia pedir ao papai para montar de novo e assistirmos todos juntos – fiz a carinha mais fofa para convencer a minha mãe – pense no seu netinho.

Inês: Está bem meu amor, tem toda razão... vocês precisam decidir tudo junto, mas pense em seu filho também e em possíveis hóspedes - sorri leve acariciando a sua barriga - esqueça a Diana... pelo menos isso ela respeitou, não é?! - suspirei - isso foi bem antes do que aconteceu minha filha, a sua mãe não tem cabeça para essas coisas agora, mas aproveitando o que seu pai aprontou sem o meu consentimento, irei lhe dar a sua sujestão - beijei o seu rosto e me levantei - vou pensar nele, não se preocupe... agora trate de descansar, está bem?

Valentina: Uma casa grande porque sei que assim que nascer a família inteira vão me visitar, se não forem ficarei irada, vou descansar, esse bebê conseguiu descarregar toda a minha energia, poderia ficar aqui até eu dormir, mãe, fico feliz que esteja reagindo.

Inês: Isso se eu não chegar antes minha filha - voltei para a cama e deitei com ela - sua família estará lá quando o nosso netinho chegar e vamos te paparicar muito - acariciava ela com amor... não demorou muito para que ela dormisse... saí da cama com cuidado e fui para a sala, onde o Victoriano estava - vou ligar para casa, avisar a Candela do jantar que você planejou - falei um pouco fria - Valentina quer que você faça aquela mesma coisa do filme, aproveita uma festa só - falei pegando o celular em minha bolsa.

Victoriano: Acha que é uma festa? - me levantei calmamente indo até ela, segurei sua mão a trazendo gentilmente para o sofá, me sentei e fiz que sentasse em meu colo mesmo protestando – sabe o que mais me doí fora o fato de perdemos um filho? Foi ver a forma como se despediu dele, o enterrá-lo e você não estar lá, até agora me sinto em um pesadelo, que vou acordar a qualquer minuto e vou ver vocês todos sentados na mesa do café, sinto que não estou aqui, porque mesmo estando ao seu lado até o último minuto, eu não me despedi, então eu me pego pensando em como se sente, no que eu poderia fazer para que você tivesse essa despedida, novamente me vem a imagem de todos sentados a mesa conversando, rindo, compartilhando dos momentos que teve com ele, mostrando suas fotos, falando o quanto o Gui era especial, acredito que assim será sua despida para o nosso filho, será melhor que lembrando dele em uma sala fria.

Inês: É o que está fazendo parecer ser... seu entusiasmo... a sua alegria...-  suspirei sentindo os meus olhos marejarem - acha que é fácil para mim? O nascimento da minha filha... a morte do Guilherme... ela no hospital... ele no cemitério - sorri sem vontade - cada vez que fecho os meus olhos e tento dormir vem aquela cena em minha cabeça... a última vez que eu vi o meu filho, frio e sem vida... apenas o corpo dele... acha que é fácil ter que lhe dar adeus, que é isso que eu quero? Não Victoriano, não é isso que eu quero... o que eu quero é ter o meu filho aqui... sentir seu calor... seu coração batendo forte... sua alegria... os seus beijos... eu não quero jantar... não quero confraternizar... não quero comemorar a sua filha fora do casamento... não quero nada disso - me levantei do seu colo - eu só quero deixar a vida passar... não tenho nada para comemorar, só tenho cabeça para pensar na minha filha, que está no hospital e não está nada bem - falei secando o meu rosto - estou feliz por ter encontrado a sua filha... só não me peça para confraternizar com isso, é algo que não me desce.

Victoriano: Desculpe se fiz pensar assim, que estou comemorando a chegada da Victoria, não era essa a minha intenção, eu faria de tudo para trazê-lo de volta mesmo que tivesse que dar a minha vida pela dele, todo o dinheiro que tenho, não é possível meu amor, então de certa forma estaríamos celebrando a memória do Guilherme, o homenageando, porque não homenagear a nossa pequena Aurora? Nossa guerreira que luta a cada dia para sobreviver, por que não comemorar que você saiu do quarto, que foi visitar nossa filha? Por que não mostrar a nossa Valentina que aos poucos a vida vai voltando ao seu lugar mesmo que seja difícil para que ela possa voar sem medo? Por que não soltar lanternas em nossa fazenda com nossos netos dizendo que seu pai vai recebê-las com os desenhos e mensagem que eles querem dizer? – segurei suas mãos, olhando em seus olhos – por que não em uma delas você dizer que sente a falta dele e acreditar que ele verá e ouvirá sua palavras? Por que não comemorar a chegada do nosso neto e de uma filha? – sentia as lágrimas que segurava deslizarem por meu rosto – sinto que estou morrendo e desde que sentei nesse sofá olho para o bar com uma vontade insana de beber, não aguento mais sentir essa dor, me sentir vazio, sem esperança, sem alegria, se eu continuar assim eu... eu...

Já não conseguia controlar as lágrimas que queimavam os meus olhos e percorriam o meu rosto. Eu era egoísta e isso não conseguia deixar de ser. Eu era mãe, mas ele, ele era o pai e sentia tanto quanto eu. Toquei seu rosto e lhe abracei apertado, sentia que o meu corpo iria se fundir ao seu.

Continua...

Liberte-se Para o Clímax - Inês y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora